Capítulo 13

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Comecei a despertar e senti os meus músculos contraírem

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Comecei a despertar e senti os meus músculos contraírem. Precisava alongá-los. Abri meus olhos e precisei de um tempo para me ajustar a claridade. Olhei ao redor e reconheci o ambiente que, agora, já era mais  habitual para mim. Ali não tinham muitos móveis: uma poltrona, um guarda-roupa, uma cama e só. Criei coragem para virar para o outro lado e percebi que o homem que antes ocupava o lugar ao meu lado não estava mais ali. Busquei pelo meu celular e o encontrei embaixo do travesseiro, eram quase 10h da manhã e, mais uma vez, a minha caixa de mensagens estava cheia. Minha família não tinha recebido muito bem a notícia da minha "viagem" repentina. Finalmente criei coragem para levantar e, assim que fiz isso, as memórias de como tinha chegado ali voltaram a mim.

"LEON.." o homem ensanguentado que tinha a cabeça em meu colo falou antes de morrer. Parece que o tempo parou dentro do carro. Todos permaneceram em silêncio e pareceriam perdidos nos próprios pensamentos. Os únicos sons que se ouviam eram as sirenes dos carros de polícia e o choro baixinho de Pond. 

Leon, ele tinha falado. Leon, o meu sobrenome. O sobrenome de minha família. Isso era tudo o que se passava na minha cabeça naquele momento. 

De repente um outro som invadiu o ambiente: "PHU, ele tá morto", disse o homem que se sentava no banco da frente. E foi aí que eu percebi que Phuwin ainda tentava salvar o homem que estava jogado em cima da gente. 

"Ele não pode tá morto, Boto..", ele insistia meio desesperado.

"PHU", Boto falou com mais firmeza e segurou na mão do 'amigo'. Phuwin pareceu ter um momento e, finalmente, soltou um suspiro que para mim pareceu mais como um grito.

"Tem um homem morto no banco de trás do meu carro..", eu ouvi o meu amigo sussurrar no banco da frente, "tem um homem morto.."

"Pond..", eu comecei, "Você tá bem?!", perguntei, mesmo sabendo que tudo que ele não estava era bem.

"Ele tá em choque..", Boto me falou depois de observar o estado de Pond, "Ele não vai conseguir te responder nada no momento.."

O meu primeiro instinto foi tentar abrir as portas do carro e ir em socorro ao meu melhor amigo, mas a porta estava fechada e Phuwin segurou o meu braço e negou com a cabeça. Percebi então que Boto olhava firmemente para o lado de fora do carro, onde uma viatura tinha acabado de estacionar em frente ao local onde estávamos escondidos. Pond começou a falar um pouco mais alto e, de repente, bateu um desespero. 

Saí do meu surto momentâneo quando vi que Boto tinha feito algo com meu amigo que agora estava desmaiado no banco da frente. Tentei pular em direção a ele para ajudá-lo, mas Phuwin me segurou novamente e sussurrou: "Ele só colocou ele pra dormir.. Se a polícia pegar a gente agora, estamos fudidos". 

Phuwin tirou a mão de meu braço,  colocou nas minhas costas e empurrou o meu tronco para baixo e foi ai que eu entendi que precisávamos nos esconder. Escutei um barulho na parte da frente do carro e vi que Boto recarregava sua arma. Eu não sabia o que estava passando na cabeça do homem, mas eu, definitivamente, não achava inteligente trocar tiros com a polícia. As luzes de lanternas começaram a se aproximar e eu senti como se o meu coração fosse parar de bater, e mais uma vez um silêncio absoluto tomou conta do carro. Foram segundos que pareceram horas, mas nada aconteceu. NADA ACONTECEU.

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