A Ilha

13

— Julinha, já está na hora de acordar, depois à noite você não dorme. — Payton disse.

Quem disse que a gente vai dormir à noite?

— Não ligo, quero dormir. — Nem fiz questão de abrir os olhos.

— Está quente aqui dentro, vamos lá para fora. — Tentou me convencer.

— Quero comer primeiro. — Sentei na cama.

— Como eu esperava, peguei comida para você. — Ele me entregou uma fruta.

— Eu cansei de comer frutas, é isso todos os dias.

— É, eu sei, também não aguento mais, mas é isso ou nada.

Descasquei a banana e comecei a comer.

— Que horas são? — Perguntei.

— Já vai escurecer.

— E quantos dias fazem que estamos aqui?

— Acho que uma semana, perdi as contas.

— Entendi. Pega água para mim?

— Eu enchi sua garrafinha enquanto dormia. — Apontou para a cômoda que estava ao lado da cama.

— Valeu. — Peguei a mesma e bebi o líquido.

— Deixa eu dormir nessa cama hoje? — Pediu. — Ela é tão macia.

— E onde eu vou dormir? — Soltei uma risada sarcástica.

— Aqui, comigo.

— Eu só vou aceitar porque sou uma pessoa muito legal.

[...]

Era noite quando acordei, me levantei da cama devagar para não acordar Payton e fui ao banheiro.

— Onde você foi? — Payton perguntou com a voz rouca e sonolenta.

— No banheiro, volta dormir. — Falei me deitando na cama de volta. Senti o olhar dele sobre mim.

— E se eu não quiser?

— O que você quer fazer? — Perguntei curiosa.

— Isso. — Ele aproximou nossos rostos. — Posso?

Pensei que nunca perguntaria.

Ele começou um beijo lento e calmo, mas como eu não sou dessas, subi em seu colo e ele se deitou de volta. Payton pediu passagem para a língua e me rendi, ele passava as mãos pela minha cintura e ia descendo até minha bunda. Em um movimento rápido mudou nossas posições e começou a beijar meu pescoço, chegando até meus seios em seguida.

— Julia. — Chamou pelo meu nome, mas ignorei. — Julinha, acorda, já amanheceu.

Levantei-me rápida abrindo os olhos assustada.

— O quê? — Murmurei um pouco confusa.

— Bom dia! — Payton disse sentado ao meu lado.

Era tudo um sonho? Mas que merda.

— Bom dia. — Respondi lembrando do sonho.

Payton não podia esperar só alguns minutinhos para depois me acordar? Agora eu vou ficar curiosa para saber o final do sonho.

— Sonhou com o quê?

Por que a pergunta? Será que ele sabe com o que eu sonhei?

— Com o Connor. — Menti. — Por quê?

— Estava se debatendo um pouco, nem era um sonho erótico né? — Gargalhou.

— É, estava muito bom até você me acordar. — Me levantei.