|𝟭𝟮. 𝙁𝙚𝙨𝙩𝙖 𝙙𝙖 𝙛𝙤𝙜𝙪𝙚𝙞𝙧𝙖|

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•••𝔸𝕄𝔸𝕐𝔸••
Já fazia tempo que não sonhava que estava voando sobre uma floresta. Sonhei várias vezes com isso, mas nunca soube como a minha mente criava esses sonhos... eu nunca tinha visto nada parecido com aquilo. E, agora, eu sei que esses sonhos poderiam ser visões do meu futuro... no caso, o meu presente.

As lembranças de tudo o que aconteceu ontem vieram em forma de sonho. Em todas as vezes que sonhei com uma floresta, eu estava sozinha... sem companhia alguma. Mas naquele sonho eu estava acompanhada o tempo todo. Neteyam estava comigo. Fiquei um pouco confusa, já que em um momento nós dois estávamos voando com North e vendo o eclipse, e no outro, já estávamos na cabana... podem ser dois sonhos diferentes, assim como tudo isso pode fazer parte de um sonho apenas.

Esse sonho insistia em me lembrar de nossos toques... me lembrou de quando percebi que uma das minhas mãos estava em seu peitoral, em cima de seu corração. Me lembrou de quando percebi que, depois de tirar as mãos de seu peitoral, ele estava segurando a minha mão... de quando voltamos para a vila e ele me levou para dentro da cabana para poder cuidar da minha mão machucada. Do quanto foi cuidadoso e atencioso comigo... e de suas falas.

"Não vai precisar fazer um curativo... eu faço. Vou cuidar de você."

"Sempre vou poder cuidar de seus machucados. Eu sempre vou estar por perto!"

Também estava prestes a me lembrar do beijo que ele deu em cima do meu curativo, uma forma de demonstrar carinho...

Mas algo teve que me lembrar de que aquilo era apenas um sonho.

Emma: Amaya, tio Norm! Acordem! – Escutei o grito desesperado de minha irmã, vindo de algum lugar da casa.

Antes de eu sequer pensar em abrir meus olhos, eu tive a sensação de que estava prestes a cair no chão... e eu caí mesmo. Senti dor por todo o meu corpo, mas principalmente na cabeça... eu bati a cabeça com muita força no chão. Abri os meus olhos e olhei ao redor muito assustada, tentando me situar... mas tive que fechá-los novamente, a claridade estava forte.

Quando finalmente consegui abrir os olhos novamente, vi um vulto se movimentando com rapidez longe de mim... era Norm, correndo em direção a voz de Emma. Me levantei em um pulo e corri atrás dele, mas acabei batendo a canela da perna em algo que estava no meio do caminho... uma mesa de centro. Foi nesse momento em que percebi que estava na sala da minha casa.

Mesmo com dor na canela eu cambaleei atrás do meu tio, ouvi vozes vindo do pequeno corredor de nossa casa, vozes desesperadas... que merda está acontecendo?, Pensei assim que entrei no corredor. Norm estava de frente para o banheiro, olhava para dentro do banheiro com um olhar assustado... me apressei para saber o que estava acontecendo.

Encontrei minha mãe debruçada sobre a privada, e pelo o som que ela emitia eu soube que ela estava passando mal... muito mal. Meu pai estava ao seu lado, segurando o cabelo dela. Emma também estava dentro do banheiro, mas estava perdida, sem saber o que fazer... Norm acabou a puxando para fora do cômodo. Queria entrar lá e saber o que estava acontecendo, mas as minhas pernas perderam a força... encostei na parede mais próxima e deslizei as costas nela até me sentar no chão. Meu coração estava acelerado, eu estava tonta e muito confusa... é isso que acontece quando se é acordado desse modo.

Emma: Você está bem? – Me perguntou quando percebeu meu estado.

Eu: Sim... – A encarei. – Com seu grito eu pensei que a casa estava pegando fogo – Parei de falar e respirei fundo algumas vezes, para tentar me acalmar.

Emma: Desculpa, a mamãe começou a se sentir mal e eu não sabia o que fazer... – Se desculpou sem olhar nos meus olhos.

Eu: O que está acontecendo com ela?

AVATAR: My Hero • NeteyamOnde histórias criam vida. Descubra agora