Capítulo 26

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   MESMO QUE o Tadeu e eu estivéssemos casados e praticamente vivendo em um paraíso, aconteceram muitas coisas com o passar dos anos, coisas boas e coisas horríveis de muitas formas.

 Vou começar a listar primeiro a coisa boa... 

   Após o nosso casamento e já havia se passado em torno de uns 10 anos que o Tadeu e eu estávamos juntos, resolvemos que teríamos um filho ou filha, isso não importava para mim, na verdade eu queria a minha família de margarina, ainda não havia desistido disso. Tá, eu disse que família não precisa ser grande, que bastava duas pessoas para isso... mas eu ainda queria ser pai e de duas crianças se possível. Então, conversando com o Tadeu, decidimos entrar na fila para adoção. 

   Talvez eu tenha colocado tantas expectativas e tantos poréns, que no fim, passou a ser uma novela essa coisa da adoção. Talvez eu também tenha sido muito exigente, mas eu queria passar, se fosse possível, por toda grande maioria das etapas da vida de uma criança, vulgo meu futuro filho, então eu queria um recém-nascido, não sou preconceituoso, já deixo isso bem claro, mas eu queria uma criança de pele clara, pois já imaginava o tamanho do preconceito que essa criança já iria passar por ter pais homossexuais, passar pelo preconceito racial ou por não ter uma mãe, também já seria demais para uma criança lidar com isso... por esse fato eu queria que fosse uma criança mais parecida conosco.

   E nisso, passaram-se anos e nada, até comecei a pensar que algo conspirava contra nós.

   O Carlos finalmente veio a passeio acompanhado da princesinha dele, a afilhada Nina. O Tadeu encontrou com ele na rua e me disse que o Carlos estava na cidade e que o mesmo havia nos convidado para ir tomar um café na casa dos pais dele, vulgo meus tios, como se eu precisasse de convite.

   Óbvio que fomos, foi divertido, mesmo se passando anos, era muito divertido tirar uma com a cara do meu melhor amigo. E nessa visita, eu percebi algo que era nítido, não só pra mim como para todos, que o Carlos morria de amores pela Nina e ela parecia tão encantada como ele. O Carlos sempre foi um cara amoroso, carinhoso e gentil, isso já disse diversas vezes, ele sempre tratou a todos muito bem, mas tinha um quê de diferente, eu não sabia exatamente o que era, mas eram os olhares, o ciúme... não sei, mas algo entregava o amor dele por aquela menina. Já ela... Nina olhava para ele do mesmo modo que ele olhava a mãe dela tantos anos antes, então da parte dela, eu saquei de cara que não era só admiração, ela amava ele, o foda era que ela só tinha 15 anos, enquanto ele já estava beirando os 40, isso seria bem complicado, além é claro que seria bem engraçado o Carlos bancando o daddy.

   Então, passa-se mais uns anos e acontece o pior. Era um sábado e como sempre, eu tinha ido levar o Tadeu até o trabalho, geralmente eles trabalhavam até o meio-dia no sábado, a cada quinze dias e mesmo que nossa vida estivesse boa, não tínhamos grana para cada um ter o seu carro, e se vocês não se recordam, moramos no Brasil, aqui o povo é tudo fodido. Mas voltando, eu fui levar o Tadeu até a empresa do tio Jorge e acompanhei ele até a sua sala, e como todos os dias, Tadeu sempre passava na sala do tio Jorge para dar "Bom dia" e avisar que já estava na empresa e quase todos os dias eu passava por lá para dar um beijinho no meu tio... sacanagens a parte, mas eu passava lá para ver ele e saudá-lo, afinal ele era minha figura paterna.

De anjo só o nomeOnde histórias criam vida. Descubra agora