Capítulo 7 - Azulado Recomeço

38 4 68
                                    

    ✨️✨️✨️

   Assobiava de olhos fechados enquanto caminhava despreocupado; pássaros cantavam ao seu redor em um belo coral e a estrada de terra já mudava-se para um caminho rochoso. Por não estar vendo, colidiu com algo firme a sua frente; Malkiur recuou pedindo desculpas e abrindo os olhos.

   Um guarda, de braços cruzados, estava o olhando de cima. Sério, com um olhar que já dizia tudo para o príncipe. Ao lado dele, outro guarda aproximava-se. Desembainhou a espada e a pusera em frente a Malkiur, o pedindo para se afastasse de seu colega.

   - Guerreiro, o que quer por aqui? Os portões do reino estão fechados por tempo indeterminado. Recue e volte de onde veio.

  - Preciso falar com a rainha, tenho alguns assuntos de níveis catastróficos que ela precisa ter conhecimento.

  - Quais seriam esses assuntos?

  Hermeas pusera-se atrás de uma árvore próxima; o resto dos guerreiros acompanharam a deusa.

   O príncipe cerrou o olhar e encarou-o de cima para baixo e debochou:

   - Por acaso, você é a rainha? - o outro guarda arregalou os olhos. - Estou aqui para falar com ela e não com os seus escravos de batalha.

   A lâmina da autoridade estabilizou-se, rapidamente, abaixo do queixo do príncipe.

   - Me dê um motivo para não degolar você, aqui e agora! - firme e irritado, o guarda exclamava com fervor.

   Novum Hyacintho Initio!

   Enfatizou Malkiur em seus pensamentos. Uma aura azul o contornava e uma energia azulada emanava-se da barriga do guarda mais quieto.

   Atrás das árvores, Sofia perguntou, ansiosa e preocupada, se poderiam intervir. Hermeas, interessada em qual seria o próximo passo de Malkiur, ordenou que esperassem.

   Caiu em risadas, o guarda que permanecia calado com uma postura intimidadora, estava caindo na gargalhada. Seu colega questionou-se o que estava acontecendo, virando-se confuso.

   A espada abaixou-se e Malkiur sorriu levemente.

   - O que você fez com ele? - exclamou.

   - Não sei, pergunta pra ele - sorriu e riu.

   Ao passar por tantas risadas, o guarda começou a sentir dores entre os risos; colocava a mão sobre a barriga, empurrando-a contra a armadura. Dizia que algo fazia cocegas no seu intestino; sentiu algo alisando seu fígado; logo, essa coisa apertou-o.  Ele gritou, repentinamente.

   - Tem alguma... alguma coisa... dentro de mim - resmungou.

   - Diga, forasteiro, o que fez com ele? - gritou, temendo ser o próximo.

   Malkiur permaneceu em silêncio por um tempo. A situação do guarda estava piorando.

   - Eai, o que vai ser, hein? - confiante, pusera as mãos na cintura.

   - Tudo bem, deixarei você passar!

   O que estava no intestino do guarda parou de o machucar; ofegante, deitou-se no chão, salivando com a boca aberta. O outro, ficou em choque, não entendeu o que aconteceu. Observando seu amigo ao chão, o guarda banhou-se com tamanho desespero e medo que mal conseguia olhar para o príncipe.

   - Pode... passar - desistiu e engoliu seco.

   - Pessoal, podem sair dai de trás! - exclamou aos guerreiros. Pegou a chave do bolso do guarda paralisado e prosseguiu reino adentro. - Caminho liberado! - alertou, levantando a mão para o alto, chamando-os.

O Mais HonradoOnde histórias criam vida. Descubra agora