#27. A Busca por Mera

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O Secretário-Geral da ONU na reunião pelo Tratado de Atlantis está na mesa no centro da assembleia e, no painel, estão sendo transmitidas as cláusulas do acordo. Arthur está sentado ao seu lado, acompanhando o documento pela mini tela à sua frente.

- O Tratado, assinado por mais de cento e quarenta países, reconhece Atlantis como um Estado independente. Exige, no entanto, a cooperação tecnológica e científica e possivelmente comercial através da construção de uma embaixada.

- Relações comerciais estão fora de cogitação. Não é do interesse dos atlantes nada que influencie nossa cultura milenar. Nem mesmo usamos a mesma moeda que a superfície. - responde Arthur. - Atlantis vai continuar fora do mapa, não haverá incursões.

- Mas, sem uma mínima convivência entre povos, como podemos realizar qualquer cooperação?

- Senhor Secretário. - Diana acena de sua cadeira. - Eu peço a palavra. Sugiro que o mesmo acordo feito com Themyscira seja aplicado a Atlantis. Somos ambos povos que não escolheram se abrir e se apresentar para o mundo e fomos forçados a isso.

- Obrigada, Diana. - agradece Arthur. - Através da embaixada o mundo poderá nos conhecer... Dentro dos nossos limites.

- Mas a atividade científica--

- A atividade científica será realizada na embaixada e só através da supervisão dos nossos cientistas. E, principalmente, serão apenas profissionais avaliados por nós. Não seremos ratos de laboratório pra superfície.

Diana lança um sorriso discreto. Naquele ponto, ela e Arthur concordavam em tudo e pareciam compartilhar mais de suas vidas do que demonstravam um para o outro.

- Vamos votar.

Xebel

Lammia está sentada lendo por uma projeção um livro de Sêneca na varanda de sua casa quando é abordada por Tula.

- Desculpe incomodá-la, lady Lammia.

- Imagine, Tula. - ela desfaz a projeção e se levanta. - Fique à vontade. Não me lembro de ter encomendado um de seus maravilhosos vestidos...

- Não é sobre isso que vim falar. Eu vim, na realidade, pedir uma informação...

- Pois diga.

- Eu soube que milady viveu por muitos anos na Torre das Viúvas...

- Não é algo que eu goste de falar, Tula. - ela fecha a cara, de repente.

- Desculpe por trazer esse assunto, é que eu... - Tula, constrangida, tenta encontrar uma forma de pedir. - Eu preciso saber como chegar até lá.

- Mas que motivos você tem para querer ir até lá? - estranha Lammia e, sem que percebesse, Hila estava atrás da porta ouvindo a conversa.

- São motivos pessoais... Eu sei que quase ninguém sabe a localização da Torre. Apenas a alta nobreza e quem já esteve lá e saiu. É uma emergência, Lady Lammia.

- Bem, você faz parte da alta nobreza, Tula, embora órfã... Então eu não vejo problema em que você saiba, eu só gostaria de saber o motivo. Entenda, não posso dar uma informação dessas às cegas.

Tula se desespera e sobe o tom de voz.

- Não é às cegas... Confie em mim, por favor, milady. Eu não posso dizer o motivo, mas é uma emergência!

- Tudo bem, está bem... Não tenho motivos para desconfiar de você.

Hila se inquieta. Lammia continua:

Heart of the Ocean - 𝐀𝐐𝐔𝐀𝐌𝐀𝐍 & 𝐌𝐄𝐑𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora