#7. O Inimigo dorme ao lado

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Nona Tribo

Arthur mal conhecia a Nona Tribo. Ela se localizava tão nas profundezas da cidade de Poseidonis que nobres e realeza não passavam nem perto. Sem falar no fato de serem a morada de históricos rebeldes contra a monarquia. Ele chega à entrada da cidade, passando por uma feira de algas, peixes e outros alimentos. É tudo muito precário, as construções, as roupas dos moradores...

O rei deixa todos surpresos com sua visita. Um círculo se forma em torno dele. Interessante perceber que ali ninguém saúda o rei, apenas demonstram respeito abaixando a cabeça enquanto ele passa. Arthur nota que, na via ao lado, dezenas de pessoas passam correndo. Umas carregando outras ou apoiando-as pelos ombros, muitas crianças.

- Para onde estão indo? - pergunta Arthur. Como ninguém responde, ele insiste. - Eu fiz uma pergunta...

Ninguém se aventurava a dirigir a palavra ao rei. Até que uma adolescente de cabelos brancos curtos e olhos de esmeralda se atreve:

- Majestade, aquelas pessoas estão correndo para pegar o transporte para o hospital

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- Majestade, aquelas pessoas estão correndo para pegar o transporte para o hospital. O transporte só passa por aqui uma vez a cada ciclo do sol.

- Qual o seu nome?

- Hyde.

- Hyde, preciso que me leve até o local onde começou a contaminação. Você sabe onde é?

- Sei sim, senhor.

Os dois nadam alguns poucos metros dali, entre uma formação rochosa. Uma equipe de químicos atlantes estava lá, tentando conter o vazamento, junto aos microbiologistas que chegaram a pouco. Todos utilizando a proteção própria contra epidemias.

- Fique longe, Hyde. - indica Arthur, que se aproxima da equipe.

- Majestade, ninguém pode se aproximar sem equipamento, é perigoso. - alerta o chefe da equipe que vê Arthur ignorá-lo sumariamente.

Ele se aproxima dos barris enferrujados, mas, com um pouco de esforço, podia ler a marca em vermelho "LexCorp".

- Filho da puta... Como é possível?... - exclama Arthur. - Eles ainda estão vazando?

- Não, majestade. Conseguimos soldar as fendas. Precisamos estudar o alcance do material tóxico. Nossas equipes em Poseidonis já estão trabalhando em um antídoto, mas, pela velocidade de contaminação, as expectativas não são boas...

- O que isso significa? - indaga Arthur, visivelmente angustiado.

- Significa que não temos insumos suficientes para atender a todos. Talvez conseguiremos salvar um quarto dos contaminados e torcer para que uma parte dos outros consiga se recuperar apenas com os paliativos médicos. Teremos que estabelecer prioridades, velhos, mulheres e crianças primeiro...

- Onde conseguiríamos mais desses insumos?

- Talvez comprando em Xebel, mas o rei Nereus...

- O que tem o rei Nereus? - Arthur começa a perder a paciência.

Heart of the Ocean - 𝐀𝐐𝐔𝐀𝐌𝐀𝐍 & 𝐌𝐄𝐑𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora