Encantada

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Acordei com uma dor de cabeça horrível, sentia como se tivesse um pequeno ET dentro da mesma martelando. Sentei-me na cama, me espreguicei e passei a mão por meu cabelo, então olhei ao redor e percebi que não estava em minha casa e aquele definitivamente não era meu quarto.

Olhei em volta do quarto e tinha uns recortes de jornais falando sobre bandas na parede, alguns pôsteres de bandas de rock e mais alguns discos de vinil colados na mesma. Logo à frente tinha uma mesa, onde ficava um notbook, um abajur e algumas folhas de papel amassadas por cima, junto a um bloco de notas. Próximo à cama tinha uma mesinha de apoio, onde tinha uma foto dela com uma garota, peguei o porta-retratos para ver melhor e lá estava a tal da Tifanny de novo. Suspirei fundo e coloquei-o de volta em seu lugar. "Então eu estou em sua casa." pensei.

Passei mais alguns minutos deitada na cama até que criei coragem para levantar-me. Estava vestindo ainda minha roupa de ontem. Abri a porta do quarto e desci a escada que ficava no corredor,  logo que desci o primeiro degrau eu vi Candice. Ela estava ali parada e pensativa, olhando para a sala de estar com uma xícara na mão, encostada em uma coluna da cozinha. A mesma vestia-se com apenas uma blusa comprida. Fiquei parada alguns minutos olhando-a, até que Candice saiu de seus pensamentos e notou minha presença, virando-se a mim com um sorriso em seu rosto.

- Bom dia, Barbie. Pensei que tivesse morrido ou algo assim. - Ela disse tomando um gole de seu café. Sentei-me nos degraus e apoiei minha mão em meu rosto.

- Eu estou morrendo... De dor de cabeça, parece que tem alguém batendo nela. - Fiz uma voz chorosa e ela começou a rir.

- Isso, em meu mundo, se chama ressaca.

- E no meu se chama dor e tortura. Só faça isso parar. - Minha voz saiu mais chorosa do que eu esperava, mas foda-se, estava doendo.

Candice apenas me ignorou e entrou na cozinha. Já estava pronta para xingá-la de tudo quanto era nome por ter me deixado morrendo e falando sozinha, até que ela aparece com uma garrafa de água e um comprimido.

- Isso deve amenizar a dor, tome. - Ela estendeu a mão para mim, me entregando um comprimido e a água. Assim eu peguei, tomando-os logo em seguida.

- Juro que nunca mais em minha vida eu beberei. NUNCA!

Candice voltou da cozinha com 2 xícaras de café em sua mão.

- É o que todos dizem durante a ressaca. - Ela disse me entregando uma xícara - Depois disso você já estará pronta para outra, acredite.

- Se você está falando... - Dei de ombros, tomando um gole - À propósito, como vim parar aqui? Você não havia me prometido que ia me deixar em casa?

- Não achei que seus pais iam gostar de ver sua filha perfeita, que supostamente devia estar dormindo, chegando 5 da manhã em casa, totalmente bêbada.

- Eu estava tão mal assim? - Perguntei com a voz um pouco baixa, corando.

- Bom, você vomitou meu carro inteiro, vomitou a entrada da minha casa, e estou rezando para não ter feito isso na minha cama, subiu em cima do palco, dançou com a banda, tirou a blusa e começou a girar na frente de todo mundo. - Abri a boca espantada. Eu não acredito que eu tenha feito tudo isso.

- Você ta brincando comigo, não é? - Perguntei constrangida. - Por favor, me diz que está!

Cobri meu rosto com a mão, SENHOR QUE VERGONHA. De repente, vejo Candice começando a rir muito.

- VAI SE FUDER, NA BOA!

- Você tinha que ver sua cara - Ela dizia ainda rindo muito - Relaxe... Você não tirou a blusa.

The heart wants what It wantsOnde histórias criam vida. Descubra agora