Capítulo 40

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Júlio 💸

Entrei em casa carregando as socolas e escutei uma risada gostosa vindo da cozinha. Quando entrei, vi a Madalena rir e o pai dela fazer uma careta. Ri, negando com a cabeça.

Júlio: Desse jeito vai assustar a criança. - ele riu.

Rafael: Ela tá se divertindo, cara. - ele fez outra careta e ela quase caiu para trás de tanto rir. - Ela me ama.

Coloquei as sacolas em cima do balcão e lavei minhas mãos. Andei até a Madalena e fiz cócegas nela, a garota riu que chorou.

Madalena: Para, dindo! - disse em meio aos risos. Eu parei e peguei ela no braço beijando seu rosto.

Assim como a Madalena foi uma salvação para o Rafael, foi para mim também. Assim que vi aquele rostinho, daquela pessoinha tão pequena meu peito se encheu de amor. Meus filhos e ela são tudo para mim e meu irmão também.

Melhor coisa que fiz foi me separar da Larissa. Sempre amei ela, não nego, mas aquela situação de colocar a Eduarda pra baixo e exaltar o Enrico, estava ficando pesado demais. A Eduarda já estava sentindo mais ainda a indiferença da mãe e isso estava me machucando muito. E ai, com o tempo, uma coisa levou a outra.

Tento me dar bem com ela pelo bem do Enrico, só que ultimamente a Larissa vem fazendo escolhas ruins demais. Se colocando acima do bem estar do filho. Se envolvendo com caras um pior do que o outro, isso que é foda. Não me incomodo que ela saia pegando todo mundo, problema dela se pegar alguma doença, mas poderia pelo menos respeitar nosso filho.

Coloquei a Mada de volta na cadeira e me sentei na cadeira em frente ao Rafael. Minha afilhada me olhou com os olhinhos brilhando e já entendi o que ela queria, bufei e entreguei meu celular a ela.

Júlio: Bandida. - murmurei. O pai só riu. - A noite foi boa, hein. - sorri de lado e ele sorriu também.

Rafael: E como. - virou o boné para trás. - A nega tava com sede. - ri.

Júlio: E cadê a minha cunhada?

Rafael: No corre, né. Ela é certa, pô, nega de fé e responsabilidade. - assenti.

Júlio: Que bom. Se você não trabalha, um tem que sustentar a cria. - apertei a bochecha da Madalena, que estava assistindo desenho.

Rafael: Qual é? Paraguai me deu folga.

Júlio: Você e o Marcola vivem de folga, puta que pariu.

Rafael: Depois que viramos pai, temos direito, pô. - neguei com a cabeça.

Júlio: Isso tá errado pra caralho.

Rafael: Tá nada, direito nosso. - bufei e me levantei. Fui tirando as coisas da sacola e lavando as frutas. - Ei, mano. - me chamou e o olhei por cima do ombro. - Tu.. sabe quem mora ali em frente a Diana? - levantei uma sobrancelha e olhei direito para ele.

Júlio: Porque?

Rafael: Achei... estranho a pessoa que mora em frente a ela. Sei lá, ontem quando fui com ela para casa senti que tava com medo de alguma coisa. E aí, quando fiquei sozinho, vi um cara olhando para a casa dela pela janela.

Júlio: Não conheço, mano. Aquela rua sempre foi estranha pra mim. - ele assentiu. - Mas é só perguntar isso a ela, tão fácil. - revirei os olhos.

Rafael: Não quero ser invasivo.

Júlio: Porra de invasivo, Rafael. Tu só quer proteger tua mina e tá certo, pô. Pergunta, se ela disser que não tem nada demais e não conhece, deixa pra lá. Tudo se resolve a base da conversa. - suspirou fundo e acenou com a cabeça.

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