Capítulo 22

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As palavras que saíram do homem a minha frente pareciam carregadas de alívio e medo

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As palavras que saíram do homem a minha frente pareciam carregadas de alívio e medo. Eu levei, sem pensar, a minha mão ao seu rosto e deixei ali, tentando confortá-lo. Esperei ele se acalmar mais e usei o tempo para pensar em como sairíamos dali. Minha moto estava estacionada no quarteirão atrás e, provavelmente, eles já sabiam que eu estava ali, então eles cercariam as saídas principais. E, pelo jeito, o prédio não tinha muitas saídas alternativas. Teríamos que sair pela porta da frente. A pergunta era como.

Poderíamos causar alguma coisa no prédio, talvez puxar o aviso de incêndio, já que apesar da pouca movimentação dos moradores, alguns estavam por ali. Isso me pareceu uma boa ideia até eu lembrar de que isso poderia sair pela culatra. Envolver a polícia e as autoridades naquele momento poderia ser bastante arriscado para mim e para o homem a minha frente. Esse que parecia estar retornando para si e agora já respirava mais devagar. 

Tirei minha mão de seu rosto e isso trouxe a atenção dele de volta para mim. Removi a jaqueta que eu usava e a usei para cobri-lo. "Coloque isso, precisamos sair daqui o mais rápido possível.." 

As vezes pensar em todas as probabilidades pode ser pior do que agir por instinto. A verdade era que a melhor coisa a se fazer era aproveitar que eles estavam dispersos pelo prédio a procura de Dunk e aproveitar isso. 

"Seus homens estão a caminho?! Eu pensei em ligar para a polícia, mas eu não sei como eu explicaria..", ele começou a falar.

"Não tem ninguém a caminho.", respondi prontamente e logo me arrependi, pois o rosto do homem empalideceu. "Mas nós vamos sair daqui, eu tenho um plano.", disse tentando passar certeza, mas a verdade é que eu tinha somente a ideia maluca de descer as escadas e brigar o nosso caminho pra fora. Ele não pareceu muito satisfeito com a minha resposta, mas ele acenou com a cabeça.

Me abaixei e tirei uma faca que ficava armazenada ao redor do meu tornozelo e dei na mão dele. "Tente ficar atrás de mim, mas caso você precise se defender.. Não tenha medo de usar". A maneira que ele segurou a faca me surpreendeu, só alguém com habilidades no manuseio de armas brancas segurava daquele jeito. Dunk, com certeza, era mais do que mostrava ser.

"Minha moto está estacionada no quarteirão ao lado, e a saída mais próxima é a da garagem. Como eles estão te procurando pelo prédio, acho que devemos sair por lá. O único problema é que eu não sei como vamos abrir o portão.", continuei falando.

"Tem um botão na pilastra próxima do portão, é possível abrir o portão por lá quando estamos sem o controle..", ele me respondeu.

"Certo, isso facilita as coisas.", disse me aproximando da porta e tentando ouvir algo do outro lado.

"Já tem um tempo que tô aqui e eles me viram descendo..", Dunk me disse em tom preocupado.

"Isso não muda o fato de que vamos sair daqui. Eu preciso que você confie em mim.", eu disse e esperei pela resposta do homem a minha frente. Senti uma mudança em sua postura e isso me deixou mais seguro. Eu não precisava de um Dunk assustado, eu precisava do homem de ontem a noite, do homem decidido. 

"Eu confio.", ele disse.

Abri a porta devagar, olhei para os dois lados do corredor e não vi ninguém. Sabia que agora não tinha mais volta. Eles provavelmente já haviam me visto pela câmera, então precisávamos ser rápidos. Confirmei para o homem que poderíamos sair e fui em direção as escadas de segurança. Parei em frente a porta e ouvi o barulho de passos apressados. Entrei e percebi que o barulho vinha dos andares superiores. Segurei na mão de Dunk e o puxei para descermos. Assim que chegamos no andar abaixo, a porta se abriu e um dos homens tentou nos parar. Aparentemente eles também estavam armados com facas, já que, realmente, não seria interessante despertar todo o prédio com barulhos de tiros. Não demorou muito para que eu o desarmasse e o deixasse desacordado, então segui puxando Dunk em direção ao estacionamento. 

Quando chegamos lá, o que foi bem rápido, já que eram somente 3 lances de escada, percebi que o homem travou e eu sabia que era por conta do corpo do porteiro que ainda estava jogado ali. O puxei para fora das escadas, pois os homens de cima estavam se aproximando. No estacionamento demos de cara com Lukinhas, um dos homens de confiança de Pete e, com certeza, o chefe daquela operação.

"Boto, que surpresa!", ele disse sorrindo em nossa direção. O homem estava acompanhado de mais 2 e, como eu não queria esperar o resto dos homens descerem, só respondi: "Uma surpresa desagradável", antes de ir em direção a eles e iniciar o combate. 

Os dois homens vieram com tudo, mas eles não foram rápidos o suficiente. Quando um deles tentou me acertar, eu aproveitei a oportunidade para cortar o braço e a barriga dele. O outro tentou se aproveitar da minha luta com o primeiro, para tentar me acertar, mas ele também falhou. Enquanto o primeiro caía no chão, eu aproveitei e acertei 3 golpes no segundo. Lukinhas ria enquanto batia palmas: "Não esperava menos de você Boto. Nunca imaginei que iria ver o grande Boto em ação, eles não mentiram quando falaram que você derruba alguém em menos de 3 movimentos.."

Ele falou e eu me preparei para ir em direção a ele, quando ouvi a voz de Dunk atrás de mim:

"Ele tá ganhando tempo falando pra porra Boto, esse pedaço de pau não vai segurar a porta por muito tempo..", e foi quando eu percebi que enquanto eu enfrentava os homens, Dunk havia dado um jeito de impedir o resto dos homens de saírem. Eu sorri em direção a Lukinhas e falei:

"Vou te dar o show completo.."

O homem a minha frente empalideceu ao entender o que eu quis dizer. Lukinhas nunca foi conhecido pela sua inteligência, ele era um bruto e só isso. Corri em sua direção e enquanto com os outros ainda foi preciso um pouco de esforço, com ele foi só um golpe direto e reto em seu pescoço. O homem levou a mão em direção a sua ferida ao cair no show. Virei para trás e busquei Dunk que me olhava de uma maneira diferente. Eu conhecia aquele tipo de olhar, eu o vi várias vezes durante a minha vida. Era normal. O que eu não esperava era que o homem viesse em minha direção, segurasse em minha mão e me guiasse em direção a pilastra.

"Archen, você é filho do John Wick?!", ele disse enquanto andávamos e outro sentimento desconhecido correu por mim, sentimento esse que levou um sorriso ao meu rosto. Saímos do prédio, pegamos a moto e saímos em direção ao meu local de encontro com Phuwin. Eu não sabia o que o resto do dia guardava para mim, mas eu queria que o homem que agora estava agarrado em minha cintura, estivesse onde eu pudesse vê-lo.

NOTAS DA AUTORA: MDS, mesmo eu amando filmes de ação, é super difícil escrever cenas detalhadamente. Eu espero que vocês entendam e que estejam gostando. Vou tentar melhorar mais, no futuro, essas cenas. Obrigada desde sempre pelos votos e comentários.



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