• Vazio

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Pov Lalisa Park Manoban

Gemi de dor ao sentir a agulha entrando em meu braço, mal havia começado e eu já estava agonizando.

— É rapidinho não se preocupa. — A enfermeira falou enquanto fazia uma sutura no corte aberto.

Mas aquela dor física não se comparava a dor mental que eu estava sentindo, ainda confusa com o que eu tinha feito, como eu iria olhar na cara de Rosé?, talvez ela não quisesse me ver mais nem pintada de ouro, aquele pensamento fez o meu coração doer e eu comecei a chorar.

— Está doendo tanto assim?. — A enfermeira perguntou preocupada parando a sutura.

— Não, pode continuar.

Enquanto ela costurava meu braço eu tentava repassar todos os acontecimentos das horas anteriores, eu brigando com Suzy, o segurança entrando na sala, Rosé tentando me acalmar desesperada, e eu batendo no vidro de sua sala com tanta força que um pedaço de vidro rasgou o meu braço.

Eu não sentia tanta raiva assim a muito tempo, mas ver Suzy tratando Rosé daquele jeito despertou um gatilho em mim, meu corpo ferveu e eu perdi completamente o controle das minhas ações.

E depois de toda a confusão ela me trouxe pro médico, em completo silêncio dentro do carro, tinha parado de chorar mas não me olhava nos olhos.

Me deixou na emergência e saiu sabe se lá Deus pra onde, eu deveria voltar pra nossa casa?, deveria passar a noite no hospital?, eu não sabia realmente o que fazer.

A enfermeira terminou os curativos, por último enfaixou a área do meu braço e limpou alguns cortes superficiais no meu rosto.

Quando entrei no banheiro e me encarei no espelho eu vi a Lisa antiga refletida nele, aquilo fez o meu coração bater extremamente rápido, eu comecei a chorar de novo compulsivamente, e a enfermeira entrou no banheiro preocupada.

— Lisa você está ofegando. — Ela disse sentindo o meu pulso. — Desse jeito seu coração vai parar.

Ela me puxou pela mão me ajudando a deitar na cama enquanto eu ainda chorava desesperada.

— Você pode me dar um calmante?.

— Preciso de autorização para isso, primeiro um médico tem que vê-la, eu posso chamá-lo se quiser. — Concordei com a cabeça tentando enxugar minhas lágrimas, em vão, elas não paravam de cair.

Eu nunca me odiei tanto, como se eu tivesse voltado para o buraco que eu lutei tanto pra sair.

Não demorou para um médico passar pela porta.

— Como vai Lisa. — Ele disse analisando o meu prontuário.

— Você consegue me receitar um calmante?.

— Pretente passar a noite aqui?. — Concordei com a cabeça, seria bom não encarar a minha mulher naquele momento.

— Sim, pelo menos hoje. — Ele se aproximou me examinando de perto.

— Parece que foi um corte feio. — Ele disse observando o meu braço.

— Eu quebrei um vidro, na mão. — Ele não me olhou espantado, apenas me encarou de braços cruzados.

it will rain • ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora