Haver
Ignorando tudo e todos, eu vou direto para a sala de aula, eu quero ver o loirinho. Hoje estou chegando atrasado mais uma vez, mas não pude evitar, já de manhã aquele doente que ajudou a me fazer veio me encher o saco e com isso me atrasei, mas estou aqui. Entro na sala e vejo o "meu lugar" ocupado pelo loiro de sorriso bonito. Ele me olhou com deboche e abriu um sorrisinho gostoso. Eu mordo essa boca todinha se ele deixar. Vou andando até o final da sala e me sento bem à sua frente.
— Olá loirinho.
— Oi, insuportável.
— Está no meu lugar outra vez, meu mel.
— O lugar não é seu, o irritante, e não me chama assim, que brega.
— Que isso meu sol, não faz assim, isso me machuca. — Faço a minha melhor ensinação levando a mão ao meu coração.
— "Meu sol", sério? — Ele rir.
Assim como nos outros dias, Jimmy está todo coberto. Calça, moletom largo e boné. Não entendo bem o seu senso de moda quando se trata da faculdade, mas também não critico, eu venho mais parecendo um mendigo pra essa porra.
— Porque não me respondeu no instagram, meu lírio? — Vejo o meu jogar a cabeça para trás enquanto ri um pouco alto. Lindo.
— Ai, vai mesmo ficar me chamando desses nomes braga? E eu não respondi porque não vi necessidade.
— Irei chamar de vários até achar o certo, meu pudinzinho. — Faço uma careta, esse é horroroso. — Mas entendi, você prefere falar comigo pessoalmente, né? Eu também, meu bombonzinho.
— Nossa cara, você é péssimo nisso.
— Não julga, vai... Eu sou novo nisso, meu limite sempre foi "gato".
— Se você me chamar de gato eu quebro isso que você chama de cara.
— Nunca iria fazer isso, meu chocolatinho. Você é único, por você vale o esforço.
Ele fica me olhando por um tempo, mas logo o professor entra na sala e eu vejo o corpo pequeno, porém delicioso do meu bem tensionar e eu fico meio confuso. Ia pergunta, mas o professor chama a atenção de todos e eu abro um sorriso quando vejo que é o Miguel. Se tem uma coisa que o meu eu de agora não é diferente do meu eu do passado é o apreço pelos estudos, e esse professor é um dos caras mais incríveis que já conheci. Desde sempre eu quis fazer direito, e quando eu entrei nessa faculdade, ele foi o primeiro professor e ele foi também, a primeira pessoa que me fez enxergar o quanto eu deveria insistir nisso porque era realmente o caminho certo.
Vejo meus dois amigos entrarem na sala correndo e começo a rir quando eles recebem esporro. Otários.
— Ta rindo de que, o seu babaca? — Greeg fala se sentando ao meu lado.
— Cara, meu carro deu pau, que ódio, eu vou pegar aquele mecânico safado. — Michael fala e eu começo a rir mais ainda. Ele é um mão de vaca que adora pagar mais barato em tudo, inclusive em mecânicos. Por isso o carro dele vivi dando ruim.
— Isso é para aprender a largar de ser mão de vaca.
Eles notam o loiro atrás de mim e abrem um sorriso. Greeg que é omais idiota, vira o seu corpo na direção do príncipe e eu resmungo baixinho, lá vem merda.
— Olá Jimmy.
— Oi, membro número dois. — Greeg fica confuso e eu também, mas começo a ri do jeito que o loirinha falou.
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Clichê?
RomanceJimmy Sowell, de 21 anos, tenta levar a vida da forma mais invisível que pode, por mais que isso seja impossível para si, ele segue tentando. Depois da morte de seus pais, muitas coisas mudaram em sua vida e ele realmente se apegou a essas mudanças...