Chapter 029

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Arthur puxa a cadeira para mim e então o mesmo se senta. Sua mão segura a minha com cuidado por baixo da mesa e traça círculos imaginários com o polegar sobre minha palma.

Aquele dedos em outro lugar fariam o maior sucesso...

Ele parecia concentrado e curioso no que as pessoas falavam, até tirava dúvidas às vezes. Os olhos dele brilham quando seu chefe o chamou para apresentar um gráfico.

É muito previsível dizer que ele está extremamente atraente nesse terno? Até porque ele está. O terno parece um pouco apertado, mas nada que incomode ele que se movimenta pra lá e para cá enquanto falta apontando para o quadro.

—Como os senhores podem ver, o rendimento e a evolução da empresa evoluíram muito graças aos novos métodos para isso. Com a evolução do projeto, conseguimos abrigar cerca de 100.000 famílias em situação de rua, entre elas cerca de 55.000 crianças. E além disso estabelecer uma educação de qualidade a aproximadamente 130.000 crianças, sendo elas tiradas das ruas, famílias abusivas entre outros motivos.

—E tudo isso graças ao meu método. Eu tenho orgulho de dizer que foi ideia minha contratar e levar funcionários ao encontro dessas famílias em situação de rua e especialmente as crianças que são nosso foco. Hoje existem 300.000 filiais da nossa empresa espalhadas pela Espanha, Portugal e França. Eu fiz questão de pedir pra que trouxessem uma das crianças que foram tiradas dessa situação crítica para que possamos ver a evolução que o nosso projeto oferece para esses anjinhos.

A mulher que eu vi com um menino no colo se aproxima do Arthur e entrega o garotinho.

Ele tem cabelos pretos e cacheados, sua pele é negra e seus olhos são um tom de castanho escuro, o menino é perfeitamente lindo e muito fofo.

Arthur sussurra alguma coisa no ouvido do varotinho que assente

—Esse é o...

—Otto. —O garoto completa a frase com um pouco de vergonha.

—E quantos anos o Otto tem? —O menino responde a pergunta levantando três dedinhos —Aonde você morava, Otto?

—Na rua.

—Ah, entendi, e eu fiquei sabendo que você aprendeu uma coisa muito legal. O que você aprendeu na escolinha?

O menino levanta a palma das mãos indicando um breve "não sei" e então Arthur sussurra algo no ouvido dele novamente.

—Um... —Arthur diz.

—Dois... Três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove e... —Os dedinhos dele se levantam a cada número dito. Ele é mesmo muito fofo.

—Dez. —Arthur sussurra.

—Dez! -A mulher que segurava o garoto se aproxima.

Arthur sussurra para o menino preguntando se ele quer ir pro colo da mulher mas o menino nega. Ele parece gostar do colo do Arthur, nao julgo, o colo dele é confortante.

—Esse menino de apenas três anos tinha atraso na fala quando o resgatamos, e com apenas algumas semanas conseguimos estimular ele a aprender mais e mais graças a qualidade do ensino que oferecemos às nossas crianças. Como eu ia dizendo, crianças assim como o Otto, independente se vêm de família agressora ou situação de rua merecem ter um estudo de qualidade, um lar de qualidade, direito à rede de saúde entre outras coisas. Esse ano foram doados milhares de brinquedos, incluindo bonecas, velotrols, carrinhos de brinquedo e para bebês, pelúcias e muito mais.

—Eu ganhei um Urso, tio. —O menino comenta.

—Sério, cara? —Arthur pergunta e o menino assente encostando a cabeça sobre o ombro do mais velho. —Bom, como vocês puderam presenciar, os brinquedos doados fizeram a alegria do Otto e com certeza de outras crianças. Eu agradeço a presença de todos e uma boa noite. —Com um sorriso de orelha à orelha ele encerra a reunião.

Todos estão se levantando das cadeiras, alguns vão até o bar, outros se ditigem até a saida e eu vou até o Arthur que ainda segura o garotinho que agora dorme tranquilo em seu colo.

—De tanto eu andar ele acabou dormindo. —O mais alto ri.

—Percebi. —Dou uma breve risada. —Parabéns meu amor. —Eu deixo um selinho nos lábios dele.

—Feliz por não precisar ficar na ponta fos pés pra me beijar? —Ele pergunta sorrindo.

—Não, esses saltos estão me matando. —Eu apoio minha cabeça sobre o ombro vazio dele.

—Calça o meu sapato. —Ele pede já posicionando um pé atrás do outro para tirar os sapatos.

—Não, não vou deixar você ir descalço, quando chegar no carro eu tiro, mas obrigada.

—Se você prefere assim... Por nada.

—E alem disso o seu sapatinho tamanho 39 não cabe no meu pezinho. —Eu brinco fazendo ele rir.

—Vamos, esse salto deve estar te machucando bastante. —Ele deixa um beijo na minha cabeça e rodeia meu corpo com o braço deixando sua mão em minha cintura.

Nós andamos um pouco até a babá que segurava o menino a alguns minutos

—Posso pegar ele, Senhor Arthur? —A mulher indaga.

—Claro. —Ele deixa o menino no colo da mulher. —Obrigada por cuidar dele. —A mulher assente.

—Arthur! Podemos conversar um pouco? —Juan vem até nós novamente.

—Me desculpa, Juan, eu estou com pressa. Podemos nos falar depois? —Arthur indaga.

—Claro! E parabéns, a reunião foi ótima. —Vejo somente Arthur assentir antes de me guiar para fora da sala.

Entramos no elevador na mesma posição em que saimos da sala, a mão dele na minha cintura e minha cabeça encostada no ombro dele, estou cansada, morrendo de sono, meus olhos não aguentam mais ficar abertos.

Ao chegar ao térreo, fomos até o lado de fora e entramos na Lande Rover, como de costume, ele abriu a porta pra mim e depois entrou no carro.

Com calma Arthur tirou os sapatos, depois as meias.

—Me dá os pés. —Ele pede e eu coloco minhas pernas em cima das dele.

Ele solta a fivela de um dos saltos e o tira com cuidado, repetindo a mesma coisa no outro pé.

—Seus pés devem estar te matando, né... —Ele presume enquanto começa a massagear meus pés.

—Estão. —Eu respiro fundo.

—Já já eles param de doer, tá?

—U-hum. -Eu respiro fundo. —Então quer dizer que eu sou sua futura esposa? —Eu sorrio de canto e ele faz o mesmo de cabeça baixa.

Ass: Arthur CorradiOnde histórias criam vida. Descubra agora