20 - Rebelião (Parte I)

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Enid, Eleven, Mike, Yoko, Divina, Jenna, Bianca e Laslow ficaram petrificados com a narrativa de Max. Aquilo parecia um gigantesco pesadelo.

- Todos mortos? Será possível? - Laslow quebrou aquele silêncio incômodo e doloroso.

- Foi o que o meu pai disse. E agora eu também sei que não tenho mais ninguém da minha família. - Max enxugou uma lágrima que caía.

- Meu Deus, e tudo isso por minha causa? Minha irmã está fazendo isso apenas para me matar? - Eleven, desesperada, cerrou as pálpebras.

Mike a abraçou com força, aconchegando-a junto ao peito. Ele também fechou os olhos e engoliu em seco. O perigo que os rondava era muito maior do que imaginaram.

A única pessoa que parecia manter o controle era Enid. Ela olhava para lugar nenhum, acariciando lentamente a barriga imensa, apática. Depois, por fim, disse aos demais:

- Convoquem uma assembleia. Todos têm o direito de saber o que aconteceu. - Enid reunia o seu autocontrole. - Mas ninguém pode saber a parte que diz respeito à Eleven, está bem? Isso tem que ficar entre nós.

Enid respirou fundo e se levantou. Precisava pensar no próximo passo. No fundo, sabia que Coronel Hopper tinha razão: fugir parecia a única chance.

Apesar do sentimento geral de consternação, todos a observavam com surpresa. No íntimo, ficaram com medo da reação de Enid, afinal, ela perdera a esposa.

- Enid, fala com a gente. Não precisa carregar esse fardo sozinha. Nós somos suas amigas. - Yoko olhava, muito séria, para a amiga.

- Estou arrasada pelos nossos amigos que morreram e seus entes queridos, quando souberem das notícias, vão morrer um pouco também. No entanto, não estou assim por causa de Wednesday. - Enid soltou um suspiro pesado e doloroso.

- E por que não? - Yoko perguntou, surpresa.

- Porque Coronel Hopper falou que ela desapareceu. Isso para mim já é o suficiente para ter esperanças. Acho que minha esposa está viva. - E ela saiu da sala, deixando todos estupefatos.

* * *

Enid voltou para casa com o peito apertado e um nó na garganta. Sua respiração estava pesada, como se tivesse uma crise de hipertensão. E precisava se manter firme, pois teria que fazer algo importante, sozinha.

Antes da assembleia, ela precisava falar com todos seus filhos.

A última coisa que queria no mundo era que eles soubessem por outra pessoa sobre o ocorrido em Princeton. As crianças precisavam ouvir dela.

Elas ficaram atônitas quando ouviram a notícia de que Wednesday desaparecera. Foi uma cena dolorosa, cruel.

Noah e Wendy pareciam desnorteados, sem esperança.

- A minha mamy morreu? - Noah perguntou, à beira do desespero.

- Calma, meu querido, nós ainda não sabemos. Mas eu tenho certeza de que ela está bem; ela é muito forte - Enid falou com lágrimas nos olhos.

- Mamãe, não é justo! Eu já perdi uma mamãe antes, não posso perder outra! - Wendy chorava, inconsolável.

Noah não disse mais nada, apenas soluçava de forma descontrolada.

Wendy, o abraçou, amorosa.

- Calma, a mamy vai voltar... - Wendy sussurrou, abraçando Noah e acariciando seus cabelos.

- E se ela não voltar? - Noah esfregou os olhos com as mãos, enfiando o rosto nos cabelos de Wendy.

- A mamy prometeu que tomaria conta de todos nós para sempre e ela nunca quebra uma promessa. - Mas Wendy chorava também. Ela era a criança mais corajosa daquele grupo. Sozinha, ela tomara conta de si por mais de um mês, antes de Wednesday e Enid a encontrar.

Survive 3° Temporada - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora