Capítulo 14

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Ele me devolveu o sorriso e levantou

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Ele me devolveu o sorriso e levantou. "Eu trouxe café pra você. Nós temos que estar lá às 12h, então se prepare para o dia..", ele disse enquanto pegava uma caixa do guarda roupa. "O Carlinhos vai te acompanhar depois da reunião até o seu apartamento. Não vou poder ir."

Eu olhei para ele buscando uma explicação para o fato de ele não me acompanhar, mas foi só os meus olhos encontrarem os dele que eu percebi que alguma coisa não estava certa. O homem não era de dividir muito os seus pensamentos e muito menos as suas ideias, mas depois de alguns dias convivendo com ele, eu já tinha percebido que os olhos dele tendiam a falar mais do que a boca dele. Eu já podia identificar alguns sentimentos.

"Eu não confio em seus homens e esse Carlinhos sempre me olha torto..", respondi. "Se for pra ir com ele, é melhor eu ir sozinho."

"Não existe essa possibilidade Dunk.", o homem me respondeu.

"Existe sim.", respondi, levantando e indo em direção a xícara de café. "Você sabe que eu preciso ir ao meu apartamento não só por mim, mas por você também. Então se você não vai me acompanhar até lá, eu vou sozinho. É melhor do que ir acompanhado de um homem que me fuzila com o olhar desde a primeira vez que me viu."

"É muito perigoso..", ele continuou e eu dei de ombros.

"Eu sei me cuidar.", continuei enquanto tomava um gole da caneca de café que ele tinha trazido.

"Da última vez que você não me ouviu.. Isso aconteceu.", ele disse depois de me abraçar por trás e colocar a mão na ferida em minha barriga. Eu dei um tapa em seu braço antes de soltar um gemido de dor. 

"Archen, eu não confio nele e ponto final. Se você não vai comigo, eu vou sozinho.", falei com raiva pelo fato dele ter usado a minha ferida contra mim. Aquilo havia sido um erro que eu não iria cometer novamente. Todos os meus passos, desde aquela noite, precisavam ser bem pensados e coordenados com os passos dele. Aquele homem, Boto, ou Archen, que era o verdadeiro nome dele e como eu preferia chamá-lo, tinha se tornado uma peça fundamental em minha vida, em tão pouco tempo, que me assustava. O que era o meu relacionamento com ele, eu não saberia dizer. Mas eu precisava dele e ele precisava de mim e, naquele momento, era isso que bastava. 

Entrei no banheiro e bati com força a porta atrás de mim.

9 DIAS ATRÁS   

Tínhamos dirigido por cerca de 10 minutos, quando meu celular começou a tocar e ao atender percebi os olhares fixos dos homens em mim: "Oi Fot.."

"Oi Fot?! D, man, onde vocês estão? Vocês sumiram e o Pond não atende o celular..", Fourth começou a disparar do outro lado da linha.

"Desculpa te largar aí man, aconteceu um problema e nós precisamos vir embora.. Foi tudo muito rápido e a gente não conseguiu te avisar", eu respondi devolvendo o olhar para os homens que ainda tinham sua atenção em mim. Eu sabia que eles estavam receosos de eu falar alguma coisa, mas eu não era maluco. Ou talvez era, pois se não fosse, não teria me metido e metido o Pond nessa situação.

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