Júlio 💸
Entrei em casa carregando as socolas e escutei uma risada gostosa vindo da cozinha. Quando entrei, vi a Madalena rir e o pai dela fazer uma careta. Ri, negando com a cabeça.
Júlio: Desse jeito vai assustar a criança. - ele riu.
Rafael: Ela tá se divertindo, cara. - ele fez outra careta e ela quase caiu para trás de tanto rir. - Ela me ama.
Coloquei as sacolas em cima do balcão e lavei minhas mãos. Andei até a Madalena e fiz cócegas nela, a garota riu que chorou.
Madalena: Para, dindo! - disse em meio aos risos. Eu parei e peguei ela no braço beijando seu rosto.
Assim como a Madalena foi uma salvação para o Rafael, foi para mim também. Assim que vi aquele rostinho, daquela pessoinha tão pequena meu peito se encheu de amor. Meus filhos e ela são tudo para mim e meu irmão também.
Melhor coisa que fiz foi me separar da Larissa. Sempre amei ela, não nego, mas aquela situação de colocar a Eduarda pra baixo e exaltar o Enrico, estava ficando pesado demais. A Eduarda já estava sentindo mais ainda a indiferença da mãe e isso estava me machucando muito. E ai, com o tempo, uma coisa levou a outra.
Tento me dar bem com ela pelo bem do Enrico, só que ultimamente a Larissa vem fazendo escolhas ruins demais. Se colocando acima do bem estar do filho. Se envolvendo com caras um pior do que o outro, isso que é foda. Não me incomodo que ela saia pegando todo mundo, problema dela se pegar alguma doença, mas poderia pelo menos respeitar nosso filho.
Coloquei a Mada de volta na cadeira e me sentei na cadeira em frente ao Rafael. Minha afilhada me olhou com os olhinhos brilhando e já entendi o que ela queria, bufei e entreguei meu celular a ela.
Júlio: Bandida. - murmurei. O pai só riu. - A noite foi boa, hein. - sorri de lado e ele sorriu também.
Rafael: E como. - virou o boné para trás. - A nega tava com sede. - ri.
Júlio: E cadê a minha cunhada?
Rafael: No corre, né. Ela é certa, pô, nega de fé e responsabilidade. - assenti.
Júlio: Que bom. Se você não trabalha, um tem que sustentar a cria. - apertei a bochecha da Madalena, que estava assistindo desenho.
Rafael: Qual é? Paraguai me deu folga.
Júlio: Você e o Marcola vivem de folga, puta que pariu.
Rafael: Depois que viramos pai, temos direito, pô. - neguei com a cabeça.
Júlio: Isso tá errado pra caralho.
Rafael: Tá nada, direito nosso. - bufei e me levantei. Fui tirando as coisas da sacola e lavando as frutas. - Ei, mano. - me chamou e o olhei por cima do ombro. - Tu.. sabe quem mora ali em frente a Diana? - levantei uma sobrancelha e olhei direito para ele.
Júlio: Porque?
Rafael: Achei... estranho a pessoa que mora em frente a ela. Sei lá, ontem quando fui com ela para casa senti que tava com medo de alguma coisa. E aí, quando fiquei sozinho, vi um cara olhando para a casa dela pela janela.
Júlio: Não conheço, mano. Aquela rua sempre foi estranha pra mim. - ele assentiu. - Mas é só perguntar isso a ela, tão fácil. - revirei os olhos.
Rafael: Não quero ser invasivo.
Júlio: Porra de invasivo, Rafael. Tu só quer proteger tua mina e tá certo, pô. Pergunta, se ela disser que não tem nada demais e não conhece, deixa pra lá. Tudo se resolve a base da conversa. - suspirou fundo e acenou com a cabeça.
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Sintonia
RomanceSerá que os opostos se atraem, ou apenas os dispostos se ligam? Gabriela é uma mulher que mora na Zona Sul do RJ, junto com sua amiga, Serena, vão para um baile apenas para se divertirem. Porém, mal elas sabiam que suas vidas iriam mudar a partir de...