Capítulo 23

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   GABRIEL FICOU muito machucado, não só fisicamente, mas psicologicamente também. Apesar dele sempre estar fazendo piadas, sempre sorrindo e evitando chorar e demonstrar fraqueza na frente dos outros, eu vi o quanto aquilo tudo abalou ele.

   Eu imaginava que o pai dele iria gritar, falar um monte de bobagens, mas que não faria o que fez, ainda mais a mãe, que não fez nada para defender o próprio filho.

   Ao menos ele estava na casa do senhor Jorge e sendo muito bem tratado, ele sempre me falava do quanto ele amava a família do melhor amigo, creio que se eles não tivessem apoiado o Gabriel, seria mais doloroso para ele do que perder a família biológica.

   Mas eu ouvi a conversa dele com o Carlos e eu já tinha percebido o quanto ele andava triste, chamei ele para irmos para o lago, termos um momento só nosso, apesar de já achar que os pais do Carlos sabiam que eu e ele estávamos tendo um relacionamento, não tínhamos falado nada e o Gabriel super respeitava a casa deles, então, quando estávamos lá, nem ao menos tocávamos na mão um do outro. Só dizíamos que nos amávamos por olhares.

   E por mais que ele disfarçasse sua tristeza, chegou uma hora que todos acabamos percebendo como ele estava. Seu Jorge conseguiu indicar ele para um estágio com um amigo advogado da cidade vizinha e o meu pai disse que o escritório em questão era um dos melhores da região. Torci muito para que o meu moreno conseguisse o estágio, afinal, se ele conseguisse já seria um problema a menos e creio que ele ficaria mais feliz.

   Eu tinha muita fé nele, tanto que ele conseguiu o estágio e disse que realmente o cara era bem exigente, mas ele começou como assistente do tal Amadeu e devo dizer que quando conheci o tal cara, fiquei me mordendo de ciúmes, eu pensava que o cara era um senhor já de sei lá, 50-60 anos, mas não, o cara tinha uns 30 e poucos, era todo musculoso, bem bonito mesmo. E ele abusava bastante da assistência do Gabriel, até perguntei se o Gabriel não tava interessado no tal cara, ele riu e disse que não.

   Preferi acreditar no meu amor, mas o ciúme ainda me abraçou por um bom tempo.

   Estávamos sempre em contato, agora que ele morava na casa do Carlos e como eu trabalhava para o senhor Jorge e com o Carlos, até mesmo na faculdade, sempre estava em contato com o Gabriel, porém, mesmo nos vendo sempre, não tivemos mais intimidade, primeiro porque ele não queria que eu pagasse por um motel para nós dois, segundo que ele respeitava a casa do seu Jorge e terceiro que ele não queria dormir na minha casa, mesmo que não assumíssemos para todos o nosso envolvimento, minha mãe já sabia do meu amor pelo Gabriel e sabia o quanto nós estávamos próximos. Creio que o meu pai desconfiava de algo, só estava aguardando que eu resolvesse contar a ele.

   Com dois meses que ele estava estagiando, ele começou a reclamar que tinha muito trabalho e que o Amadeu era muito legal com ele e ele não queria decepcionar, nem ao Amadeu por ter dado a oportunidade para ele, como não queria decepcionar o senhor Jorge por ter indicado ele. Então aconteceu dele começar a ir mais cedo para o estágio, de estar sempre com um livro embaixo do braço e quase sempre que estávamos juntos, ele parecia distante.

De anjo só o nomeOnde histórias criam vida. Descubra agora