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Quando eu acordei abri meus olhos e percebi que a Julia não estava mais no quarto. Depois do coco ter caído em sua cabeça, a garota desmaiou e simplismente perdeu a memória. Olha só que normal.

Depois do ocorrido, ela acordou muito confusa e aparentemente não sabia onde estava, eu falei que explicaria tudo para ela na manhã seguinte.

Eu ainda acho que é uma brincadeira sem graça dela.

— Julinha? — Olhei para os lados chamando por ela.

Vejo ela de longe com algumas folhas e galhos nas mãos. Fui até ela e fiquei observando-a fazer alguma coisa, que eu ainda não identifiquei.

— O que está fazendo? — Perguntei

— Nada, por que a pergunta? — Respondeu rápida e aparentemente assustada.

— Não sei, você está estranha. Você lembrou de algo?

— Eu...?

— Julia, é sério, você não está brincando comigo, né? — Me aproximei dela.

— Fica longe de mim! — Ela pegou o galho da árvore e bateu em minha cabeça. Apaguei na hora.

Julia Miller

Legal, agora eu estou com uma pessoa desconhecida desmaiada na minha frente.

— Vendo assim... Você até que é gatinho. — Falei para o menino que estava desmaiado.

Eu não sei o que eu estou fazendo aqui e nem quem é esse menino. Nem sabia que eu me chamava Julia, estou me sentindo muito confusa no momento.

Levei o menino até uma lancha que tinha ali perto e deixei ele jogado no chão, como ele demorou para acordar peguei um pouco de água, que estava em uma garrafa, e joguei nele.

— Garota? — Levantou assustado e limpou o rosto. — Você tem algum problema? É louca?

— Sim.

— Jura? — Falou em um tom de ironia. — Me fala a verdade, você não se lembra de nada? Nada mesmo?

— Eu nem sei o que estou fazendo aqui. Por favor, me explica! Por que eu acordei no meio do mato com você?

Parece que eu nasci ontem.

— Ok, vamos começar com você. Seu nome é Julia Miller. Lembra desse sobrenome?

— Não, nunca ouvi falar.

— Do que exatamente você se lembra?

— De absolutamente nada.

— Tá, mas você sabe que nós temos pais, avós, que estamos nos Estados Unidos. Essas coisas?

— Sei, sei o básico da vida.

— Entendi, quer começar por onde?

— Por que estamos aqui?

— Roubamos a lancha dos seus pais de madrugada junto com o nosso amigo, Nick, que no final preferiu ficar na marina e deixar apenas nós dois sozinhos. Ficamos chapados e paramos aqui aleatoriamente.

— Quanto tempo?

— Acho que há cinco dias, já perdi as contas. Continuando, você tem 16 anos... Lembra dos seus pais?

— Não.

— Uma hora você vai lembrar. Que eu lembre você ama batata frita, nós dois temos um melhor amigo que se chama Nick, você tem uma irmã chatinha e... É, eu acho que esse é o básico.

Não sei por que, mas parece que tudo o que ele está falando é verdade. Ou, eu sou idiota e acredito em um desconhecido.

— E você?

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