Capítulo 12

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Damian e Anya caminhavam lado a lado pelas ruas tranquilas da cidade, após saírem do cinema. A noite estava fresca, com uma suave brisa que acariciava seus rostos, levando consigo o aroma tentador das especiarias e dos pratos recém-preparados. Damian sentia uma mistura de excitação e responsabilidade em seu peito. Ele queria garantir que Anya chegasse em casa em segurança, especialmente naquela época, em que as ruas podiam ser menos previsíveis.

Enquanto caminhavam, as ruas eram iluminadas por postes de luz amarelados, lançando uma luz suave e acolhedora sobre o caminho de paralelepípedos. O Desmond não conseguia desviar os olhos da Forger ao seu lado. Seu coração parecia bater mais rápido a cada passo que davam juntos. Ela era uma visão deslumbrante, com seus cabelos longos e soltos, suavemente acariciados pelo vento noturno. Seus olhos brilhavam com uma profundidade cativante, refletindo as luzes da cidade e transmitindo uma alegria contagiante.

Decidido a tornar o caminho agradável, Damian começou a puxar assunto, enquanto o som dos motores dos carros antigos e as músicas suaves que escapavam dos bares próximos preenchiam o ar com uma atmosfera nostálgica.

— Então... você já viu outros filmes do Bondman? — perguntou, curioso para conhecer seus gostos cinematográficos.

Anya sorriu, animada com a pergunta, mergulhando na nostalgia da conversa.

— Ah, sim! Com esse, foram todos os 11 filmes do Bondman até agora!

Damian arregalou os olhos, surpreso com a devoção da garota.

— Todos os 11?!

Ela assentiu com entusiasmo.

"Ela é mesmo uma fã dedicada." pensou Damian.

— Fã número um! — Anya acabou deixando escapar, antes de perceber que quase tinha revelado seus poderes telepáticos.

Num gesto de desculpas, ela sorriu nervosamente, tentando explicar para não parecer que tinha lido os pensamentos do rapaz.

— Digo, sou fã desde criança... — justificou-se, desejando deixar claro que não estava invadindo a privacidade dele.

— Isso não é novidade.

— Mas sabe, hoje foi divertido. — olhou para o Desmond, com os olhos brilhando. — Eu nunca pensei que você realmente fosse vir.

O rapaz ficou um pouco confuso com o comentário.

— Por que não? — perguntou, genuinamente curioso.

Anya desviou o olhar, olhando para o céu estrelado por um momento antes de responder. Suas bochechas coraram ligeiramente.

— Geralmente, as pessoas acham que o Bondman é coisa de criança. Eu tentei convidar a Becky várias vezes para vir comigo, mas ela nunca aceitou. Disse que era infantil demais.

Damian ficou surpreso com a revelação da Forger. Ele não compartilhava da mesma opinião.

— Eu não acho! — sua voz saindo um pouco mais alta do que o esperado.

Anya o encarou, surpresa com a sua resposta, mas logo um sorriso iluminou seu rosto. 

— É por isso que Anya está feliz que o metido tenha vindo. — disse, com sinceridade. — E me desculpe por ter te arrastado até aqui. Deve ter sido entediante para alguém como você.

— Não foi entediante, na verdade... foi até... legal. — gaguejou um pouco, nervoso com a sua própria resposta. — Mas você está certa. Para alguém como eu, essa foi uma experiência nova. Sabe, minha vida é bem entediante e sair da rotina às vezes... é bom.

Olhou para Anya, capturando seu olhar atentamente. Ela parecia absorver cada palavra que ele dizia, e havia um brilho de curiosidade nos olhos dela.

Damian decidiu abrir-se um pouco mais, compartilhando seus sentimentos. 

— Eu passo a maior parte do meu tempo estudando e cumprindo responsabilidades. Não costumo me permitir muitos momentos de diversão ou escapar da monotonia do dia a dia. Mas hoje me diverti bastante.

