— Julinha, eu sei que não é a melhor comida do mundo, mas é o que temos para hoje. — Entrei na cozinha com um peixe na mão.
— Não acredito que você pescou um peixe. — Ela disse olhando com cara de nojo. — Você sabe que eu não gosto.
— Mas não tem o que comer aqui, esse é o meu almoço. Se você não quiser fique à vontade para procurar frutas pela ilha.
Comecei a tirar as escamas do peixe com o canivete
— Não, eu posso tentar comer peixe, vou ficar praticamente um ano tirando os espinhos.
— Que nada, eles nem são tão grandes, Ju, pode comer não vai matar.
— Eu que sei, Payton. — Revirou os olhos para mim.
— Deveria revirar os olhos por outro motivo. —
Dei um sorriso de canto.— A noite você me explica melhor. — Ela disse de uma forma inocente, mas de inocente essa garota não tinha nada. — Quer ajuda em alguma coisa?
— Sim, você pode fazer uma fogueira lá fora para assar o peixe. — Eu disse.
Depois de eu ter descamado todo o peixe, coloquei ele em um galho e pedi para Julia deixar sobre o fogo, que eu já voltava. Fui atrás de algumas folhas grandes pois ela estava com nojo de sentar no chão.
— Julia! — Exclamei, quando voltei vi o peixe pegando fogo. — Eu disse para você deixar sobre o fogo e não dentro do fogo.
Quase me queimei para tirar o peixe lá de dentro, mas no final eu consegui.
— Achei que seria mais rápido desse jeito. — Se explicou.
Entreguei as folhas para ela se sentar.
— Por sorte ele não queimou. — Cortei metade do peixe para ela e a outra metade para mim.
— Eca, não acredito que vou comer isso. — Falou pegando um pedaço e tirando todos os espinhos, depois de quase uma década ela comeu o primeiro pedaço.
— É tão ruim assim? — Perguntei à ela.
Depois de eu ter comido o segundo pedaço me veio uma ânsia de vômito. Não aguentei e tive que ir até atrás dos arbustos para vomitar.
— Payton, está tudo b... — Ela não conseguiu terminar a frase e acabou vomitando ao meu lado.
Depois de termos vomitado nosso almoço, jogamos o peixe fora e fomos atrás de frutas.
— Viu, você foi dar uma de cozinheiro e nos deu intoxicação alimentar. — Ficou reclamando.
— Julia, eu entendi, não precisa ficar repetindo.
— Eu estou me sentindo mal ainda, sabia?
— Tá bom, Julinha, me desculpa, eu nunca mais vou pescar peixes e fazer para nós. Vamos comer frutas até nos resgatarem. — Falei entediado.
— Mas eu acho que a gente passou mal pela má alimentação, não só por causa do peixe.
— Claro que é. — Eu concordei. Fomos até o mar para lavar a boca.
— Credo, a água é salgada.
— E eu já fiz xixi aí dentro. — Ela me olhou com cara de nojo. — Não se esqueça que você mamou, então...
— Eu já entendi. — Me interrompeu.
— E se afogou. — Falei rindo.
— Quer jogar mais o que na minha cara?
— Você não vai querer saber.
— Eu sei, e eu gosto. — Ela sorriu.
Fomos atrás de algumas frutas, não queríamos comer o mesmo de sempre então achamos melão e comemos escorados em uma árvore.
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A Ilha
FanfictionApós um "passeio" entre inimigos que acaba em um acidente, Payton e Julia ficam presos em uma ilha deserta e dependem um do outro para sobreviver. Onde um odiava o outro, mas será que esses sentimentos vão mudar?