Áurea
Sento na cama depois de ter indo lá em baixo pra conferir se a porta tava trancada e pego meu celular pra avisar minha mãe pra não vim pra casa agora. Escuto o barulho de tiro já agoniada por não ter me acostumado mesmo morando aqui desde que eu me entendo por gente.
Vejo as horas passando e nada dos tiros passar, e com aquela sensação no peito ainda desde que ele saiu daqui. Ouço meu celular tocar e vejo o nome do Hd ali na tela, atendo escutando os sons de tiro no fundo e logo a voz dele preenche a ligação.
Hd: Áurea, se arruma aí que vou mandar um menor te buscar na tua casa. - faço uma cara de confusa, não entendendo o porque.
Áurea: o que aconteceu? - ouço os barulhos no fundo. - em Hélder, o que aconteceu?
Hd: patrão tá ferido, ele e o Deco. Ele foi pro postinho, o menor já tá chegando aí, não vai sozinha e só saí de casa quando o carro chegar. - confirmo, desligando.
[...]
Entro no postinho junto com a Duda, vendo algumas pessoas sentadas ali, e vou pra pra onde o Hd e o Souza.
Áurea: cadê eles? como ele tá? - pergunto assim que chego perto dos meninos.
Hd: eles entraram pra sala de cirurgia desacordados ainda, tô esperando a médica vim da notícias. - confirmo sentando na cadeira do lado dele. - vou ir pra boca resolver algumas coisas da invasão e avisar a mãe dele.
Áurea: vou ficar aqui, eu aviso a vocês dois quando a médica vim da notícias. - eles confirma e saí do postinho.
Pego meu celular na mão da Duda e vejo algumas mensagens ali, respondo a da minha mãe e depois a da Victória, desligo o celular depois de falar com elas e passo minha mão na perna já agoniada por não ter notícias dele.
Duda veio comigo pra eu não vim sozinha, por eu não estou me sentindo bem, e a Vic achou melhor a Duda vim comigo.
Horas e horas se passaram e nada ainda, já são mais de uma hora da manhã e sem notícias ainda, a mãe dele do meu lado dormindo, Duda foi embora descansar, Victória veio trazer lanche pra gente e nada da médica vim trazer notícias. Olho pro corredor com algumas pessoas sentadas ali e vejo a médica vindo com um prontuário na mão.
Áurea: dona Marina, a médica tá vindo. - ela levanta a cabeça do meu ombro e olha pro corredor vendo a médica vim até aonde a gente tá.
Marina: como meu filho tá? ele acordou? - olho pra ela vendo a expressão de cansada e tristeza no semblante dela.
Médica: a cirurgia deles ocorreu tudo bem, as balas foram tiradas, mas eles ainda estão desacordado. Estamos esperando o medicamento fazer efeito pra podemos avaliar o funcionamento do corpo deles se está tudo certo. - ela da uma pausa olhando o prontuário. - a visita tá liberada, se quiserem pode entrar as duas.
Áurea: eles estão correndo risco? - ela nega, me deixando mais aliviada. - a senhora pode levar a gente até o quarto aonde o Gabriel está? - ela confirma mandando a gente seguir ela, ajudo a dona Marina a levantar, nesse meio tempo a pressão dela abaixou, então ela tá meio fraquinha ainda.
Olho pra cama de hospital mais uma vez pra ver se ele acordou e nada. A mãe dele foi embora descansar depois que viu ele e agora eu fiquei pra passar a noite com ele, mas desde da hora que a mãe dele saiu daqui ele não acordou ainda. Olho pra ele vendo a expressão normal dele e os tubos no rosto dele, ajudando ele a respirar, pego meu celular vendo a chamada da minha mãe ali, e atendo conversando com ela alguns minutos.
Depois da ligação com minha mãe eu fiquei um tempinho acordada, até conseguir dormir, o que não durou por muito tempo, uns dez minutos depois de eu ter pegado no sono eu escuto os aparelhos apitando e levanto a cabeça vendo Brandão acordado me olhando, levanto do sofá que tinha ali indo pra perto da cama dele e já apertando o botão chamando a enfermeira, olho para o rosto dele vendo a aparência de cansado.
Áurea: ta se sentindo bem? Fiquei preocupada. - ele confirma, balançando a cabeça.
Brandão: eu não tô sentindo minhas pernas, é normal? Eu não tô conseguindo nem mover o dedo do pé. - olho pra ele com o semblante confuso, sem entender, por que a médica não disse nada sobre.
Olho pra porta vendo a médica com os enfermeiros entrar com o prontuário na mão.
Médica: Bom dia, sou a médica Luiza e estou acompanhando seu caso. Como você tá se sentindo? Tá sentindo dor? - ela para do lado dele, tirando o tubo do nariz dele.
Brandão: tô sentindo minhas pernas não doutora, isso não é normal não.
Médica: a anestesia não passou o efeito ainda, então por isso você não tá sentindo suas pernas. Caso passar as horas do efeito da anestesia, vamos fazer uma avaliação no senhor pra saber melhor sobre sua perda de movimentos. - olho pra o semblante novo da médica, vendo ela voltar a falar. - os enfermeiros tão ao seu dispor se precisar de alguma coisa a mais só apertar esse botão aqui, tá tudo certo com o senhor. Mais tarde venho verificar seus movimentos.
Brandão: valeu aí, eu posso comer já? - a médica concorda dando mais alguns aviso e saindo da sala. - como tá o Deco?
Áurea: tá bem, a Duda ficou com ele, a mãe dele passou mal e não pode vim. - ele concorda me olhando.
A mãe do Deco mora na Bahia, e ela passou mal quando soube da notícia, e pro bem dela era melhor ela ficar lá mesmo, ai a Duda disse que ficaram com ele pra ele não ficar sozinho.
Vejo a porta se abrindo mais uma vez e vejo a mãe dele entrar pela porta com uma mochila na mão. Olha pra ela dando um risinho vendo a expressão dela mais calma e leve, ela vem pra perto do filho dando beijo e abraçando, perguntando se tá tudo bem com ele, olha a cena vendo o amor que eles dois tem um pelo outro.
tava um pouco sumida aqui, mas voltei, vai ter vários e vários capítulos pra vocês aí.