Fiquei sozinha um tempo na cachoeira. No momento eu estava muito irritada com Payton, e não é só pelo miojo, é por tudo que está acontecendo.
Eu tenho que aprender a me controlar, não posso surtar toda hora.
Quando eu estava voltando para a lancha, encontrei Payton fazendo alguma coisa com a árvore.
Fiquei observando de longe. Ele não me viu, parece que estava muito ocupado arrancando um pedaço da árvore.
Enfim, o desmatamento. Vou denunciar.
Continuei observando Payton de longe, depois de um tempo raciocínei que ele estava desmatando o meio ambiente. Ele resmungou quando se cortou. Um minuto de silêncio pelo simples fato de Payton ter se cortado com uma folha.
— Agora sim as coisas ficaram interessantes. — Falei baixinho quando vejo ele tirar a camisa.
Eu odeio ele, mas não posso negar que ele é muito bonito.
— Não vai falar comigo? — Perguntei me aproximando, e ele apenas bufou. — Mal humorado.
— Julia, eu estou cansado desses seus teatrinhos. — Ele disse bravo.
— Olha, eu sei que eu tenho distúrbios bipolares, não precisa jogar na minha cara. — Me defendi. Na real eu só gosto de incomodar ele mesmo.
— A gente é bipolar. Duas pessoas bipolares não dão certo.
— E o que você quer que eu faça?
— Tenta mudar, sei lá, eu estou cansado disso. Qualquer coisa você já surta. — Ele disse.
— Tá, me desculpa, mas você também tem que mudar.
— Eu estou tentando mas você não ajuda.
— Tá bom, a partir de hoje nós vamos tentar ser pessoa melhores.
— Isso é um acordo? — Perguntou.
— Praticamente. — Eu respondi.
— Ainda é dia, quer fazer alguma coisa?
— Seria muito infantil brincar na cachoeira? — Perguntei rindo.
— Depende da brincadeira. — Ele sorriu malicioso.
— Idiota.
Fomos na cachoeira e realmente ficamos brincando, tentei afogar Payton algumas vezes, mas tirando isso foi muito divertido.
— Sério, Ju, para de fazer isso. — Pediu pela quinta vez.
— Não é como se você fosse morrer. É só umas pedrinhas. — Continuei jogando algumas pedras pequenas em sua direção.
— Se continuar assim eu vou jogar essa na sua cara. — Apontou para uma pedra enorme.
— Isso se você conseguir tirar ela daí. — Comecei a rir. — Frango do jeito que é...
— Está duvidando de mim, Julinha? — Ele mostrou o bíceps.
— Eu estou sendo realista, é diferente.
Continuei jogando pedrinhas nele enquanto caminhávamos de volta para a lancha. De repente ele joga uma pedra parcialmente grande em minha direção, sorte que eu desviei.
— Seu maluco, é para jogar pedrinhas pequenas e não essas enormes. — Falei jogando mais pedrinhas nele.
— Se continuar andando de costas vai cair.
— Não vou não. — Falei e na mesma hora bati forte minhas costas em um coqueiro. Olhei para cima e só pude ver um coco caindo na minha cabeça.
— Bem feito. — Payton começou a rir.
Nessas horas até eu ia rir, mas tudo estava girando e girando. Acho que por um instante estranhei o que eu estava fazendo e de repente tudo se apagou.

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A Ilha
Fiksyen PeminatApós um "passeio" entre inimigos que acaba em um acidente, Payton e Julia ficam presos em uma ilha deserta e dependem um do outro para sobreviver. Onde um odiava o outro, mas será que esses sentimentos vão mudar?