Capítulo 5

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   APÓS AQUELE dia, Tadeu e eu ficamos mais próximos, aproveitei disso e criei coragem para perguntar o que tanto queria saber. Pois não era por vergonha que eu não perguntava, até porque eu nem sabia o que era isso, mas era por medo dele ficar ofendido, não querer mais falar comigo e eu perder o pouco espaço que tinha ganho.

   Carlos começou a ajudar o pai na empresa e acabou que estava sempre muito ocupado e isso nos afastou um pouco. Porém, eu sempre dava um jeitinho de ir na casa dele para vê-lo ou até deixava recado com a tia Carmem, pedindo para ele ir na minha casa para passar um sábado ou domingo comigo. Com isso, ele estava muito focado em estudar no tempo livre que ele tinha e isso incluía inclusive, a hora do intervalo no colégio. Como vocês devem saber, Carlos é nerd até o último fio de cabelo, mas para glória divina, não é daqueles que é esquisito e fala coisas estranhas ou coleciona bonecos de filmes e revistas em quadrinho, acho que tem alguma influência minha nisso, pois não deixei meu amigo bonitão se tornar um esquisito virgem. Nisso, me restava andar com o Tadeu, era ruim? Óbvio que não! Sem o Carlos por perto e com o fato do Tadeu não ter amigos, sobrava ele inteirinho somente para mim.

   Eu tinha que aproveitar ele todo pra mim e me aproximar o máximo que desse... nesse caso, até conseguir sentir a língua dele na minha boca. Mas eu só faria isso se realmente soubesse que ele gosta do meu tipo de fruta, então... convidei ele para irmos ao lago que existe na nossa cidade, já sabendo que ele nunca tinha ido. Escolhi o lago por ficar bem afastado, quase na saída da cidade, assim eu teria tempo e local apropriado para uma conversa como aquela, já que não teria ninguém.

   Ele aceitou me acompanhar e no caminho para lá, passamos numa lanchonete e compramos sanduíches e sucos.

   Como o Tadeu é mais velho que eu, ele sabia dirigir e os pais haviam lhe dado uma moto, porém ele só dirigia dentro da cidade, pois não tinha habilitação ainda. A tal moto era daquelas que não correm quase nada, se duvidar, eu correndo do meu pai com um cinto na mão, corro muito mais que a moto.

   E fomos na moto dele para o lago, eu atrás com os sanduíches e uma mochila com uma toalha, algum dinheiro, protetor solar e as bebidas, uma vontade imensa de agarrar a cintura dele e ficar o mais colado possível, mas eu tinha autocontrole e não fiz isso.

  Chegamos, descemos da moto e o Tadeu a empurrou até a parte do gramadinho, não havia ninguém lá para minha felicidade. O visual que tínhamos era, uma árvore bem na beira do lago, um gramado bem extenso, sol, muita água e meus olhinhos de esmeraldas, lindo se esticando todo e fazendo careta para o sol.

  — Será que vai aparecer mais alguém?

  — Nada, o povo não curte muito vir para esse lago. Às vezes aparece alguém para pescar, mas isso mais próximo à noite ou pela manhã bem cedinho.

  — E o Carlos, não quis vir?

  — Eu nem chamei. Ele tava resfriado esses dias, achei melhor ele ficar em casa se cuidando (não era mentira isso).

De anjo só o nomeOnde histórias criam vida. Descubra agora