Brandão
Tudo aconteceu em questão de minutos, tá ligado? Se não fosse o Sousa ali, ia ser só tiro pra matar mermo. A vida dentro do crime é isso, uma hora você pode tá vivo, outra hora debaixo de sete palmos. Só sei que Deus pode tudo, se não fosse ele e o Sousa eu e nem o parceiro Deco teria aqui nesse instante.
Olho pro lado vendo Áurea dormindo na cadeira, toda encolhida. Ficou o tempo todo do meu lado, junto com a coroa. Mas isso né vida pra ela não pô, menina nova cheia de sonhos e se envolver com alguém como eu só pode atrasar a vida dela. Quero tentar pra caralho com ela, mas também não quero ficar atrasando o lado dela e nem ficar segurando ela ter uma vida comigo. Olho em direção a porta vendo um médico entrar e olho pra cima da porta vendo o relógio marcar nove horas.
Médico: bom dia senhor, como está se sentindo? alguma dor? - ele pergunta indo pro meu lado olhando os aparelhos e anotando na ficha.
Brandão: tô sentindo nada não, tá suave. Que dia vou ser liberado? - olho pro rosto dele vendo ele mexendo no meu braço e fazendo algumas expressões.
Médico: se ocorrer tudo bem durante o dia, amanhã cedo o senhor vai ter alta. - concordo vendo ele se afastar e pegando a ficha que ele tinha colocado em cima da mesinha do lado da minha cama. - Daqui a pouco vem a enfermeira lhe avaliar novamente pra ver se está tudo bem com o senhor, tenha um bom dia!
O médico sai da sala e eu viro meu rosto em direção a Áurea vendo ela ainda dormindo, pego meu celular em cima da mesinha e vejo algumas mensagens ali na barra de notificações, clico em cima vendo uma da minha irmã de alguns minutos atrás.
Maelle: tá tudo bem? tô preocupada.
Maelle: tô com saudades.
Brandão: oi princesa, tá tudo certo comigo.
Brandão: daqui a pouco eu tô em casa, Gabriel te ama.
Minha irmã é o meu amor, ela e a coroa é a minha base, faço tudo pensando no bem delas sempre. Maelle é novinha, só tem dezesseis anos, tenho ciúmes pra caralho dela, não quero ela namorando tão cedo.
Saio dos meus pensamentos, olhando para o lado vendo Áurea se mexendo acordando, olho para o rostinho dela vendo um lado amassado e ela se virar me olhando com uma expressão confusa e cansada.
Brandão: que foi, nega? - pergunto, vendo ela levantando e vindo pra perto da minha cama, me abraçando. - em? ta toda quietinha.
Áurea: tive um pesadelo, amor. - pego na mãozinha dela ajudando ela subir em cima da cama.
Brandão: pensa nessa coisas não, tô aqui contigo. - ela concorda, me olhando e colocando o rosto no meu pescoço. - Quem ficou com o Deco?
Áurea: Duda ficou com ele, logo que os meninos tavam ocupados. Daqui a pouco eu vou ver eles. - concordo, sabendo que Deco já tava querendo a Duda.
Tiro o rostinho de Áurea do meu pescoço olhando o rosto dela e dou um cheiro no queixo perfeitinho que ela tem e desço pro pescoço inalando o cheiro que ela tem de morango, tiro meu rosto dali olhando pro olho castanho claro que ela tem puxando ela pra um beijo, nossas línguas no mesmo momento se junta tendo a conexão que só nós dois tem, puxo o lábio inferior dela dando uma mordida, vendo ela soltar um gemido baixinho, dou um vários beijinhos nela, escutando a zuadinha que faz.
Áurea: tá bom, mo. Pode chegar alguém aqui e ver nós dois assim. - dou risada, escondendo meu rosto no pescoço dela, escutando de longe um celular tocando e já sei que não é o meu. - é o meu celular, deixa eu olhar ali rapidinho. - solto ela vendo ela descer da cama e ir pra perto do sofá que ela tava pegar o celular dela.
