Chapter 011

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14 mensagens de texto e 7 deixadas na caixa postal, prefiro não ouví-las.

Ao escurecer, continuo escrevendo tudo que me vem a mente, é o que eu queria continuar fazendo até uma Lande Rover prata parar próxima ao meio-fio, os faróis quase me cegavam de tão fortes. Ao olhar para o carro vejo Arthur com uma mão no volante e o outro braço na janela do carro, sua expressão me diz que ele está furioso, não sei se pela discussão ou por eu ter ficado fora de casa por muito tempo, meu chute é a segunda opção.

Ele me olha enquanto eu me finjo de desentendida, como se não soubesse do que se tratava a feição horrível dele.

-Entra. -Ele manda e eu pego minhas coisas e entro no carro.

Ele dá partida no carro e ficamos num silêncio desconfortável durante muitos minutos, eu não conseguia olhar para o rosto dele, só conseguia olhar para as ruas.

-Algo a me dizer? -Ele se pronuncia.

-Não.

-Ok, me admira muito você ter vindo até essa praça andando, é muito longe de casa, pegou carona com alguém?

-Não sou uma pessoa sedentária, consigo andar à longas distâncias.

-Me desculpa...Eu fui babaca...

-Eu sei, eu também fui idiota, me desculpa?

-Sim...Que motivo idiota para brigar. -Ele desfaz aquela feição raivosa e abre um sorriso.

-Verdade. Eu não consigo ficar sério com você, Mackenzie.

-Quem diria, você, um quarentão com essa cara de sério perdendo a postura pra uma adolescente de 17 anos.

-Se me chamar de quarentão de novo vai rolar castigo, senhorita. -Ele sorri de canto

-Uh, desculpa quarentão...ops! -Debocho dele mas vejo a mão dele pegar meu celular.

-Obrigado. E não diz que eu não avisei, Gerhard.

-É sério?!

-Não, mas da próxima vai ser. -Ele devolve o celular ainda concentrado no trânsito.

-Ok, não vou repetir.

-Assim espero, loirinha.

-Apelido novo?

-Gostou?

-Até que não é ruim. -Digo enquanto ele dobra a esquina e vejo o portão da garagem se abrir.

-Amou. -Eu arqueio uma das sobrancelhas enquanto ele estaciona o carro.

-Nem vou discutir. -Digo prestes a abrir a porta do carro para descer.

-Fica ai. -Ele pede e sai do carro.

Eu consigo vê-lo através do vidro, dando a volta no carro e vindo até a porta, ele abre a porta do carro e estende a mão em minha direção. Minha mão vai de encontro com a dele, me dando apoio para descer do carro.

-Vai se acostumando, vai ser sempre assim. -Eu desço do carro e dou a entender que vou fechar a porta do carro, mas ele segura minha mão. -Pode ir entrando, eu já vou.

-Posso pelo menos posso fechar a porta do carro?

-Não, agora vai.

-Se me chamar de mimada depois você vai ver.

-Tá bom mimadinha. -Eu o fuzilo com o olhar e entro em casa

[...]


Já fazem 30 minutos que a Mackenzie entrou no banheiro, que banho demorado, meu pai amado! Decidi que vou fazer uma noite de filmes pra nós, com pipoca, refrigerante e brigadeiro. Quando a porta do quarto se abre, vejo a garota de pijama rosa, ela vem até mim e se senta do meu lado no sofá.

-Tá fazendo o quê no microondas?

-Pipoca pra nós.

-Vamos ver filme?! -Ela indaga animada.

-Sim. -Um sorriso se forma no rosto de garota e o microondas apita, ela tenta se levantar mas eu a impesso, acho que meu olhar foi o suficiente para repreendê-la.

-Deixa eu te ajudar? -Ela indaga.

-Pode me ajudar escolhendo o que vamos assistir. -Eu vou até a cozinha.

-50 tons de cinza? -Ela pergunta em tom de brincadeira.

-É uma escolha ousada...mas não que eu não goste...

-Achei que fosse chamar a minha atenção por conta da minha escolha.

-Na sua idade eu já tinha assistido esse tipo de coisa.

-Imagino.

-Imagina que eu assisti ou me imagina assistindo? -Eu arqueio uma das sobrancelhas abrindo a geladeira e pegando o brigadeiro e duas garrafinhas de refrigerante.

-Tire suas próprias conclusões.

-Minha conclusão não é a melhor.

-Então a probabilidade de ser uma certa conclusão é maior.

-Vigia, garota, você tem só 17 anos. -Eu sorrio de canto e levo as comidas até a sala. -Vamos ver o quê? -Indago.

-Meu amigo Enzo.

[...]

Aqui estamos, o filme passando na TV, Kenzie dormindo com a cabeça sobre meu ombro, as garrafas vazias, o prato quase limpo e o saco de pipocas vazio sobre a mesa de centro, a chuva cai lá fora, cai tanto que posso escutar cada gota batendo com força contra o vidro da janela.

-Kenzie? -Eu acaricio o ombro dela.

-Hmm... -Ela resmunga.

-Vamos para o seu quart... -Um trovão me interrompe e a garota se assusta. -Medo de trovão?

-Aham.

-Pode dormir no meu quarto se quiser.

-Não precisa. -Ela diz com a voz cansada.

-Ok, então vamos para o seu quarto. -Eu me levanto e puxo ela pela mão com cuidado.

Ela está mole de tanto sono, é como se estivesse em modo automático, seus passos não são em linha reta, tenho que guiá-la para evitar que alguma parede seja atingida. Ao chegar no quarto eu a guio até a porta ao lado da cômoda, ela resunga algo enquanto eu a coloco sobre a pedra da pia do banheiro, eu ponho um pouco de pasta na escova de dentes da Mackenzie e quando a olho, adivinha?

Ela está com a cabeça apoiada na parede enquando dorme.

-Kenzie. -Eu acaricio seu ombro e seus olhos se abrem estreitamente. -Toma. -Eu tento por a escova na mão dela mas a mesma não consegue nem sequer segurá-la. -Ok, abre a boca. -Com dificuldade ela obedece.

Eu a ajudo a escovar os dentes, ela tentava resmungar ou dizer algo, mas como esperado ela não conseguiu, após isso eu a careguei até sua cama onde a deitei e fiquei acariciando seus cabelos aé sentir que a mesma pegou no sono pesado. Eu vou para o meu quarto, tomo banho, visto um pijama e me deito. Apago o abajur mas mesmo assim não consigo dormir, viro de um lado para o outro, tiro a coberta de cima de mim, ligo o ar ondicionado e após alguns minutos consigo pegar no sono.

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Beijos!

Ass: Madd Cavell🌺

Ass: Arthur CorradiOnde histórias criam vida. Descubra agora