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Julia Miller

Se passaram cinco dias, fazem cinco dias que eu estou no hospital e hoje eu recebi alta. Todos os exames deram certinho e eu não estou mais com os arranhões, eu consigo caminhar, amém!

Não recebi nenhuma notícia de Payton, eu preciso conversar com ele e com Connor. Eu preciso organizar a minha vida

— Mãe, cadê meu celular?

— Não sei, não veio nada lá em casa.

MERDA!

— Mãe, eu não posso ficar sem o meu celular, eu quero o meu celular de volta!

— Ju, calma. — Meu pai veio até mim. — Eu vou resolver isso, fica tranquila. O papai te ama. — Me deu um abraço apertado. — Qual celular quer?

— Na loja eu escolho. — Respondi. Eu amo meus pais.

Saímos do hospital e assim que chegamos em casa eu fui até meu quarto e me joguei na minha cama.

— Senti saudades de você caminha. — Abracei meu travesseiro.

— Julinha... — Ouvi uma voz grossa masculina e olhei para o meu banheiro onde estava o indivíduo encostado na porta apenas com a toalha na cintura me observando. — Senti saudades.

Fiquei sem reação na hora, eu só conseguia observar ele e piscar.

— O que você está fazendo aqui? No meu banheiro! — Perguntei sem acreditar.

— Vim tomar um banho, estava muito quente.

— Isso eu entendi, mas o que você está fazendo aqui?

— Ah sim. — Ele deu um sorrisinho. — Vim te visitar. Só eu. Agora se não se importar, vou me trocar. — Ele foi até a mala dele e tirou a toalha.

— Meu Deus, Luck. — Joguei um travesseiro nele. — Tapa isso daí.

— É só um pau. — Ele disse e por último colocou uma blusa.

— Onde você está dormindo? — Perguntei quando ele se deitou na minha cama.

— Aqui.

Mas é abusado esse garoto!

— E quando você vai embora? — Perguntei.

— Nossa, está me expulsando da sua casa, é isso mesmo? — Ele fingiu estar magoado e eu ri. — Para a sua felicidade ou não, eu vou ficar aqui uma semana.

— Oba! — Abracei ele. — Senti muita saudade sua, você não tem ideia.

— Eu também, Julinha.

Luck é meu primo de 17 anos insuportável que eu amo muito.

— Quer comer algo? — Ele perguntou mexendo no celular.

— Não, já comi quando cheguei. Aliás. — Peguei o celular da mão dele. — Deixa eu ver meu instagram.

Entrei na minha conta e comecei a ver o que tinha acontecido nesse meio tempo. Minha última foto tinha várias curtidas e comentários dizendo "descanse em paz", "vou sentir saudades", "não aguento viver sem ela".

O povo achou que eu tinha morrido, consideração é tudo.

Comecei a rolar para baixo o feed e vi as fotos publicadas pelo pessoal da minha escola, e fotos de famosos que eu sigo, nada demais.

— O que está vendo? — Luck perguntou me abraçando e eu me deitei em seu peito.

— Instagram. — Respondi.

Continuei vendo as redes sociais junto com Luck até minha mãe aparecer pedindo para nós descer para comer algo.

Fomos até a cozinha e tinha algumas pessoas como; Payton, Betty, Connor, Nick, uma garota que eu não conheço, e dois meninos que eu também não conheço.

— Ju. — Connor veio até mim e me deu um selinho. — Como você está, meu amor?

— Bem. — Digo meio desconfortável por ter muitas pessoas na minha casa. — Vamos sair daqui?

— Claro. — Ele me deu mais um selinho e fomos até o jardim da minha casa.

— Sabe que a gente precisa conversar, né? — Me sentei na grama e ele também.

— Acho que não precisamos conversar, você ficou em uma ilha com o Payton, vocês ficaram, né? — Ele perguntou com medo da minha resposta.

Apesar de tudo, eu fui sincera.

— É, aconteceu. E você? — Perguntei meio aflita também.

— Só uma trasa, mas eu ainda te amo muito, tá? — Ele tentou me beijar, mas eu afastei o rosto.

— A gente tem que fazer algo em relação a isso, e você sabe. — Eu fui direta ao ponto.

— O que você achar melhor?

— Terminar...

— Tem certeza? — Concordei com lágrimas nos olhos. Sou uma pessoa sensível, dói para mim encerrar ciclos. — Tudo bem... você sabe que eu sempre vou fazer de tudo por você, meu amor. Se você prefere desse jeito... digo, se isso for melhor para você... — Ele tirou a aliança do dedo, eu não tinha visto que ele ainda usava.

— Connor, não. Não faz isso. — Doeu ver ele tirar a aliança. — A gente fez uma promessa, lembra?

A nossa promessa era tirar a aliança de namoro apenas quando fosse para colocar a de noivado.

Me senti mal vendo aquela cena, mesmo eu não amando mais dele da mesma forma que antes.

— Ju, eu sei que você gosta do Payton, eu consigo ver o brilho nos seus olhos quando você olha ou fala dele. Se você ama ele vai atrás, eu sei que ele sente o mesmo. E dói muito te dizer isso, mas se você não me ama mais, a gente não pode ficar mais juntos. Quer dizer, você sabe... Nós não temos futuro sem o amor presente.

— Tem certeza? — Perguntei e ele concordou, enxuguei com o meu polegar uma lágrima que escorreu em seu rosto.

— Conversa com ele. — Connor disse compreensivo e nos levantamos da grama.

Fiquei muito feliz por ele ter entendido meu lado. É com o Payton que eu quero ficar.

Entrei em casa e passei pela cozinha até chegar na sala, vi minha irmã e Nick conversando, meus pais e Joanne em um canto, e Luck com dois garotos rindo.

Vi Payton e a menina muito coladinhos, ela estava praticamente dando em cima dele, fiquei com ciúmes e antes mesmo que eu pudesse ir até eles, Payton beijou ela.

Mas que porra é essa?

A IlhaOnde histórias criam vida. Descubra agora