72 - Ricardo Lucarelli

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S/N

Nós nos conhecíamos desde a adolescência, quando eu me mudei do bairro onde eu morava e acabei me tornando vizinha dos Lucarelli — famosa família aqui de Minas Gerais.

Eu devia ter uns 15 anos na época e Ricardo uns 17 ou 18. Obviamente eu era mais nova e uma pirralha perto dele, então nossas interações se limitavam à implicância de dois adolescentes que se achavam adultos além da conta.

Ai, ai... por que ninguém nunca avisa?!

Ricardo era amigo do meu irmão e eu era colega de turma da irmã caçula dele, então acabava que nós dois sempre nos víamos fosse brincando na rua, fosse na casa de um ou do outro quando ele vinha jogar videogame com o (S/Irmão) ou eu precisava fazer algum trabalho do colégio com a (N/Irmã de Lucarelli).

Além de tudo, nossas famílias se davam bem também e naquele tempo era muito normal deles se juntarem para almoços, festas e esse tipo de coisa. O problema é que eu e Ricardo nunca nos gostamos e sempre estávamos em pé de guerra — pra azucrinar a vida dos nossos pais.

Ricardo aprontava todas comigo e eu a mesmíssima coisa, amava essa competição de quem conseguia tirar mais o outro do sério. A melhor parte é que o entretenimento nunca acabava e, inclusive, após mais ou menos 1 ano, chegou ao ponto dos nossos pais tentarem interferir.

Entretanto, nem foi tão necessário assim..

De repente, surgiu uma oportunidade dele ir jogar vôlei fora da cidade e obviamente que ele aceitou.

No início, assim que eu soube da notícia, eu disse ao atleta que finalmente me livraria dele e que estava eufórica por finalmente me livrar de Ricardo.

Tudo lorota!

Apesar de jurar que nos odiávamos, acho que era apenas o nosso jeitinho de sermos grandes amigos.

E por isso eu confesso que, conforme os meses foram se passando e já não restava nada de como as coisas eram antes, eu senti falta dele.

Mas, guardei isso pra mim. Afinal, eu nunca iria dar o braço à torcer. Não era esse o nosso jogo.

....

Os anos foram se passando e de repente eu já havia saído de casa e estava no penúltimo ano da faculdade em Belo Horizonte.

Naquela ocasião especifica, eu já estava com 21 anos e foi bem lá, no meio de um pagode em BH, que eu o reencontrei:

Ricardo Lucarelli.

Mas, vê-lo dessa vez havia sido diferente. Nós não éramos mais duas crianças e agora o país inteiro o conhecia também. Ele havia se tornado o que almejara: um jogador de vôlei rico e famoso.

Mas, ao menos naquele instante em que nos cumprimentamos na festa, éramos os mesmos de antigamente.

Passamos horas curtindo juntos entre os amigos dele do vôlei e as minhas amigas do campus da UFMG.

Só que em algum momento completamente inusitado, nós nos pegamos.

E foi ali que eu percebi que estávamos bem longe de já termos nos odiado em algum dia.

Imagines || Atletas ² [Extras]Onde histórias criam vida. Descubra agora