Capítulo 7

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Damian acordou com as batidas na porta logo pela manhã. Demorou um pouco para processar o que acontecia, até tomar coragem e se levantar de uma vez. Sonolento, saiu arrastando os chinelos pelo quarto.

— Ah, são vocês... — bocejou.

— Bom dia, senhor Damian!

— Pelo amor Deus, já falei para cortarem a formalidade e me tratarem casualmente. — esfregou os olhos — O que fazem aqui tão cedo? — deu espaço para que ambos os amigos entrassem.

— Está quinze minutos atrás de sua pontualidade excepcional. Por isso viemos te buscar. — disse Emile.

— Estou? — questionou-se, olhando para o relógio de parede. — É, estou.

Dando a mínima para a presença dos dois, começou a recolher alguns livros espalhados pelo chão.

— Este Lugar está uma bagunça! — comentou Ewen — Desde quando o senh... você, passou a ser tão desleixado? Na época que compartilhávamos os dormitórios, não era assim.

— Concordo plenamente. — assentiu, Emile.

Damian coçou a cabeça. O amigo estava certo. Antes de serem realocados para diferentes quartos, seu perfeccionismo era uma de suas qualidades. Porém, nos últimos anos, desde que os problemas na família Desmond tinham se intensificado, tinha se tornado um desmazelado. Talvez, mais preguiçoso.

— Podem ter razão.

— E seu colega de quarto, onde está?

— Virou um imperial escolar e foi transferido para um dormitório exclusivo. — explicou — Como os outros quartos estão cheios, até que alguém seja transferido para cá, estarei sozinho. Não que isso faça muita diferença.

— Que sortudo!

— Literatura? Matemática? — Emile analisou os livros em mãos — Isso explica essas olheiras.

— Não acha que está se esforçando demais? — foi a vez de Ewen questioná-lo.

— Se vieram aqui para me repreender, era melhor que não tivessem vindo! — disse Damian, irritado.

— Talvez possa ser que os problemas antigos estejam lhe afetando. Foi apenas uma preocupação nossa. Não a necessidade de se exaltar.

— E como não deveria? Cada vez estou me afundando em encrencas com aquela louca!

— Claro! Se tratando da Forger você perde a cabeça.

— Não ousem prosseguir com essa conversa e nem toquem no nome dela! Minha paciência já está se esgotando! — empurrou ambos os amigos até a saída — Me deixem sozinho!

— Mas...

— Deem-me dez minutos! — bateu a porta.

Ewen suspirou.

— Você tinha que mencioná-la? Sabe como ele fica todo revoltado.

Emile balançou os ombros.

...

Becky caminhava pelo colégio em busca da amiga desaparecida. Desde o dia anterior, não tinha notícias de Anya Forger. Apenas rumores que ela mesma tinha levantado, após ter tido a honra de presenciar os até então "rivais", em um suposto encontro às escondidas.

Só de relembrar em tal cena, sentia suas bochechas queimarem.

— Quando eles começaram a sair? — disse pensativa.

A única que poderia livrá-la daquela ansiedade era Anya. Já tinha perguntado na secretaria sobre seu paradeiro, mas a incompetência dos professores nada serviu. Prontificou -se a esperar a amiga na portaria por longos minutos, mas ela não apareceu.

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