A Anya sorriu de novo. Quando rla sorria, tudo ao redor parecia desaparecer. Seu sorriso era como um raio de sol que iluminava a noite escura, enchendo Damian de calor e felicidade. Seus lábios se abriam suavemente, revelando dentes perfeitamente alinhados, e seu rosto se iluminava com uma expressão genuína. Era um sorriso que fazia o coração do Desmond derreter e o mundo ao seu redor se tornar irrelevante.

— Quero que saiba que não me importa o que os outros pensam. Se assistir aos filmes do Bondman te faz feliz, eu estaria disposto a ver cada um deles com... você, se for preciso.

A Forger ficou momentaneamente sem palavras, surpresa com a declaração sincera do rapaz. Ela virou o rosto levemente, tentando disfarçar a alegria que a invadiu. Suas bochechas coraram suavemente, e um sorriso tímido brincou em seus lábios.

A brisa noturna soprou suavemente, criando um instante de silêncio entre eles. Damian sentiu seu coração acelerar, esperando ansiosamente pela resposta de Anya.

Finalmente, ela se virou para ele novamente, com seus olhos brilhando com uma mistura de timidez e felicidade.

— Metido, eu... eu adoraria assistir aos filmes do Bondman com você.

O sorriso de Damian se alargou, e ele sentiu uma onda de sentimentos tão intensos ao ouvir as palavras da garota. A felicidade invadiu seu peito enquanto eles continuavam caminhando em silêncio, aproveitando a companhia um do outro.

Enquanto percorriam o trajeto, o Desmond desejava que aquele momento pudesse durar para sempre. Ele queria capturar cada detalhe da cena: a luz dourada que envolvia Anya, a brisa suave que acariciava seus rostos, o som das risadas e conversas vindas de bares próximos. Era como se estivessem imersos em um sonho romântico, onde o mundo exterior desaparecia e apenas eles existiam.

Damian permitiu que sua mente vagasse por pensamentos futuros, imaginando como seria se eles fossem namorados. Será que aquele encontro seria igual? E a rivalidade entre eles ainda existiria? Ele estava curioso para descobrir o que o futuro reservava para eles.

Enquanto continuavam a caminhar, Damian sentiu o desejo de segurar a mão de Anya, mas sempre hesitava, desviando o olhar quando seus olhos se encontravam. Ele lutava contra a timidez e a incerteza, mas uma coragem inesperada começava a surgir dentro dele.

No entanto, antes que pudesse reunir toda a coragem necessária para dar o primeiro passo, uma voz familiar interrompeu o momento.

— Tio Yuri! — exclamou a Forger, acenando para o homem que estava a uma certa distância.

O rapaz olhou na direção indicada e viu o homem parado ao lado de seu carro estacionado na beira da calçada, enquanto acenava de volta. Damian sentiu uma pontada de frustração por ter sido interrompido naquele momento tão importante.

— Então... te vejo amanhã? — disse, coçando a nuca, visivelmente sem jeito.

— Claro, como se o papi fosse me deixar faltar aula. — respondeu Anya com um sorriso.

Damian assentiu, sentindo-se um pouco desapontado por não ter tido a chance de expressar seus sentimentos. Anya ofereceu uma carona, ele ponderou sobre a oferta, mas decidiu recusar.

— Não quero incomodar. — disse, tentando esconder sua decepção. — Além disso, acho que vou voltar para casa hoje.

Mais um momento de silêncio se estabeleceu entre eles, carregado de uma mistura de emoções. Damian sentiu um aperto no peito, mas tentou disfarçar.

— Obrigado por hoje, metido. — disse Anya, quebrando o silêncio.

Ela o abraçou rapidamente e saiu correndo, acenando para o rapaz enquanto se afastava. Damian ficou paralisado por um instante, observando Anya se distanciar.

Damian soltou um suspiro, sentindo-se envolto em uma mistura de emoções. A noite havia chegado ao fim de maneira inesperada, deixando-o um pouco perdido. No entanto, uma onda de antecipação tomou conta dele, mal podendo esperar pelo amanhecer para reencontrar a garota novamente. Um sorriso brincou em seus lábios enquanto ele caminhava para casa, pensando em todos os momentos mágicos daquele dia.
...

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