Capítulo 11 - Humanidade

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   Na divisória do reino, os atritos entre Permuda e Mildtroth ficavam mais fortes. A tensão para o começo da batalha estava crescendo gradualmente. Hermeas, ansiosa, olhava para trás, esperando que Malkiur e Sofia retornassem com o garoto. Agwen, alongando-se, preparava-se, com entusiasmo, para lutar.

   - Em dois minutos iniciaremos o massacre, imperatriz - disse o deus.

   - Queria resolver isso de modo pacífico. Meu povo esperava por isso.

   - Não existe pacifismo no processo de domínio. Como uma imperatriz, deveria entender isso como ninguém.

   Permuda e o exército ouviram passos vindos de trás. Ao virarem-se, depararam-se com Sofia, indiferente, carregando Daemon em seus braços. Todos, confusos, firmavam os cenhos, assimilando o que estavam vendo. Permuda, por outro lado, levantava, levemente, o canto superior de seu lábio, expressando estar realizada com alguma coisa.

   - A máquina de guerra, Daemon, está morta! - exclamou Permuda.

   - O que vocês fizeram com ele? - exclamou Mildtroth. - Sua desgraçada!

   - Tiraram de ti - virou o rosto para o deus - sua recompensa. Como se sente a respeito disso, deus?

   Hermeas olhava em volta, perguntando-se onde Malkiur estava. De imediato, exclamou, questionando a Sofia sobre.

   - O príncipe Malkiur matou: Jenny, O Cão do Inferno - exclamou, ao vento. - E matou, acidentalmente, o demônio: Daemon. Malkiur fugiu e está correndo ao norte de onde vim. Não pude impedi-lo, no momento, ele... é mais forte que todos nós - dizia palavras sem emoção. Os olhos mortos e cansados ainda demonstravam determinação em continuar com seu ideal contra Malkiur.

   Todos a encaravam sem entender. Hermeas arregalou os olhos amedrontados e gritou para Sofia, a confrontando sobre o que dissera ser mentira. A espadachim colocava pé atrás de pé até chegar no meio deles, sem dizer uma palavra. A população ao redor, preocupados com a consequência que virá com a morte de Daemon, cochichavam, desesperançosos. Uns choravam. Outros ficavam em choque e paralisados perante tal ato.

   Na divisória, pusera o corpo de Daemon estirado em frente a divindade.

   - Enterre-o em um lugar apropriado. Se, claro, você se importar com ele - após deixá-lo sobre o solo, ainda sentada sobre os joelhos, fechou os olhos e abaixou a cabeça, demonstrando submissão.

   - Acho... que não há motivos para permanecer aguardando - o deus, vestido com uma armadura branca e cintilante, erguia um machado afiado de duas lâminas que se apoiava no suporte em suas costas. O luz do sol batia atrás de sua cabeça, reduzindo a luminosidade de seu semblante, deixando seus olhos laranjas destacados enquanto olhava a Sofia de cima. Os cabelos médios, caídos pela altura do maxilar, resplandeciam a beleza de seu rosto angelical que, ao mesmo tempo, espairecia o terror que era estar sobre sua presença. - Erga-se, espadachim, nossa luta irá começar - o deus transparecia frustração.

   Sofia obedeceu. Hermeas, sem acreditar, a encarava enquanto ela caminhava para seu lado.

   Permuda ergueu o braço e levantou o dedo indicador para os céus. Um sorriso levantou-se no rosto de alguns cidadãos, que se sentiram preenchidos com um pingo de esperança ao ver a face confiante da imperatriz. Mesmo que a odiassem, Permuda nunca os ignorou em suas buscas por paz durante essa guerra. Como um povo, a rainha atendia seus chamados por mais egoísta que ela fosse em algumas decisões. Porém, naquele momento, não havia outras escolhas a serem feitas. Só tinha uma coisa que Mildtroth se importava, e essa coisa estava morta. Não há negociações para paz. A única glória que terão, será vencendo o combate direto contra o Deus da Guerra.

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