Chapter 030

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—Só se você quiser, "namorada" não ia dar a consistência certa pra ocasião. —Ele pisca com um só olho pra mim.

—Só você pra me fazer sorrir mesmo com dor e sono. —Ele começa a massagem no outro pé.

—Eu tenho remédio pra dor no porta-luvas se quiser.

—Não quero, o obrigado.

—Se não tomar a dor não passa.

—Odeio tomar remédio, prefiro continuar com a dor. Até que ela não tá tão insuportáveis assim.

—Aonde eu arrumei uma criança tão teimosa assim, hein? Eu vou ter que te dar o remédio?

—Depois eu tomo.

—Então tá bom, toma depois, birrenta.

—Birrenta? Eu nem tô fazendo birra ainda.

—É uma criança mesmo...

—É um idoso mesmo. —Ele franze as sobrancelhas e se abaixa para pegar as meias.

—Vou te deixar de meia, aqueles saltos devem ser uma tortura.

—Eles são, eu devia ter colocado um protetor no meu pé pra não machucar.

—Da próxima vez você põe... —Ele diz colocando uma das meias no meu pé.

—Sim senhor. —Digo em tom irônico. —Não sabia que você trabalhava ajudando crianças e familias de rua. Fiquei orgulhosa quando soube. —Eu recolho minhas pernas ao ver que ele calçou a outra meia em mim.

Ele calça seus sapatos com calma e dá partida no carro enquando pensa em algo para dizer.

—Não sou exatamente eu quem ajudo, eu só elaboro os jeitos de ajudar.

—Então você ajuda, sem os seus métodos nao haveria como ajudar, e se for parar pra pensar, você ajudou muita gente.

—Eu fico feliz em saber que eu ajudei muita gente...Mas o nosso foco são as crianças, o nosso futuro depende delas.

—Você parece gostar mesmo de crianças, O Otto não desgrudou de você.

—Ele é um fofo.

—É, ele gostou do tio Arthur.

—Ou do colo do tio Arthur. —Eu rio.

—Não posso julgar ele, eu também gosto do colo do tio Arthur, sem maldade é claro.

—E com maldade?

—Também mas o foco é sem.

—Ok, mas com maldade ou não você foi minha inspiração pro projeto que resgatou o Otto e várias outras crianças então...

—Eu? Por quê? Você não me tirou da rua.

—Você me tirou da rua. —Eu franzo o cenho.

Como assim?

—Não no sentido de morar na rua, mas sim no sentido das drogas, eu vivia na rua usando mil e uma coisas, mas quando você chegou eu parei... Tá, eu dei umas deslizadas mas parei.

—Então eu te tirei da rua? —Ele assente. —Fico feliz em saber que eu servi de inspiração.

—Você é uma inspiração e tanto, Kenzie.

[...]

—Não acredito que você me trouxe num motel. —Eu me sento na cama.

—Então acredite. —Ele me puxa pela mão e me vira de costas para soltar o fecho do meu vestido. —Até pedi pra deixarem a jacuzzi preparada, acho que você vai gostar.

Ele termina de tirar o vestido.

—A marca ficou certinha. —Ele passa os dedos sobre a marca do tapa.

—Ficou foi ardendo.

—Prometo controlar mais a minha força, e em minha defesa você pediu.

—Não pedi, eu provoquei, é diferente. —Agora sim eu me jogo na cama.

—E por isso ganhou uma marca na bunda. —Ele explica sob meus olhares ao vê-lo tirar o paletó.

Ele se senta na cama e tira as meias de meus pés, em seguida ele pega um de meus pés e o massageia.

—E seus pés, princesa, pararam de doer?

—Não... O salto machucou eles.

—Tá muito insuportável a dor?

—Um pouco. —Eu fecho meus olhos com força por conta da dor.

—Eu posso cuidar do seus pés agora, ou eu posso te mostrar a surpresa e depois eu cuido dos seus pés com todo amor do mundo, você escolhe. —Ele massageia o outro pé e se levanta.

—A surpresa. —Sorrio.

Ele desabotoa atenciosamente cada botão daquela camisa social, seus dedos adentram no espaço entre o tecido da camisa e a gravata, afrouxando a mesma e a jogando na cama.

—Da pra parar de me comer com os olhos ou tá difícil? -Ironizou.

—Nossa, tá difícil, viu? —Eu também digo em tom de ironia.

É realmente difícil, ainda mais porque é o Arthur! A personificação da atração tirando a roupa na minha frente.

Como não olhar?!

A cada peça de roupa que caia no chão era um olhar mais intenso que caia sobre ele. Alguém vai ficar desidratado, pode ser que seja o Arthur de tanto que eu estou secando ele, ou eu por estar babando por ele.

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Como não reparar os olhares da Mackenzie? Não estou reclamando, até porque é uma dádiva ter os olhares dela focados em mim.

Ao tirar quase todas as roupas eu chego mais perto dela que está deitada na cama e a carrego estilo noiva ouvindo um grito assustado mais aí mesmo tempo engraçado e indo até a varanda coberta do quarto.

Mesa de frios, frutas, sucos, vinhos e tudo que a minha Mackenzie tem direito, espreguiçadeiras, cama redonda com teto retrátil e piscina.

A jacuzzi acende uma luz azul que por algum motivo me atrai, entre as espreguiçadeiras tem uma pequena mesa com duas taças e uma garrafa de vinho. Eu me sento numa delas e Kenzie se senta no meu colo, sua cabeça descansa sobre meu ombro e ouço sua respiração funda.

—Você preparou tudo isso sozinho? —Eu assinto enquanto pego às taças e entrego uma á ela. —Vinho?

—Sim, não gosta?

—Não sei...

—Como assim não sabe?

—Nunca nem cheguei a tomar vinho.

—Dezoito anos de vida e nunca tomou vinho?! —Ela nega. —Nem por curiosidade? —Ela nega novamente. —O que você fazia quando era mais nova além de bater nos colegas e ser expulsa se escolas? —Ela ri.

—Apesar dessas coisas eu tinha um pingo de consciência que não valia a pena por nem um pingo de álcool na boca.

—Tô me sentindo um adolescente irresponsável agora. —Dou risada enquanto sirvo o vinho e deixo a garrafa na mesa.

Ela aproxima a taça da boca e de uma vez vira um tanto considerável do líquido, sua cara depois disso foi icônica, acho que ela não nao sabia que era vinho seco.

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Beijos!

Ass: Madd Cavell🌺

Ass: Arthur CorradiOnde histórias criam vida. Descubra agora