Capítulo 02: Pesadelos numa manhã de sábado - Lena

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Um pouco sobre nossa CEO preferida. Espero que gostem!


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Metrópolis - 13 anos atrás

A porta do quarto da jovem Luthor rangeu, indicando a entrada de alguém, mas não era qualquer pessoa; ele estava entrando ali. Lena sabia que essa não era a primeira vez que isso acontecia. No início, ela acordava assustada, com aquele par de olhos verdes a observando atentamente. Para a criança, aquilo era pior do que o monstro do lago, acreditando que ele fosse o responsável pelo afogamento de sua mãe biológica. Mas ele era muito pior que o monstro, disso ela tinha certeza.

Nos últimos anos, a morena deixou de dormir durante a noite, com medo, muito medo de que aquilo voltasse a acontecer, medo de que ele fosse tocá-la novamente. Rao, ela não poderia ser normal como as outras garotas entrando na adolescência?

Antes de se aprofundar em pensamentos tão assustadores, o timbre sombrio chamou sua atenção.

- Hora de brincar, Tess... – A rouquidão a assustava tanto que ela só queria ter forças para reagir, gritar, pedir socorro; ela só queria que a mãe estivesse ali para protegê-la. Mas quem iria protegê-la? Ela era a filha bastarda e sequer se sentia parte daquele ambiente.

Mãos macias e asquerosas tocaram sua perna por cima do grosso cobertor, o corpo da jovem Luthor reagiu da mesma forma que sempre fazia: fechou os olhos com força, as lágrimas escorriam, sua garganta secou e sua voz não saiu. Por que sua mãe adotiva permitia que isso acontecesse? Por que ele fazia isso? Eles não deveriam amá-la? Rao, se não a amavam, por que diabos a adotaram?

Lena sabia a resposta, ela era realmente uma Luthor, filha de Lionel Luthor e Elizabeth Walsh, o desgosto de Lillian, que a adiava tanto a ponto de deixar que isso acontecesse com ela.

Tudo o que ela queria é que aquilo fosse a última vez, infelizmente, não foi a primeira e também não foi a última, mas doía tanto, todas as vezes.

- P-por favor... eu não quero isso, na-não... – A voz chorosa da jovem Luthor implorou mais uma vez, como sempre fizera. Mas não adiantou; ele gostava disso, se sentia poderoso, e ele gostava disso.

- Shii, meu pequeno tesouro... eu prometo que você vai se sentir muito bem depois. – Ele disse num sussurro, aproximando-se mais do rosto da morena, suas mãos em nenhum momento abandonavam o percurso que faziam sobre o corpo encolhido na cama. Ao chegar no pescoço, ele puxou o cobertor e o deixou ao lado da cama. As mãos grandes que um dia brincaram com ela, hoje só esmagavam seu coração, feriam seu corpo, a matavam a cada dia por dentro. Rao, esse pesadelo não acabaria nunca? Ela se perguntava isso todos os dias, implorava a quem quer que fosse que acabasse, que ele sumisse, que ela sumisse, que ela morresse.

- Hoje vamos fazer uma brincadeira diferente. Você não sabe o quanto quis fazer isso com você todas as vezes que te via... – Ele dizia enquanto se inclinava sobre o corpo dela, o rosto enterrado no pescoço da morena e uma das mãos segurando os pulsos dela. – Você era uma criancinha tão linda, tão assustada, Rao, você me fez querer brincar com você como nunca quis algo antes. – Lena tentou se mexer, tentou revidar, tentou falar, mas o medo era tão grande que a paralisava, ela não conseguia reagir de forma alguma. – Eu prometo, isso vai acabar mais rápido se você relaxar, meu pequeno tesouro.

Ali ela soube que nada nunca mais seria o mesmo, ela soube que nenhuma das outras brincadeiras poderia doer tanto quanto naquela noite, ali ela soube, ele era o pior ser humano que tivera que conhecer no mundo.

SEGREDOS DO CORAÇÃO: Teias invisíveis de amor e mistérios (SUPERCORP AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora