Capítulo 28

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   BOM, O Gabriel já contou bastante coisa até aqui, nessa fase já estamos com mais de 40 anos, casados há pelos menos uns 9-10 anos e ainda na esperança de termos um filho.

   Sendo bem honesto, quando eu era mais jovem, nunca parei para pensar em ter filhos, e creio que meus pais, já sabendo da minha homossexualidade, não esperava que eu desse netos para eles. Então, cresci e até que fui morar com o Gabriel, isso nunca fez parte dos meus planos, mas depois que passamos a morar juntos, percebi que isso era como respirar para ele, ele queria mais que nunca ter uma família, com marido, casa, filhos, cachorro e por aí vai. E ele ficava tão feliz e entusiasmado falando dos planos dele, de como a casa teria mais alegria com uma criança, de como sermos chamados de pais mudaria as nossas vidas, que acabei me apaixonando pela ideia de ter um filho com ele.

   E por esse motivo, acabamos comprando uma casa, para podermos dar um lar para o nosso futuro filho. Ele não deve ter contado a vocês sobre coisas que ocorreram naquele período e eu já imagino o porquê. Após ele ser expulso de casa, Gabriel simplesmente apagou a família da vida dele e creio que isso era algo do sangue, pois a família dele também, até certo dia, não fizeram questão alguma de tentar uma reaproximação.

   Um dia antes do nosso casamento, fomos surpreendidos por uma visita bem inesperada. Como o Gabriel sempre ia me levar e buscar no trabalho, não foi diferente naquele dia, o senhor Jorge até disse que eu não precisava trabalhar na véspera do meu casamento, mas como não teríamos o dia da noiva e todo o restante já estava bem encaminhado, pois se vocês se recordam, o paspalho só fez questão de me falar do casamento, pouco tempo antes, só o tempo necessário para eu escolher o meu terno de casamento. Até meus pais já sabiam do casamento, na verdade quase toda a cidade, menos o noivo, vulgo, eu.

   Então, estávamos voltando para casa, quando ele parou o carro na entrada da garagem e ficamos sem reação, o irmão dele estava parado na frente da nossa casa, encostado na porta da garagem para ser mais exato.

   Gabriel ligou o carro novamente e deu uma acelerada.

   — O que você está fazendo? - perguntei.

   — Tentando afastar um cachorro da porta da garagem, se eu passar por cima, você promete que não chama a polícia por maus tratos ao animal? - ele buzinou e deu nova acelerada.

   — Gabriel, é o seu irmão.

   — Não é não, meu irmão morreu há anos, essa ratazana não tem parentesco comigo.

   Ele acelerou o carro novamente e eu simplesmente girei a chave e desliguei o carro.

   — Ei!

   Desci do carro e o Gabriel também, mas ele sequer se aproximou do irmão. Pegou o chaveiro da minha mão e caminhou para a porta para abrir a mesma.

De anjo só o nomeOnde histórias criam vida. Descubra agora