01 de Outubro de 2016 - 09:23
Delegacia - Redwood, Califórnia.
A delegacia estava mais cheia do que o habitual. Os policiais fardados e os secretários vagavam de um lado para o outro, a maioria segurando pilhas de papéis e atendendo telefones. O som dos aparelhos era o som mais ouvido no local.
Naquela manhã de sábado, a xerife havia convocado todos os adolescentes que Scarlett havia citado em seu depoimento para realizar o interrogatório. Depois de passarem pelo tumultuado escritório, Milly, Ewan, Emily, Tessa, Letty, America, Dylan e Henry entraram em uma sala de espera, acompanhados por seus pais e responsáveis.
— Bom dia. — Cumprimentou a xerife, ao adentrar o recinto. — Como vocês sabem, Scarlett Gouthier, foi assassinada na noite passada. Assassinada no mesmo dia em que esteve presente aqui na delegacia para dar o depoimento sobre estar sendo vítima de perseguição de um possível serial killer.
— A Scarlett esteve aqui e contou isso a você? — Milly perguntou, boquiaberta. Ela tinha avisado seus amigos sobre a ameaça do assassino, a polícia não deveria ser envolvida, pois isso só colocaria a vida de mais pessoas em risco.
— Sim. Ela me contou que você recebeu uma ligação ameaçadora do assassino e que acredita que está sendo perseguida por um imitador dos assassinatos de 98.
— Amelia, por que não me contou isso? — Jenna olhou para a filha, estava aflita, preocupada e um pouco decepcionada. — Você nunca me escondeu nada.
— Ainda não tinha certeza de nada. — Milly encolheu os ombros. — E não queria te fazer lembrar dos assassinatos de 98, você já sofreu demais com isso, mãe.
— Você deveria ter nos contado. — Disse Blake, apoiando as grandes mãos sobre os ombros da filha. — Eu teria colocado você e sua mãe em um avião e mandado vocês para o mais longe possível daqui. A propósito, é isso que farei.
— Lamento, Blake. Sua filha e sua esposa estão envolvidas nisso agora. Elas não podem deixar a cidade.
— Envolvidas nisso? O que quer dizer, xerife? — Blake franziu o cenho.
- Quero dizer que até que o assassino seja pego, nem Milly, nem Jenna e nem nenhum dos presentes nesta sala podem deixar a cidade. — Declarou a xerife. — São nossas testemunhas principais, e infelizmente, possíveis vítimas na lista do assassino. Farei um interrogatório particular com cada um de seus filhos, vocês, pais, podem participar, desde que não interrompam ou atrapalhem. Não há necessidade de um advogado, seus filhos não estão sendo acusados de nada.
A xerife encarou os adolescentes. Estavam todos estáticos, prestando atenção na falatória sem dizer nada. Os pais se encontravam mais agitados que os filhos, resmungando sem parar.
— Podemos começar?
...
Os interrogatórios individuais começaram e um a um, todos foram sendo chamados. Ewan não fazia ideia do que esperar, e o nervosismo fazia suas mãos suarem e tremerem, obrigando-o a colocá-las sobre as pernas para disfarçar. Passou-se uma hora até que seu nome foi chamado. Ele se levantou, acompanhado de seu pai e caminhou até a porta, passando por ela e dando de encontro a um pequeno corredor com mais duas portas. À direita estava a xerife Erica e seu escrivão, esperando-o atrás de uma mesa. Havia uma parede de concreto com um grande vidro separando-os da outra sala. Ele só via escuridão no vidro espelhado, mas sabia que existia mais um par de pessoas do outro lado, observando-o.
— Sentem-se. — Pediu a xerife.
Ewan se sentou, encarando os dois à sua frente enquanto tentava esconder o nervosismo.

VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐒𝐂𝐑𝐄𝐀𝐌
FanficQuando os adolescentes de uma pacata cidade na Califórnia se tornam alvos de um assassino mascarado, uma série de assassinatos que ocorreram no passado reacendem na memória dos moradores de Redwood e eles percebem que há um novo serial killer imitan...