O mar é um lugar perigoso, às vezes um tanto imprevisível, mas quando conduzir seu navio pelos inexplorados e quem sabe mágicos mares do leste se torna sua única saída, Zoe Delacroix arrisca tudo. Afinal, o que pode dar errado quando seu primeiro e...
Quando o dia seguinte amanheceu, Zoe resolveu dar uma lida nos papéis que tinha trago do escritório no dia anterior.
A capitã precisava recrutar novos marujos para a próxima viagem, o que demandava um bom tempo, afinal nem toda a tripulação era fixa. Zoe era conhecida por ser a mais rigorosa na seleção de sua equipe. Atitude muito responsável, já que no meio do mar a confiança em seus subordinados garantia suas noites de sono.
- Bom dia, Zoe! - Marta cumprimentou animada.
Zoe abriu um imenso sorriso para a governanta, ela realmente gostava da senhora que a viu crescer e cuidou dela durante toda a sua vida.
- Bom dia, Marta! Dormiu bem? - A moça perguntou dando-lhe um beijo na bochecha.
- O que aconteceu com você? - a mais velha lhe olhou interrogativa.
- Oras, só estou feliz! - a jovem deu de ombros, havia acordado de bom humor após mais uma noite dormindo em sua cama confortável. - Ah, vou para a biblioteca, preciso ver alguns papéis.
- Mas, não vai nem tomar seu café da manhã? - Marta ralhou com os braços na cintura.
A capitã correu até a mesa onde o desjejum estava disposto e pegou um pêssego.
- Pronto! - Exclamou, mordendo a fruta e correndo da governanta.
- Zoe Delacroix, você não tem jeito, mesmo! - Ainda no corredor ela pôde ouvir a voz de Marta.
A biblioteca da casa dos Delacroix não era muito grande, não ao ser considerada em comparação com a que Sales tinha em sua própria residência, contudo todos os livros que existiam naquele cômodo contavam com um lugar especial na vida de seus donos, fosse pela história das páginas, ou pela que envolvia sua compra.
A morena de olhos cor de mel sempre sentia o coração retumbar ao olhar para eles. Pois, a moça pensava no tempo e dedicação que havia sido empregada em cada uma daquelas páginas. Naqueles livros estavam contidos os mais profundos pensamentos de seus autores, e isso era de um valor inestimável.
Sem poder se deter em alguma história em especial, Zoe, acompanhada de sua maleta e metade de um pêssego, sentou-se na mesa próxima a janela. Como ela não era do tipo que enrolava em seus serviços, foi logo abrindo a maleta:
- Ah! - o grito foi alto e bem raivoso. - Aquele versyano com mania de raio de sol! - continuou ela muito irritada.
Quando a moça abriu a maleta, ao invés de encontrar seus papéis, ela só teve acesso a um inútil, no ponto de vista dela, trompete. Foi inevitável não deixar seu corpo cair sobre o assento, consumida por uma fúria imensa.
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Como não poderia fazer nada a respeito do trompete e a perda dos documentos, Zoe se dirigiu até seu escritório, no centro da cidade; pelo menos ali ela poderia esperar que seus futuros marujos comparecessem para uma entrevista. Mas, ela precisaria contar com a sorte.