|𝟭𝟰. 𝙊 𝙣𝙤𝙫𝙤 𝙢𝙚𝙢𝙗𝙧𝙤|

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"Linda do jeito que é
Da cabeça ao pé
Do jeitinho que for"
Coisa linda, Tiago Iorc.

MAIO, 2170

•••𝔸𝕄𝔸𝕐𝔸•••
Eu realmente achei que Norm iria nos contar o que estava acontecendo depois de ter feito minutos de silêncio, achei que aquele silêncio mortal seria compensado com a verdade. Mas aquele silêncio era apenas a sua luta interna para não nos contar a verdade... tudo o que eu recebi dele foi uma "promessa inquebrável" de que amanhã de manhã nós finalmente saberíamos o que estava acontecendo.

Nos desconectamos dos avatares muito tarde da noite, nem faz muito tempo que estou tendo mais contato com Pandora, mas é tempo suficiente para eu já estar começando a ficar irritada com os animais noturnos... principalmente com aqueles morcegos gigantes! Norm nos contou que estava praticamente impossível de sair lá fora por causa deles, eles tomaram conta de tudo... e ficamos sabendo que um dos cientistas quase foi atacado por um deles quando estava voltando para casa, depois de terminar seu expediente.

Não queríamos ter nossas cabeças arrancadas por aqueles animais, pois ainda tínhamos que descobrir o que estava acontecendo... mesmo relutante, peguei um saco de dormir e me deitei no chão gelado do escritório de Norm, assim como ele e minha irmã. Eu conseguia fechar os olhos, mas não conseguia dormir! Mil teorias eram criadas em minha mente, mas apenas uma era capaz de tirar todo o meu sono: a possibilidade de o comportamento estranho de Norm e Max estarem ligadas com as coisas estranhas que vinham acontecendo com a minha mãe.

É algo que faz sentido, pois as duas coisas começaram a acontecer com uma diferença mínima de tempo... eu poderia estar muito errada quanto a isso, mas eu não conseguia silenciar essa teoria em minha mente. Ela me fez ter muito medo... se eu estava certa, com certeza estavam nos escondendo algo sobre a saúde da nossa mãe! Mas o que realmente deve estar acontecendo com ela? Uma doença grave? Uma doença sem cura?, inúmeras coisas passaram pela minha cabeça, e eu acreditava fielmente de que uma delas era verdade... entre mil possibilidades, eu nunca pensei que seria aquilo.

Norm nos acordou bem cedo, ou acordou a minha irmã... eu já estava acordada quando ele despertou. Apenas escovamos os dentes e calçamos os nossos sapatos, não sabíamos que iríamos passar uma noite naquele laboratório, então não tínhamos como trocar de roupa... e também não tínhamos nada para comer. Colocamos nossas máscaras de oxigênio, saímos do laboratório e caminhamos até a minha casa, torcendo para encontrarmos algo para comer e para que nossa mãe estivesse bem...

Meu pai já estava de pé, ocupado com os preparativos do café da manhã. Para nossa surpresa, minha mãe estava ao lado dele, ajudando! Na última vez que a vi ela parecia pálida, tinha cabelos desgrenhados e estava tão fraca que mal conseguia se manter em pé sem apoio. Mas agora, ela estava de pé e ativa na cozinha. Sua palidez havia sido substituída por um leve rubor nas bochechas e seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo casual. Ela parecia ansiosa... mas definitivamente mais saudável do que ontem.

A tensão era palpável entre nós cinco. Tentamos disfarçar, mas era um desafio... Quando o café da manhã finalmente ficou pronto, nos reunimos à mesa e começamos a comer em silêncio. Depois de alguns minutos, começamos a conversar... Emma e eu compartilhamos nossas experiências da festa da noite anterior e o quanto nos divertimos. Norm, em tom brincalhão, comentou que enquanto estávamos festejando, ele estava atolado de trabalho em seu escritório.

Eu: Ou estivesse ocupado pensando em uma desculpa para não nos contar o que está acontecendo. - Murmurei, sem olhar para ninguém.

Norm: E lá vamos nós de novo... - Não precisei olhar para saber que ele revirou os olhos.

AVATAR: My Hero • NeteyamOnde histórias criam vida. Descubra agora