As Cartas nas Estrelas

Interlúdio Ramon

Saio da casa do Patrick já quase anoitecendo, foi bom ter vindo até aqui. Hoje eu precisava sair de casa. Meu pai estava transtornado e eu sabia que era melhor sair de casa o deixando sozinho.

O que não esperava era do cara se abrir, desde o primeiro momento eu imaginei quem ele é de verdade, mas fui errado de falar algo sem saber o que ele sentia de verdade.

Ter 20 anos não me faz adulto como eu pensei que seria, mas muitas coisas eu já sei como tentar ajudar. Desço a rua e vejo uma garota. Ela está com uma blusa preta que deixa o piercing no umbigo visível e uma cintura tão fina que eu não consigo não olhar até onde ela vai.

Seus olhos são verdes e ela sorrir perto de um garoto que nunca vi na vida, ele estar de mãos dadas com ela, ou seja já sei que ela namora e nem penso em dar um sorriso quando passo, eu sei que é melhor não me envolver com pessoas que namoram além de que quem em sã consciência iria continuar querendo algo comigo quando saberem de quem sou filho.

Eu já me acostumei com isso, meu foco esse ano é passar em medicina e sumir daqui, nestes dois anos eu tentei, mas não consegui. Porque sempre meu pai acaba passando mal em um dia do exame e eu preciso olhar ele.

A casa está em silêncio, vejo meu pai desmaiado com a garrafa do lado na sala e entro direto para o meu quarto. Respiro fundo, e torço para que um dia... a única imagem que me vem é da garota que eu vi na rua...