Capítulo 11

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Damian sentiu uma corrente elétrica percorrer seu corpo mesmo depois que Anya soltou sua mão, enquanto os dois aguardavam o ônibus em pé no ponto. Um arrepio percorreu sua pele, deixando-o momentaneamente atordoado. Ele olhou para sua mão, ainda sentindo os ecos do toque da Forger e tentou entender a intensidade da sensação.

Aos poucos, a realidade se infiltrou em sua consciência e ele percebeu onde estavam. O cenário monótono do ponto de ônibus logo despertou sua frustração.

— Ponto de ônibus? O que estamos fazendo aqui? — indagou.

A garota, com calma e um sorriso suave nos lábios, respondeu:

— Estamos pegando nossa carona para o cinema, lembra?

Damian cruzou os braços, mantendo uma expressão contrariada, enquanto o ônibus finalmente se aproximava, lutava internamente contra a sensação de desânimo, mas a teimosia parecia ganhar terreno.

— Eu não vou entrar nisso — declarou, determinado a resistir à situação que tanto o desconcertava.

— Então, vá a pé.

Com essas palavras, ela adentrou o ônibus, deixando-o ali sozinho. Seus olhos se estreitaram enquanto observava o veículo parado diante de si, a sua espera. Ele suspirou e, mesmo contrariado, decidiu subir.

Ao entrar no ônibus, procurou um assento vazio na fileira da frente, mantendo uma distância segura de Anya. Não queria correr o risco de encará-la sem motivo aparente, pois seus sentimentos já estavam confusos o suficiente.

Enquanto o ônibus seguia seu percurso, Damian se sentia imerso em um turbilhão de pensamentos. Vez ou outra, olhava pela janela, observando as luzes da cidade passando rapidamente, mas sua mente estava mergulhada em dúvidas e anseios.

"Por que tudo está tão complicado? Eu só queria aproveitar esse momento com ela, mas tudo parece tão mais difícil agora."

Anya percebeu a expressão em seu rosto e decidiu quebrar o silêncio que pairava entre eles.

— O metido está bem? — perguntou ela.

O Desmond se virou para encará-la, mas logo voltou a desviar o olhar.

— Desculpe, estou um pouco distraído. É que... bem... esquece.

Anya arqueou as sobrancelhas.

Quando finalmente chegaram ao cinema, Anya estava tão animada que parecia uma criança em um parque de diversões. Ela caminhava pelo saguão com entusiasmo, observando os pôsteres antigos e detalhes decoração, o que arrancou um sorriso encantado de Damian.

Ao vê-la tão radiante, o Desmond se viu imerso na atmosfera divertida e deixou de lado seus pensamentos tumultuados.

— Olha metido, é o cartaz do Bondman! — disse ela.

— Estou vendo.

Enquanto Anya caminhava com tanta empolgação, seus passos foram interrompidos por um tropeço inesperado. Ela caiu no chão, com as bochechas coradas de vergonha. Damian não pôde conter o riso, que ecoou pelo saguão do cinema. Ele se aproximou rapidamente para ajudá-la a se levantar, mas a Forger, com olhos fervendo em raiva, ameaçou nele enquanto se levantava sozinha. Damian deu um passo para trás, rindo ainda mais com a situação.

Após o pequeno incidente, decidiram aproveitar o tempo antes da sessão do filme e foram jogar alguns jogos no fliperama. Os sons eletrônicos, as luzes coloridas e a competição amigável preencheram o ambiente enquanto eles se divertiam. Juntos, se envolveram em várias partidas emocionantes e acirradas. O riso e os comentários animados preenchiam o ar enquanto tentavam superar um ao outro nos diferentes jogos.

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