Capítulo 16

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As duas garotas estavam sentadas em um dos jardins da escola, aproveitando o intervalo entre as aulas para relaxar. Becky folheava distraidamente as páginas de seu caderno, enquanto Anya observava as nuvens no céu.

— Não acredito que daqui a uma semana teremos aquela excursão ao acampamento — comentou Becky, revirando os olhos.

— É tão ruim assim? Pode ser legal.

— Legal? Sério Anya, acampar é coisa de criança. Ter que dormir em barracas, comer marshmallows assados na fogueira... — Becky fez uma careta de desgosto.

— Bom, eu acho que pode ser divertido — Anya deu de ombros.

— Duvido que vá ser tão legal assim. Aposto que teremos noites frias, mosquitos e comida horrorosa. E ainda por cima terão todos aqueles jogos idiotas...

A Forger riu da indignação da amiga.

— Ah Becky, não custa dar uma chance! E pensa pelo lado bom, vamos ter uns dias longe da escola.

Becky bufou, ainda pouco convencida. Mas acabou cedendo.

Nesse momento, Anya bocejou.

— Pelo jeito você não dormiu nada depois que me ligou contando sobre o que aconteceu. Está pensando no abraço com o Desmond desde ontem? — provocou Becky, com um largo sorriso.

Anya revirou os olhos, ainda confusa com os acontecimentos.

— Eu só fiquei pensando no quão estranho foi. Parecia aquelas novelas que você vê.

— Ai meu Deus, que inveja de não ter visto! Deve ter sido tão romântico...

— Nada romântico, foi esquisito.

— E como você se sentiu? Foi como se borboletas dançassem no seu estômago? — insistiu Becky, sonhadora.

— Mais para uma azia... — Anya fez uma careta — Sério, foi bem estranho!

Becky fez um biquinho, desapontada com a resposta da amiga.

— Puxa, eu pensei que vocês finalmente iam resolver as diferenças. Não imaginava que você fosse resistir tanto aos encantos dele.

— Encantos? Você deve estar brincando. Eu e ele? Nem em sonhos.

— Você sempre diz isso.

A Forger se cansou de ver as nuvens no céu e se levantou, Becky fez o mesmo, mas provocou-a com suas insinuações. Afinal, ela não parecia nada convencida.

— Você é muito confusa sobre os seus sentimentos, sabe. Acho que nem você mesma entende o que sente.

Anya revirou os olhos, cansada da insistência da amiga.

— Eu entendo perfeitamente o que sinto, tá bom?

— Ah é? Então prova! — desafiou, cruzando os braços — Abrace outro garoto e me diga se sente alguma coisa, como sentiu com o Desmond.

— Isso sim parece estranho.

Nesse momento, a Forger leu os pensamentos dela: "Aposto que ela não é capaz".

O orgulho falou mais alto. Antes que Becky dissesse mais alguma coisa, Anya olhou em volta rapidamente e avistou um garoto lendo um livro embaixo de uma árvore. Sem pensar duas vezes, foi até ele e o abraçou.

Becky arregalou os olhos, surpresa, não esperava que a amiga fosse tão ousada. Quando Anya se afastou, o garoto ficou ainda mais confuso, piscando algumas vezes, claramente atordoado com a situação, antes de sair correndo como se estivesse vendo um fantasma. Mas Anya, ao contrário, permaneceu impassível.

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