Chapter 001

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Já ouviu falar em Daddy issues? Traduzindo significa problemas com o papai. "Daddy issues" também significa que uma pessoa tem características mentais, emocionais e comportamentais de pessoas que tiveram problemas com a figura paterna, principalmente na infância, que é o meu caso.

Eu sou a Kenzie, atualmente eu moro com a minha mãe, somos só eu e ela porquê meu pai nos abandonou quando eu era bem pequena, aliás, é sobre isso que eu e minha mãe estamos discutindo nesse exato momento.

Eu e ela sempre discutimos, na maioria das vezes por coisa besta.

-Que merda, mãe! Ele não vai voltar! Já tem oito anos que ele foi embora, supera! -Eu falo pegando a minha mochila.

-Ele vai, Kenzie, você só tem que acreditar!

-Não, ele não vai, e se ele voltar eu é que vou embora, não vou voltar a conviver com um bêbado drogado dentro da minha própria casa. -Eu grito indo em direção à porta e então minha mãe segura meu braço me impedindo de sair.

-Você vai mesmo negar a felicidade da sua mãe, filha? -Ela pergunta.

-Ele não te faz feliz! Ele te batia, ele me batia, saia de manhã e voltava bêbado, drogado, ou até os dois de vez em quando! Eu sinto te falar isso, mas só você ama ele, ele não te ama. -Eu digo vendo o rosto da minha mãe formar uma expressão brava e então eu me solto e começo a caminhar.

A escola fica a um quarteirão da minha casa, então vou a pé mesmo, durante a aula não consegui pensar em nada a não sei minha mãe, como ela acha que um homem merda daqueles ama ela?! Fala sério.

-Kenzie? -Minha amiga me chama.

Essa é a Aria, minha amiga mais próxima.

-O que? -Eu me viro para trás.

-Me empresta o apont- -Antes que ela possa terminar a frase ouvimos um grito.

-Que droga! De novo Mackenzie?! -Odeio que me chamem de "Mackenzie"-Toda aula eu vejo você virada pra trás! Toda aula!

-Qual o motivo da gritaria? Você tá bem? -Eu pergunto.

Um ótimo truque psicológico, se alguém gritar com você, olhe nos olhos dela, mantenha a calma e pergunte se ela está bem.

-Não é da sua conta se eu estou bem o-ou não... -Ele gagueja. -Vai para a diretoria, garota, eu não te aguento mais! -Ele manda e eu me levanto para sair sair da sala.

Bom, depois que eu saí da sala fui para a diretoria, não me sinto mais nervosa ou irritada, não é a primeira vez que eu vou para a diretoria nessa semana.

-De novo aqui, Gerhard? O que você fez agora. -Sidney, a diretora indaga.

-Eu fui pedir um apontador emprestada para a minha amiga e o professor brigou comigo! -Falo indignada. -Tem café? -Eu pergunto mudando o tom de voz enquanto me sento.

-Tem... Já pegou até intimidade, né?! -Ela pergunta enquanto ela põe café num pequeno copo de plástico

-Óbvio, eu tô aqui todo dia! -Ela me entrega o copinho. -Valeu. -Eu agradeço pegando o mesmo e bebericando.

-Vamos ver quantas ocorrências você tem na coleção. -Ela diz abrindo um diário que está em cima da mesa. Ao abrir posso ver a grande maioria dos pequenos quadradinhos marcados.

-Por quê meu diário não está na gaveta?

-Ele fica aqui te esperando, você vem todo dia! Todo dia é uma ocorrência nova!...Essa é a sexta só essa semana.

-Ah, tá de boa. -Eu apoio meus braços nos braços da cadeira.

-Hoje é quarta-feira e você já tem seis ocorrências, Mackenzie!

-Eu tenho que bater o record da semana passada. -Eu sorrio e beberico meu café.

-Essa foi a última. -Ela preenche a última linha vaga do diário.

-Oi? -Eu arqueio as sobrancelhas.

-Foi a última. Não tem mais onde assinar esse diário, agora é transferência.

-Mas eu não fiz nada de errado.

-Mackenzie...

-"Mackenzie" nada! Eu não fiz nada de mais, eu só pedi uma borracha pra Aria.

-Agora eu já assinei a ocorrência, não dá pra apagar. Eu vou chamar a sua mãe e vamos resolver isso.

-Resolver como?! Me transferindo de colegio por algo que eu não fiz?!

-Eu sinto muito, Kenzie.

-Agora já foi, né. Agora explica pra minha mãe que o erro não foi meu. -Eu sorrio sínica e beberico o último gole do meu café.

[...]

Já se passaram uma hora desde que Sidney chamou minha mãe. Ela ainda não chegou e pra ser sincera, eu nem acho que ela vai vir, digamos que de um tempo pra cá ela não... Liga muito pra maioria das coisas.

-O que você está lendo? -Sidney pergunta.

-Cinquenta tons mais escuros.

-Isso não é pra sua idade, Kenzie, não pense que o que tem aí é real.

-Jura? Achei que fosse super real e natural um homem amarrar a mulher no teto e fod... -Ela me interrompe.

-Cuidado com as palavras. -Ela me alerta e eu reviro os olhos enquanto nós ouvimos a porta abrir.

-Cuidado com a caneta, -Eu dou uma olhada para a caneta preta que Sidney segura e em seguida eu a fuzilo com os olhos. -um mísero pontinho pode arruinar a vida de alguém.

-Desculpa pela demora. -Minha mãe entra na sala e se senta ao meu lado.

-Então senhora...

-Marie. -Ela completa.

-Senhora Marie, houve um engano e eu assinei uma ocorrência pra sua filha, sendo que como eu já disse foi um engano...

-Não precisa acobertar ela, Sidney, eu sei do que minha filha é capaz.

-Não, senhora Marie você não esta entendend... -Minha mãe a interrompe

-Estou entendendo bem. À algumas semanas eu vim olhando algumas escolas em Sevilla, talvez lá ela esfrie a cabeça e pense melhor.

-Sério?! Quando eu começo a arrumar as minhas malas?

Você achou mesmo que eu ia ficar triste?! Eu vou pra outro país, sem pais, sem falatório na minha cabeça...que sonho!

-Você vai o mais rápido possível, quem sabe quando estiver longe não pense melhor.

Pensar melhor? É óbvio que eu vou estar pensando muito melhor enquanto estiver longe da minha mãe.


-Em casa conversaremos sobre isso. Vamos, obrigada Sidney. -Minha mãe sai da sala me puxando pelo braço.

A viajem foi silenciosa, sem nem um pio, minha mãe parece brava, ao contrário de mim que apesar de estar un poco aprensiva estou animada para me mudar

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Beijos!

Ass: Madd Cavell🌺

Ass: Arthur CorradiOnde histórias criam vida. Descubra agora