Jimmy
A raiva em mim é tanta que eu só vejo a porta de saída. Essa gente acha que só porque tem dinheiro, pode fazer e falar o que bem entender, fala sério. Pego o meu telefone e abro o grupo. Saio da faculdade e sento em um dos bancos que tem no lado de fora, o que eu mais quero é ir embora e não ter que olhar para cara dessa gente, principalmente para a cara daquela dissimulada, mas só assisti uma aula e não posso ficar faltando a faculdade, não por causa dessa louca. Quando eu ia começar a escrever eu vejo o Haver correndo em minha direção.
— Raio de sol, achei você. — Ele fala ofegante. — Nossa, você fica lindo com a luz natural. — Como não ri com esse cara?
— O que quer, Haver?
— Quero te levar lá pra dentro de novo, você precisa assistir as próximas aulas e precisa também almoçar comigo depois das aulas.
— Haver, eu preciso ir para casa me arrumar para ir ao trabalho depois das aulas. — Falo o óbvio. Aposto que ele, assim como aquela louca, não trabalha e não faz nada da vida.
— Ei, não me olhe assim, eu sei muito bem o que está pensando. — Se senta ao meu lado. — Eu trabalho e diferente do que você deve estar pensando agora, eu trabalho em um bar. — Wou! Eu realmente estou surpreso.
— Sério?
— Sim. Meu tio tem um bar no centro da cidade e eu trabalho lá os finais de semana, por conta da faculdade, ele não me deixa trabalhar durante a semana, mas eu queria. Mais dinheiro, né.
— Isso realmente me surpreendeu.
— Bom, meu pai paga a minha faculdade, acredite, não por escolha dele, mas paga, moro com eles, então sem muitos gastos, o que me resta é gastar o que eu ganho comigo mesmo.
— Aposto que isso se resume em saídas e bebidas. — Brinco.
— Sim, mas não necessariamente tudo. Eu comprei a minha moto com o meu próprio dinheiro, sabe, economia... — Ele fala de um jeito bonitinho.
— Legal. Eu tenho um carro, mas nunca uso, quem usa mesmo é o Ryck e a Abby, mas vivem servindo de motoristas para mim. — Ele fica me olhando com muita atenção. — Não é que eu não saiba dirigir, mas meus pais morrerem em um acidente de carro, então eu fico meio paranoico.
— Eu sinto muito, príncipe.
— Está tudo bem...
—Já perdemos a aula de agora, que tal um sorvete? — Ele aponta para a sorveteria que fica bem na frente da faculdade. Olho a hora do celular e faço careta. Não está na hora de comer besteira.
— Não vai rolar. Mas eu posso ir com você. — Nos levantamos e vamos andando em passos lentos até a sorveteria.
Quando entramos na mesma, ele vai direto para uma mesa e começa a olha o cardápio, eu me sento na sua frente e fico reparando o local. É bem bonito e alegre, é um bom lugar para se estar com os amigos.
— Esse parece bom. — Ele fala e vira o cardápio para eu ver e vejo que ele está falando do sorvete de ovomaltine. Eu amo ovomaltine.
— Não tem como errar escolhendo esse.
— Ok, vou lá pedir, fique ai, não fuja. — E ele vai.
Pego o meu telefone e mando mensagem no grupo, Abby é a primeira a me responder, Ryck deve está em aula agora. Falo sobre a nossa noite de filme que é hoje e ela diz o que vamos ter para comer, como esperado, tudo comprado, ela não sabe fazer muita coisa na cozinha e como vou está no trabalho, não vou poder fazer nada. Peço para ela comprar sorvete de ovomaltine e logo começa uma briga. Ela prefere morango. Quando ia começa a citar os motivos do chocolate ser bem melhor, eu vejo um copo enorme de sorvete bem à minha frente. Bloqueio o meu telefone e olho para o Haver.
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Clichê?
RomanceJimmy Sowell, de 21 anos, tenta levar a vida da forma mais invisível que pode, por mais que isso seja impossível para si, ele segue tentando. Depois da morte de seus pais, muitas coisas mudaram em sua vida e ele realmente se apegou a essas mudanças...