Capítulo 2 - Encarando a Realidade

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     696, Drack, Era Corrupta.

   Passaram-se duas horas após terem saído da taverna. 

   Mais adiante, eles enxergaram a vila de Drack de cima de um morro. Para descer dele, Jenny e Malkiur teriam que se ajudar. E foi isso que tentaram fazer. Calmamente, Malkiur decidiu ir na frente e chegou até o final. Jenny, ao tentar, caiu, mas foi segurada por Malkiur antes de se chocar com o chão. Frustrada por ter caído, ela exclamou para que o príncipe a soltasse. E ele a soltou no chão, assim como pediu.

   - Eu não disse que era pra você me soltar assim! - exclamou Jenny. Levantou-se irritada enquanto batia em sua roupa, limpando a poeira do solo que ficou grudada na vestimenta.

   - É só uma poeirinha... Sai com água, ora - disse, despreocupado.

   Ela apontou para a cara do príncipe.

   - Você não sabe quantas pessoas morreram só pra eu ter essa roupa!

   Um corpo humano sem braços caiu e rolou metros próximo deles. Ambos arregalaram os olhos e encararam o corpo ao mesmo tempo.

   Jenny recuou assustada. Abriu a palma da mão e armou-se com seu feitiço de estilo: Sangue e encarou a mata ao redor. Malkiur ouviu um grunhido; olhou para trás e depois para cima. Ainda com o olhar fixado, colocou, lentamente, a mão sobre o ombro de Jenny, alertando-a sobre o que via.

   A criatura tinha mais de um metro e noventa de altura. Pele morena; cabelos pretos trançados e jogados para trás; não usava camisa, apenas uma tanga larga que cobria suas coxas e chegava até o joelho. Possuía pouca barba; olhos ausentes de íris e pupilas, completamente brancos com as bordas amarelas alaranjadas. Boca carnuda com dentes amarelos e de caninos afiados. Seu porte físico intimidava; os braços impressionavam pela largura e definição, e as pernas tão quanto. Parecia pesar mais que um mamute mesmo sendo um ser humanoide.

   - Mais intrusos. Fracos ou fortes? - questionou-se. - Não importa - deu um passo para frente, fazendo uma forte marca de sola na grama.

   A vila estava próxima, mas seria quase impossível correr para dentro dela sem serem alcançados pela criatura. Eles estavam em um campo aberto; somente em um raio de trinta metros havia uma floresta para que eles pudessem se refugiar. Não tinha jeito de escapar.

   A cada passo dele, Jenny preparava o corpo para atacá-lo com seu feitiço. A criatura parou de andar no limite do raio onde Jenny conseguiria o acertar. Ele observou a mão que segurava o feitiço; dobrou a cabeça para o lado com uma expressão de dúvida - como um cachorro. Cerrou os olhos e disse, com uma voz grossa e firme:

   - Feitiço estilo: Sangue? - questionou a si novamente. - Ah, como eu não poderia reconhecer? É Jenny, o Cão do Inferno.

   - Oh, Agwen - ao perceber, adotou uma postura mais calma, guardando seu feitiço. - É um prazer te conhecer pessoalmente.

   Malkiur respirou fundo três vezes e abriu um sorriso para Agwen. A criatura bufou e seu olhar tornou-se cansado - estava entediado e um pouco decepcionado.

   - Seu subordinado? - questionou, bocejando.

   - Ele é um dos nossos. É o príncipe...

   - Malkiur; me chamo: Malkiur - interrompeu.

   - É - disse Jenny, olhando Malkiur de canto.

   - Eu estava me empolgando para uma luta de verdade. É uma pena que eu tenha lembrado quem você é, Jenny.

   - É uma pena mesmo. Eu queria muito lutar contra Agwen, O Monstro Elementar, pela primeira vez - disse, esbanjando um sorriso. 

   - Notei sua sede de sangue em querer me matar - disse Agwen e depois riu eloquentemente.

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