Capítulo 6

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Archen conseguia sentir a raiva evaporando pelo corpo do amigo que o seguia

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Archen conseguia sentir a raiva evaporando pelo corpo do amigo que o seguia. Ele entendia que aquilo poderia foder tudo, mas ao mesmo tempo, também sabia que aquela poderia, no fim, se tornar a desculpa perfeita. Ele parou, respirou, olhou para o amigo e sussurrou em seus ouvidos:

- Segue o que eu vou fazer, sem dar mancada, que em menos de 15 minutos a gente se livra deles. - e logo em seguida continuou o caminho para a mesa, dessa vez segurando a mão de Phuwin, que, com toda a certeza, parecia desconfortável. 

Boto sabia que dentro da organização e, mesmo entre os seus próprios funcionários, haviam estórias e boatos sobre a possibilidade dele ter um relacionamento com Phuwin. Eles nunca comentavam ou falavam a respeito, pois sinceramente, nenhum dos dois ligava muito para aquilo. Para Archen, relacionamentos afetivos e amorosos eram coisas totalmente fora da sua realidade. Primeiro, pelo óbvio, e segundo pelo fato de que o interesse dele por outras pessoas costumavam acabar logo depois de uma foda. A casualidade não era algo que ele escolhia, e sim algo que simplesmente acontecia. E ele sabia que para Phuwin a casualidade era uma escolha da qual o amigo adorava se vangloriar.

Archen sempre agradecia a velocidade na qual a sua mente trabalhava, pois no momento em que viu a mesa se aproximar, ele sabia que ele tinha já tinha a atenção de Force onde ele queria: nas mãos entrelaçadas dele e Phu. Force não fez questão de disfarçar e o sorriso que ornou seu rosto só confirmou para Boto que, mais uma vez, ele tinha feito a aposta certa.

- Senhores, - ele disse quando chegaram na mesa.

- Force, quando o Boto me falou que tu estavas aqui eu não acreditei - cumprimentou Phuwin ao parar ao lado de Boto.

- Depois de ouvir muitas coisas boas do bar de vocês - respondeu Force lançando um olhar para Forth - Resolvi, finalmente, fazer uma visita. Sentem, vamos beber, faz tempo que não vejo vocês! - disse oferecendo cadeiras vazias que ele tinha pedido ao garçom para colocar ali.

Boto percebeu que Force não era o único que tinha sua atenção fixa nas mãos deles, o homem que mais cedo tinha causado uma comoção, o tal do Dunk Leon, também olhava fixamente para eles, e isso era tudo o que ele queria. Ele puxou uma das cadeiras e sentou, puxando Phuwin e fazendo com que o mesmo sentasse em seu colo. Boto sentiu o amigo travar, mas mesmo assim passou o braço ao redor de sua cintura e deu um aperto para sinalizar que ele seguisse o plano.

Force deu um sorrisinho e começou a apresentar os colegas de mesa: - Forth, Pond, Dunk e Book - disse apontando para os amigos - Boto e Phuwin - continuou - Mas acho que o Phuwin vocês já conhecem! Né não, Dunk?!

Boto percebeu que o homem não ficou nada feliz ao ser chamado para o centro das atenções. 

- Sim - Dunk respondeu enquanto bicava sua bebida - Costumamos nos ver por aqui, certo Phuwin?! - disse lançando um olhar desafiador na direção dos dois.

- Sim, é sempre um prazer recebê-los em nosso bar - respondeu Phuwin com um sorriso amarelo.

- Phu, você pode me servir uma dose?! - disse Boto no ouvido do amigo, alto o suficiente para que todos ali pudessem ouvir, enquanto trazia o corpo do mesmo para mais perto de si. Phuwin tentou dar o sorriso mais afetuoso que conseguiu e fez o que lhe fora pedido. Ao lado deles, Boto conseguiu perceber que o amigo ao lado de Dunk estava tenso e que Force parecia estar intrigado e se divertindo com tudo aquilo.

- Então, vocês trabalham com o tio do For?! - perguntou Book, tentando começar um assunto para diminuir toda aquela tensão.

- Para o meu tio - corrigiu Force.

- Na verdade, temos uma sociedade - falou Boto ao tomar um gole de sua dose e dar um beijinho nas costas de Phuwin, que agora parecia entender as intenções do líder e tinha levado sua mão para acariciar aquela que estava em sua cintura. 