Áurea: oi mãe, aqui tá tudo bem. - da uma pausa. - Não precisa, dona Marina vai vir aqui daqui a pouco, tá bom, tchau.
Brandão: que foi? - chamo ela pra cama de novo e ela nega. - deita aqui comigo.
Áurea: foi minha mãe, perguntando por você. - ela senta no sofá, pegando uma garrafinha de água e bebe. - vou esperar sua mãe chegar pra eu poder ir em casa tomar um banho.
Quando eu ia responder chega uma enfermeira com uma bandeja na mão com alguns bagulho dentro, e logo atrás vem outra com um bandeja menor com uns frascos.
Enfermeira: bom dia, essa é sua última avaliação antes de ter alta, se estiver tudo certo, no fim da tarde o senhor já recebe alta. - concordo com a cabeça, e sinto uma pontada no braço por ela tá tirando o bagulho que tava. - a senhora vai precisar dar um banho nele, vai necessitar de ajuda?
Áurea: não, eu dou conta, mas mesmo assim obrigada! - a enfermeira concorda, saindo da sala junto com a outra. - você vai querer comer agora? ou quer tomar banho antes?
Brandão: me dar um banho primeiro, nega. - ela concorda, indo pra minha mochila e pegando uma muda de roupa, com toalha e colocando na ponta da cama.
Áurea: me dar a mão aqui, amor. - pego na mão dela segurando e fazendo um pouco de força pra levantar, escuto a porta abrir e olho na direção dela vendo minha mãe entrando, junto com minha irmã. - bom dia tia.
Marina: deixa que eu dou banho nele, Áurea. - minha mulher sai de perto de mim indo pra perto da minha irmã abraçando ela. - mamãe tava preocupada com você, meu amor.
Brandão: tá tudo certo já coroa, daqui a pouco eu tô em casa. - ela concorda me ajudando ir para o banheiro e depois Áurea vem atrás com os bagulho que ela tinha separado e logo em seguida saí fechando a porta. - te amo demais coroa.
Marina: você é meu amor, filho. Obrigada por tudo que você faz por mim e sua irmã. - olho para o rosto dela sorrindo e ela começa me dar banho.
Minha coroa me dar banho, e depois já termina e coloca minha roupa que Áurea separou, volto para o quarto sentando na cama e vendo minha mulher trazer a comida pra perto de mim e colocando em cima da mesinha de lado.
Áurea: consegue comer sozinho? se quiser eu lhe dou amor. - olho para o rosto dela e vejo o quanto ela é perfeita namoral, sorte do caralho a minha.
Brandão: quero ajuda amor. - ela se afasta um pouco tirando o moletom e volta para o meio das minhas pernas, pegando o prato de comida na mão começando a me dar, olho para o tamanho dela vendo que mesmo assim ela ainda fica baixinha.
Olho em direção a minha irmã vendo ela me olhando sorrindo, dou um risco de leve, voltando a olha pra minha mulher, vendo o quanto ela é toda delicada e prestativa. Áurea termina de me dar a comida e pega o suco me dando, bebo vendo que tá sem açúcar e depois que termino entrego o copo pra ela. Pego meu celular, vendo as mensagens na barra de notificações e abro a do Sousa.
Sousa: tudo certo aí? a barra tá pesada ai perto da entrada do morro.
Sousa: o parceiro Deco já teve alta, a Duda ficou com ele lá na casa dele.
Brandão: tá de boa aqui, daqui a pouco já tô na minha casa.
Subo meu rosto em direção a minha mãe, vendo ela me olhando querendo falar alguma coisa.
Brandão: que foi coroa? - vejo as três sentadas juntas no sofá olhando na minha direção.
Marina: eu e Áurea decidimos que é melhor você ficar na minha casa, aí não tem risco de você aprontar. - dou risada, colocando a mão no rosto.
Brandão: tô fudido mesmo. - dou risada. - já era.
Maelle: eu concordo também, e além de eu e minha mãe, Áurea vai passar uns dia lá pra aumentar a supervisão com você.
