Capítulo 21 - Crueldade

27 1 23
                                    


O luz luar os cobriu. Sombras a lutar esticaram-se pelo chão. A espada da imperatriz e os braços do monge brigavam na mesma velocidade. Permuda tentava o desferir cortes, porém o monge desviava a lâmina apenas com o auxílio do teto de sua mão e dedos. Era como se guiasse a espada para outra direção, com suavidade e maestria. Permuda tentava o fatiar de todos os jeitos, mas a defesa do monge era impenetrável. Vendo que não era possível encostá-lo, mesmo na sua maior velocidade, poupou-se de um próximo corte, e simplesmente recuou, parou, pensou, racionalmente e com ofegância: "Devo analisá-lo, deve haver algum ponto fraco".

- Você não me causou dano algum. Já eu, eu te cansei. Entende o que isso significa? - com as mãos nas costas, firmou o pé e impulsionou o corpo para frente. Moveu rapidamente o braço e estendeu-o para frente, dando um "peteleco" na testa de Permuda. - Deveria ser menos imprudente em seus ataques, Permuda Klank, nem parece ser digna de empunhar uma espada.

O corpo da imperatriz parou. Sua espada fora largada ao chão. O desespero a tomou por um momento; nem falar conseguia. O monge deu um soco de direita no rosto dela e desferiu uma sequência de golpes com apenas dois dedos da mão, direcionados a pontos específicos do corpo. Indo da garganta até o quadril da imperatriz.

- Uma rainha que não sabe lutar, não passa de uma princesa! - exclamou sem ira. Com um soco direto, lançou Permuda pelo chão à frente.

A imperatriz sentia todos os lugares de seu corpo doendo, insuportavelmente. Quando tentava se levantar, viu o monge correndo em sua direção como uma assombração. Os olhos como pratos, uma faceta neutra e uma velocidade sobre-humana; e seu semblante? Sombrio, tento todas suas expressões em contraste de luz e sombras. Ela imediatamente transmutou sua mão em vidro; dele, foi criado um grande escudo denso que fez o monge se colidir. Um buraco fora aberto; vidro estilhaçou-se pelo ar, mas monge não conseguira atravessar a defesa. Permuda se questionava: "Como um monge possuía tanta força sendo tão desnutrido como ele?".

De repente, com uma velocidade assustadora, o monge cavava aos socos o escudo de Permuda. Do que ainda restava de escudo à sua frente, Permuda criou uma adaga de vidro e quando o monge passou pelo buraco que criara no escudo, a adaga já empunhada vinha na horizontal para fintar sua cabeça. Entretanto, mesmo levemente distraído pelas fagulhas de vidro em seu campo de visão, seu corpo instintivamente guiou sua cabeça para trás, deixando um centímetro de distância entre a lâmina e seu nariz. A adaga passou direto. O braço de Permuda se encolheu de dor por ter o esticado demais e por seu corpo ainda estar sentindo aquele ataque inicial. No chão caiu de traseiro, recuou um pouco e o monge partia com um chute direto em sua face. No entanto, algo se fincou atrás da perna que dava suporte ao monge, o fazendo rugir de dor. Eram estilhaços de vidro, puxados pela ativa habilidade de manipulação da imperatriz. Imediatamente, ela segurou a perna que chutava e o jogara contra o chão à sua esquerda. Sacou a adaga e a penetrou na coxa do monge. A dor era insuportável, mas ele não se dava como derrotado ou aquele que ficaria no chão tão facilmente. Com astúcia, deu um chute com jeito suave por debaixo do braço dela - como Permuda ainda estava segurando a adaga, a força exercida, mesmo que parecesse pouca, fora o suficiente para levar a mão dela para cima, levando o objeto junto. A imperatriz, confusa com o que ocorrera, paralisou por um segundo; tempo suficiente para o monge desferir um chute em seu rosto, a fazendo bater de cabeça no que sobrou de seu escudo.

A vidraça se estilhaçou em cima de Permuda. Deitada de cara para o chão, permaneceu. O monge ergueu-se e, com seu corpo, sua palma fora direcionada à cabeça da imperatriz. No entanto, do trapézio dela, seu hexagrama brilhou em luz, afastando o monge que, pelo rosto surpreso, já vira algo assim antes.

- Somente o mais cruel humano poderia transformar este símbolo em algo tão perverso...

Abaixo dos estilhaços, a rainha recitou arrastando sua testa para trás, a caminho de se levantar:

O Mais HonradoOnde histórias criam vida. Descubra agora