No momento em que falou isso, Boto percebeu alguma coisa mudar no olhar de Force, que com um sorriso amarelo continuou: - Sociedade?! É uma maneira de ver as coisas... -  e Boto jogou para ele um olhar de vitória. 

- Então, Phuwin, vocês dois realmente são um caso?! - disse Force com desdém nas palavras. Boto só jogou um sorrisinho para Force e percebeu que Phuwin não ia aguentar mais aquela situação por muito tempo. O amigo estava indo bem, mas o seu temperamento era algo que Boto não gostava e nem conseguia controlar. Então disse trazendo a atenção do mesmo de volta para si:

- Phu, se você continuar se mexendo assim vai ser bastante constrangedor para mim.. - mais uma vez falando alto o suficiente para ser ouvido. Isso gerou risadas vindo de Book e Forth, e um olhar fulminante do riquinho que estava bem a frente deles. Phuwin se levantou na maior velocidade possível e disse para o resto da mesa: 

- Nós temos coisas importantes a resolver, se nos dão licença.. - e saiu puxando Boto, que assim que levantou lançou outro sorrisinho para a mesa e foi andando atrás de Phuwin.

Quando voltaram a parte de trás do bar, o amigo finalmente soltou a sua mão e começou a resmungar. Boto deu uma gargalhada verdadeira, pois ele sabia que para o amigo aquilo tinha sido algo impensável. 

- BOTO, BRO, você nunca mais vai encostar em mim dessa maneira - resmungava Phuwin - Porra, mano, que nojo.. você não faz o meu tipo.. meu Deus, que raiva, acabou minha reputação.. que plano idiota.

- O importante é que funcionou - disse Boto enquanto eles se encaminhavam para o carro que já os aguardava - Agora vamos ao que realmente interessa. - disse pegando o celular e discando número de Neo. - Acabei de te enviar a localização, lembra que tem que ser antes das 3h, Neo. - disse relembrando o amigo.

- Yes sir, sir. - respondeu Neo.

- Se der B.O, tu pega o Mark e some .. entendeu Neo?! - disse Boto antes de desligar sem ouvir a resposta do amigo.

- Boto, o Podd já tá lá e disse que tá com bastante movimentação.

- Eles já começaram a tirar as coisas?! - perguntou Boto e Phuwin fez a pergunta a Podd pelo celular e colocou o mesmo no viva-voz.

- Não, eu não vi nada sair ainda.. eu acho que tão só organizando.

- Podd, tu achas que tem quantas pessoas aí?! - perguntou Phuwin.

- Cara, deve ter uns 30 no máximo.. Tá bem movimentado, mas não parece que eles estão com tanta pressa assim.

- Podd, assim que chegarmos vamos entrar por trás - disse Boto - Tu e teus homens tem que assegurar que ninguém deixe o prédio pela saída da frente. Entendeu?

- Tu não quer que a gente entre ao mesmo tempo?! MAS QUE PORRA BOTO, quanto mais gente, melhor.

- Eu preciso que tu assegures que ninguém saia do prédio pela frente - disse Boto firmemente - Ninguém pode sair do prédio! Vou deixar homens na parte de trás também.. - Antes que Podd pudesse dar um pt no telefone, Phuwin falou.

- Celular não funciona em nenhum dos prédios do Tawan, ele coloca aquela merda que atrapalha o sinal - e Boto confirmou com um sorriso.

- Entendeu Podd?! Se ninguém sair, a gente consegue garantir que o Tawan não saiba de nada.. pelo menos por agora. - Concluiu Boto que ouviu Podd suspirar uns palavrões antes de desligar.

Podd não era o favorito de Boto, na verdade, ele era alguém em que ele não confiaria nunca 100%. Mas, ao mesmo tempo, naquele momento ele era a pessoa perfeita para ajudar, pois se Tawan estava ferrando com os lucros de Boto, com Podd ele estava fazendo mil vezes pior. Ele sabia que o chefe da organização queria excluir, definitivamente, o homem que tinha lhe roubado a mulher. Então, mais uma vez, a oportunidade perfeita. Metade da noite já tinha passado e, até ali, tudo estava se encaminhando do jeito que Boto queria.

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