Saí de perto de Payton e fui em busca de uma folha grande para tirar aquele bicho nojento das costas dele.
Isso que ele disse que não tinha medo de aranha, que somos maior que elas e podemos matar.
— Acho que você serve. — Pensei alto, pegando uma folha de palmeira caída no chão. Voltei até Payton e ele estava intacto, não mexeu um músculo.
— Julia? É você? — Perguntou de costas.
— Não, é outra aranha querendo pular em cima de ti.
— Essa aranha eu quero em cima de mim. — Respondeu.
Eu espero que ele tenha falado isso da boca para fora sem perceber.
— Eu vou tirar ela daí. Não precisa ter medo. — Peguei a folha e tentei criar coragem para encostar na aranha.
— Não estou com medo.
— É, eu percebi. — Encostei a ponta da folha na aranha, o que fez ela se mexer um pouco. — Sai daí, sua puta! — Bati a folha nela várias vezes e a desgraçada não morria.
Encarei a aranha e depois de uma eternidade ela saiu das costas de Payton e caiu no chão.
— Ela saiu?
— Sim. — Afirmei olhando para a aranha que saiu correndo.
— Mano, que alívio. — Colocou a mão sobre o peito com os olhos fechados.
— "Nós somos maiores que ela, é só matar". — Imitei Payton falando e ele revirou os olhos.
— Pelo menos a gente conseguiu pegar uma penca de banana. — Ele pegou a fruta do chão.
— É, eu poderia muito bem te deixar aí parado e sozinho. Mas não, eu te salvei, está me devendo uma.
Voltamos para a frente da ilha e arrumamos algumas coisas que estavam bagunçados dentro da lancha.
— Payton, o que você acha de nós tentar voltar para casa hoje? — Perguntei.
— E se der merda?
— Não vai dar, vamos pilotar e tentar voltar. Meus pais devem estar preocupados comigo.
— Nossa, nem me lembrei da minha mãe ela deve estar preocupada também.
— Viu, acho melhor sair daqui.
— Mas tem que ser hoje?
— Claro que sim, Payton. Vamos tentar sair daqui. — Fui até a cabine. — Como é que liga essa merda?
— Cadê as chaves?
— Eu pensei que estava com você. — Me virei de frente para ele assustada.
— E eu pensei que estava com você.
— Eu nem vi as chaves. — Comecei a negar frequentemente. — Mas que porra!
— Fica calma, deve está perdida pela lancha, vamos tentar achar.
Saí de dentro da cabine e Payton logo em seguida, acho que ficamos umas três horas procurando as chaves e não encontramos de jeito nenhum.
Me joguei na minha cama derrotada. Se pelo menos tivesse uma televisão aqui eu agradeceria.
— Vamos, Julia. — Payton chamou.
— Onde?
— Eu vou tomar banho na cachoeira e não quero te deixar sozinha aqui. — Ele começou a andar e eu fui atrás.
— Eu só queria meu chuveiro. — Reclamei baixinho.
— Ju, posso te fazer uma pergunta?
— Já fez, mas fala.
— É que... Eu não sei como eu vou falar isso.
— Falando.
— Você quer transar comigo?
Arregalei os olhos.
— O que? — Comecei a rir. — Claro que não, Payton! Do que você está falando?
— Não é isso que você está pensando.
— Se quiser sentir prazer use as suas próprias mãos. — Falei indignada.
— Por que você toma anticoncepcional então?
— Como você sabe disso? E só para deixar claro eu não quero transar com...
— Por quê? — Me interrompeu.
— Payton? Eu namoro, e...
— Qual o problema?
— Não, apenas não! Se eu quisesse te dar eu já teria feito isso.
— Então por que tem aquelas pílulas lá?
— É para regular minha menstruação e para transar com o meu namorado.
— "Meu namorado". — Me imitou. — Enquanto você está aqui, ele está lá comendo outra.
— Payton, não enche.
— O quê? Vai dizer que não sabia que era corna. Sinto muito em dizer isso, mas você é corna.
— Eu não sou!
— É sim.
— Por favor, me deixa em paz por pelo menos cinco minutos. — Pedi.
Depois de um tempo caminhando chegamos em frente à cachoeira.
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A Ilha
FanfictionApós um "passeio" entre inimigos que acaba em um acidente, Payton e Julia ficam presos em uma ilha deserta e dependem um do outro para sobreviver. Onde um odiava o outro, mas será que esses sentimentos vão mudar?