Chapter 006

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—Orgulhoso do seu trabalho? —Indago e ele assente.

Quando a mão dele ia de encontro ao meu cabelo seu celular toca.

—Sim? —Ele diz após atender. —Eu vou falar com ela sobre isso e te dou a resposta... Não pude, ela chegou cansada da escola e eu deixei ela dormir. Ok, tchau. —Ele afasta o celular do ouvido.

—Minha mãe, não é?

—Sim. Ela quer que vá passar o Natal com ela, o que acha?

—Não quero.

—Mas a senhorita pode fazer um esforço só dessa vez, não pode?

—Não. —Ela me olha de cima a baixo.

—Mackenzie... —Ele arqueia uma das sobrancelhas

—Mas Arthur... —Ele repete o ato.

—Mackenzie...

—Você vai comigo?

—Não, mas quando você chegar vai ganhar presentes.

—Eu queria que você fosse!

—Eu trabalho.

—Mas você trabalha de home office.

—É um momento seu e da sua mãe, eu não posso ficar entre vocês. —Ele explica.

—E quem te disse que eu quero ter um momento com a minha mãe?!

—Só tenta se dar bem com ela... se quiser vir embora eu mesmo compro uma passagem de vinda pra você na mesma hora, pode ser?

—Ah! Que droga! —Eu me jogo em minha cama e cubro meu rosto com o travesseiro. —Tá, eu vou.

—Vai ser rápido, prometo.

—Promete mesmo?

—Sim... Eu posso te perguntar uma coisa? —Eu assinto com a cabeça. — Você tem alguma relação com o seu pai?

—Não, ele é só meu genitor.

—Por quê não chama ele de pai?

—Aí já são duas perguntas.

—Desculpa, não queria te tirar da sua zona de conforto. —Ele se desculpa.

—Tudo bem, só não gosto de falar do meu "pai".

—Então não vou mais falar sobre esse assunto. E desculpa mais uma vez...

—Para de pedir desculpas, não tem problema, você não sabia. —Eu sorrio sem mostrar os dentes tentando consolá-lo, mas um breve bocejo, interrompe meu sorriso.

—Dorme um pouco. —Ele diz.

—Não vou conseguir dormir a essa hora.

—Deita. —Ele pede.

Eu ajeito meu cabelo para não amassá-lo e deito minha cabeça sobre o travesseiro. Arthur fecha às cortinas blackout, e novamente se senta ao meu lado. Sua mão vai até meu cabelo e o acaricia cuidadosamente, eu fecho meus olhos aos poucos ao som do silêncio me calma, mas quando sinto ele se levantar após alguns minutos meus olhos se abrem, minha voz se torna arrastada devido ao sono.

—Arthur... —Eu o chamo.

—Sim?

—Eu não dormi ainda...

—Desculpa, eu achei que você já estivesse dormindo.

—Não precisa ficar aqui se vai não quiser e... para de pedir desculpas.

—Desc... -Ele mesmo se interrompe. —Desculpa, eu ia pedir desculpas de novo mas... —Ele percede que pediu desculpas novamente e fica calado.

Eu chamo com um gesto de minha mão, o mesmo que atraio olhar de Arthur que segue o gesto vindo até mim e se sentando em minha frente. Eu pego a mão dele e coloco-a sobre meus cabelos, ele logo entende o recado e seus dedos acariciam meus cabelos. Se passam alguns minutos até que eu não sinta sua presença ali, sua mão pesada, seus dedos indo e voltando sobre meus cabelos...

Só senti a falta ao acordar, quando percebi que ele não estava ali. Me estico até o criado mudo onte está meu celular, ao por minha digital no leuitor vejo que já são quase 16:30, não ouço a televisão da sala ligada, não ouço passos e nem um sinal de Arthur, talvez ele tenha...ido dormir?

Eu me levanto, meus pés descalsos ecoam um rangido contra a madeira clara do chão do corredor, ao conferir, na sala, nada.

Na cozinha, nada.

Quarto do Arthur, nada.

Nos banheiros, nada.

Na varanda, nada.

Onde será que ele se meteu?

O que eu posso fazer é esperarar...

Eu me jogo no sofá da sala, ligo a televisão e deixo passar o primeiro desenho animado que vejo já que não tem nem um canal legal passando à essa hora.

Uma.

Duas.

Três.

Quatro.

Cinco.

Seis.

Sete.

Oito horas depois e o Arthur ainda não chegou e nem deu notícias. Não quis ligar pra ele antes por não querer incomodá-lo, mas agora estou começando a ficar preocupada, já são quase meia noite e meia e ainda não vi nem a sobra dessa homem.

Após após alguns segundos de espera ele atende o celular, graças à Deus.

—Aonde você está? —Eu pergunto na mesma hora em que a campainha toca.

—Tô quase em casa, princesa. —Ouço enquanto vou até a porta principal.

Princesa?

E quando eu abro a porta a primeira coisa que percebo é um olho roxo e um corte pequeno acima da sobrancelha, segunda coisa é o cheiro insoportável de maconha que está impregnado nesse homem, e a terceira é a mulher loira e baixa que está atrás dele.

—Quem é você? —Eu afasto o celular da orelha.

—Eu tava passando e vi ele caído na rua, então ajudei, só isso.

—Tá, obrigada. —Agradeço puxando ele pra dentro de casa, mas antes de eu fechar a porta por completo ela diz algo.

—Precisa de ajuda? Sua mãe está em casa pra cuidar dele?

—Não e não preciso de ajuda. —Eu fecho a porta. —Arthur, vai dormir. —Digo apontando para o corredor.

Ele sorri sarcástico e segura meu braço sem dizer nada.

—Me solta, Arthur! —Eu tiro a mão dele de meu braço.

—Achei que fosse dormir comigo...

—Ninguém quer dormir perto de um cara que fede à maconha, agora vai. Some da minha frente, por favor. —Ele caminha até o corredor.

—O que eu vou fazer? —Ele pergunta.

—Não me interessa o que você vai fazer, só... Vai dormir por favor.

Eu desliguei a televisão e fui para o meu quarto, tranquei a porta e fui tomar um banho gelado por causa do calor desse lugar.

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Beijos!

Ass: Madd Cavell🌺

Ass: Arthur CorradiOnde histórias criam vida. Descubra agora