Capítulo 67 - A justiça de Lillian Luthor

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Kara acordou antes de Lena naquela manhã, algo raro, já que a CEO era uma pessoa matinal e ela não. Isso se devia ao fato de que a loira estava preocupada com a namorada. Lena tinha chegado em casa abatida, desesperada pelo carinho de Zoe. A loira entendeu perfeitamente o motivo. Antes de compartilharem a cama, a morena confessou que Simon Spheer a intimidou, admitindo que Lillian ouviu Lena confrontar o homem com o que Jack tinha feito a ela. Contudo, o que mais mexeu com sua noiva foi o abraço de Lillian Luthor, o primeiro entre mãe e filha.

Kara sempre era a pessoa a ser abraçada, cuidada por Lena em relação ao seu bem-estar, medos e traumas. No entanto, a morena também os tinha, e ela também precisava disso, e finalmente o teve. A loira preparou um banho de banheira para a noiva, lavou seus cabelos, expressou o quanto a achava linda, ajudou a morena com os hidratantes corporais, cantou para ela antes de dormir e a abraçou durante toda a noite. A jovem Luthor se sentiu mais adorada do que nunca, mais do que quando a noiva tomava a iniciativa para tentarem coisas novas.

Kara soltou o corpo da noiva com cuidado para não acordá-la, dirigiu-se ao banheiro para um banho rápido. Apesar de ser outono, estava estranhamente abafado naquela manhã, e ela se sentia muito incomodada. A loira deu um selinho rápido nos lábios da morena, que sorriu, mas continuou dormindo. Em seguida, foi até o quarto da filha e sorriu ao ver Zoe atravessada na cama, o cobertor jogado no chão. A jornalista se aproximou da filha e beijou carinhosamente sua testa. Aproveitou para dobrar o cobertor e deixá-lo no canto da cama e aumentou a temperatura do ar condicionado, já que Zoe estava com as bochechas coradas e alguns fios de cabelo grudados no pescoço.

A próxima parada da loira foi a cozinha, onde encontrou Martha preparando o café da manhã.

- Bom dia, Martha. - Disse Kara com um pequeno sorriso, enquanto ajustava os óculos.

- Bom dia, senhora Kara. - Respondeu Martha, deixando a loira corada, já que não gostava de ser tratada como senhora. - Eu fiz o seu café descafeinado e chá, não sei o que deseja. A senhora Luthor e a menina Luthor já acordaram?

A loira se serviu um pouco de café, sentando-se no banco alto da ilha. - Ainda não, ainda estão dormindo. Está tão calor hoje, por Rao! - Brincou com a mais velha, pegando o controle do ar condicionado para diminuir a temperatura. - Acho que irei preparar uma salada de frutas para Lena e Zoe."

Martha sorriu, servindo uma torrada com geleia para Kara. - Sabe que é meu trabalho fazer isso, não é?

A loira sorriu para a torrada e deu uma mordida, dando de ombros. - Eu não me importo em preparar o café da manhã delas. Além disso, nenhuma de nós é inválida, até mesmo Zoe já consegue se servir de cereal.

A mais velha riu da sua patroa; ela tinha menos trabalho do que deveria graças a atitudes como essa de Kara. – Sei que sim, senhora Kara, mas não é trabalho algum preparar as refeições.

Uma ideia logo surgiu, fazendo Kara abandonar sua torrada. Ela bebeu um gole de café e empurrou tudo para longe. – Eu vou na rua, buscar algumas coisas. Por favor, Martha, não prepare nada. Se Lena e Zoe acordarem, dê apenas frutas e não caia no biquinho da minha filha. – Kara falava enquanto saía da cozinha apressada.

A mulher apenas riu; ela sabia de onde a menina Luthor tinha tirado tanta energia.

A jornalista pegou suas chaves e a bolsa. Quando entrou no elevador, ela estava sorrindo, mas o sorriso não durou muito.

Um homem de terno preto impecável entrou no elevador, sorrindo. - Bom dia, senhora. – Ele cumprimentou com o timbre grosso.

Kara ajeitou os óculos e sorriu, um sorriso intimidado. Não era fã de ficar com homens desconhecidos, ainda mais em lugares tão pequenos. Delicadamente, a loira foi para o canto do elevador e ficou brincando com o couro do relógio que Lena tinha dado a ela.

SEGREDOS DO CORAÇÃO: Teias invisíveis de amor e mistérios (SUPERCORP AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora