#49. Aqualad

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Há cinco anos numa quadra do Brooklyn, New York...

Jackson Kaldur, com uma camisa do Bulls, dribla o adversário a sua frente, dá um salto e lança uma cesta de três pontos. O adversário, um dos poucos garotos brancos ali, toma o drible como provocação e peita o cestinha do time. Pior, chama ele de nigga. Entre empurrões e tentativas de separar a briga, Jackson consegue se esquivar e solta um gancho de direita que joga o garoto no chão, como em nocaute. A confusão se generaliza, os dois times começam uma briga um contra o outro e a bola de basquete rola em um canto, esquecida. Ao fundo, por trás das grades, Amanda Waller observa a situação com a janela de sua SUV preta abaixado. 

- Tem certeza que é esse o garoto? - pergunta Harcourt.

- Campeão juvenil de natação nacional seis vezes, campeão de salto ornamental, cestinha de todos os times de basquete que jogou, esteve na seleção pré-olímpica, mas foi retirado às vésperas das Olimpíadas. Ganhou uma vaga na universidade por isso, mas o currículo é de quatro expulsões de quatro colégios diferentes e três orfanatos... Tentou entrar para o exército, não passou no teste... Fichado na polícia... Dá para entender por quê. 

- É definitivamente um multi-atleta explosivo...

- Tem as habilidades que preciso. E as melhores delas: não tem família e tem sangue nos olhos... 

- Ih, a polícia vem aí. - afirma Harcourt ouvindo o som das sirenes e vendo a viatura pelo retrovisor.

- Vamos pegá-lo.

Com a chegada da polícia, os garotos saem correndo. Muitos pulam as grades do fundo da quadra, outros se arriscam a sair pelo portão cercado pela viatura. Jackson é um desses. Corre como ninguém. 

- Acelera Harcourt.

Waller o cerca no próximo quarteirão. Quando ele tenta voltar, a viatura chega. Jackson levanta os braços se rendendo. A policial vai logo o enquadrando, empurra a cara dele sobre a viatura, revista. Seu parceiro de patrulha fica na contenção. Quando vai algemá-lo, Waller desce do carro mostrando as credenciais da A.R.G.U.S.

- Policial, aqui! Estou procurando esse garoto. 

- Posso saber quem é a senhora? A.R.G.U.S.? - pergunta, lendo o cartão de Waller. 

- Na cadeia alimentar sou uma fera acima de você. Algeme-o, mas o coloque no meu carro. 

Jackson tem alguns flashs de memória. De acordar algemado em um laboratório, de receber o soro, de sentir a força sobre-humana correndo por suas veias. De ser jogado em um tanque de água fechado para testarem quanto tempo ele conseguia respirar. De tentar fugir e ser pego por Waller que, ao invés de obrigá-lo a voltar para o laboratório, o oferece dinheiro, muito dinheiro para trabalhar para ela. De conseguir finalmente dormir em um apartamento, não mais na rua. De ser convencido de que agora Waller era sua família. Poderes, dinheiro e família para um órfão. De tentar entrar em Atlantis, de viver algum tempo na Nona, de perambular pelo mundo como um andarilho fazendo o trabalho que Aquaman deveria estar fazendo se não estivesse morto. Especialmente, ele se lembra das últimas ordens que recebeu...

O Farol, hoje... 

- Noah! Vem tomar o cházinho que a vovó preparou...

- Eu não gosto de chá. - retorce a cara como quem tem nojo.

- Mas esse você vai gostar, esse te dá super poderes. - brinca Tom, agachado na altura do neto que o ajudava, junto a Arthur, a consertar o barco.

- Vamos lá, eu vou tomar também... - Arthur o pega no colo como aviãozinho e Noah se diverte. 

Heart of the Ocean - 𝐀𝐐𝐔𝐀𝐌𝐀𝐍 & 𝐌𝐄𝐑𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora