Já passara das nove da manhã, e todos finalmente haviam entrado nos carros, estes que partiam de volta para Seul.
Desta vez, a organização foi diferente. No carro de Minho, iriam ele, Jisung e NaJun. No de Changbin, se acomodaram o Seo, Felix, Seungmin e Harin. O último carro, o de Taehyun, levava os Yang, Amora e Hyunjin.
A situação no carro do Lee estava frustrante; o casal não ficara muito contente por ter NaJun ali, até porque, se não fosse por ele, os dois permaneceriam sozinhos no veículo, podendo desfrutar da companhia um do outro; o que acontecera, ao invés disso, foi um Hwang completamente desolado, despejando todos os sentimentos encima do Han, enquanto Minho se controlava para não expulsa-lo de seu carro.
Além de ficar incomodado com o fato de seu namorado estar sendo perturbado a viagem inteira, ele ficara sentido pelo Hyunjin, e até mesmo por Amora, que sempre foi uma boa pessoa, e definitivamente não merecia isso em seu casamento; logo, sentia uma imensa raiva do homem mais velho no seu carro.
Pulando para o carro de Seo, o clima pesava bastante. Seungmin permaneceu ignorando a mãe durante toda a manhã, e estava condenando Felix, –que fora o responsável pela divisão– por ter que passar a viagem inteira ao lado da Kim.
A verdade é que desde os seus nove anos, a relação de Seungmin e Harin está indo de mau a pior. Quando a mulher apresentou o namorado ao filho, o garoto recém havia feito aniversário; logo na primeira impressão, o Kim odiara seu padrasto, e sempre se afligia com suas visitas.
No início, somente os olhares sugestivos aconteciam dentro daquela casa; isso até o dia que Harin tivera de sair para comprar alguns lanches, e Marck permanecera sozinho com Seungmin. Naquele final de semana, o garoto passou a noite inteira debaixo dos lençóis, escondido no sótão de sua casa, enquanto falava com seu primo ao telefone. –quando seu pai e seu tio morreram, em um acidente de carro, Jake, sobrinho de seu pai, passou a morar com a avó deles, e Harin mudou-se para longe dali–
No momento em que viu a progenitora pela manhã, Seungmin se aprontou a relatar tudo que ouviu sair da boca de Marck, e a mais velha não levou nada daquilo a sério.
Aquela não foi a última vez, e nem perto disso.
Um ano depois, quando Harin anunciou o seu casamento à família, Jake e Nana, –avó de Seungmin– resolveram que seria melhor levar o Kim para morar com eles, e assim foi feito.
Harin não contestou, e deixou seu filho morar com a ex sogra; na cabeça dela, era só a saudade que o garoto sentia da avó, e não por conta de seu padrasto. Ela se negava a acreditar.
Após dois anos vivendo daquela forma, Jake foi fazer faculdade, e Seungmin se distanciou mais ainda da mãe. Antes de se mudar de Seul, o primo era quem levava o Kim para visitar a sua progenitora, –sempre em lugares públicos, e longe de Marck– e como sua avó não poderia fazer aquilo, ele via a mãe raramente.
Seungmin não poderia ser mais feliz pela distância que tinha da mulher.
O contato com Taehyun e Jeongin, se tornou frequente depois que Harin e Marck se mudaram para a Itália. Como o padrasto não voltava nunca para a Coreia, o garoto se sentia mais confortável ao acompanhar a mais velha até as visitas que esta fazia ao irmão; mas ainda assim, não curtia muito a companhia da mãe.
Já no último carro, as coisas poderiam até aparentar estar tranquilas, se não fosse pela confusão causada dentro daquelas quatro cabecinhas.
Hyunjin se recusara a ir no mesmo carro que seu pai, então optou em acompanhar sua mãe, Taehyun e Jeongin.
O garoto refletia sobre tudo o que vinha acontecendo em sua família há meses, e nos últimos episódios dentro daquela casa de férias.
Jeongin evitava contato visual com qualquer um no veículo, e estava encolhido no canto. Seus pensamentos não estavam mais em Marck, mas sim na falta que sentia de seus pais em sua vida.
O Yang ouvira as palavras proferidas dentro daquele quarto, na noite anterior. Ele pensou sobre o que fora dito a respeito de seu pai, pensou muito, e aquilo estava o afetando mais ainda.
Taehyun tentava manter qualquer pensamento negativo longe de sua mente, pois precisava prestar atenção na estrada; apesar de focar sua concentração no volante e no trânsito, seus olhos sempre acabam recaindo sobre o filho, através do retrovisor, e fazia os pensamentos intrusivos virem à tona.
Amora chorava baixinho durante o percurso, mas tentava disfarçar.
Todos estavam aflitos, pois não receberam notícias de Marck desde toda a confusão durante a madrugada.
[ . . . ]
Perto do horário de almoço, pararam os carros no McDonald's, e pediram seus lanches. No momento, cada um estava em um canto da calçada, com alguns também dentro do estabelecimento.
— Lixie. -Hyunjin foi quem se aproximou do amigo, enquanto este comia um Mc chicken, acompanhado de batatas fritas e um copo grande de Coca-Cola.
— Hum?
— Você me perguntou como eu estou com essa situação... -O maior sentou sobre o murinho onde o loirinho estava, e levou seu Cheddar McMelt à boca. — Mas e você?
— Eu?
— Sim, Lico. -Felix pousou os olhos no garoto ao seu lado, aguardando este seguir com sua fala. — Eu sei que essa confusão também te afeta; você os considera como seus pais; é tão difícil 'pra você, quanto é 'pra mim.
— Eu não sei bem o que pensar... Já chorei muito por conta disso; essas brigas só me fizeram lembrar mais ainda de tudo o que já presenciei dentro de casa... -Os olhos escuros do Lee começavam a ganhar um brilho adicional, por conta das lágrimas que ameaçavam escorrer.
— Olha só; independentemente do que acontecer no final de tudo, eu e minha mãe estaremos aqui com você. -O mais velho segurou uma das mãos de Felix. — Minha mãe vai continuar te tratando como se você fosse filho dela, e eu serei sempre o seu irmão.
— Jinnie... -O menor se calou rapidamente, pois sabia que iria chorar se continuasse.
— Eu sei que foi difícil 'pra você aguentar todas as vezes que os seus pais se separaram, sei que isso que está acontecendo, trás de volta os teus trauma. -Ele levou uma mão até a bochecha molhada do amigo, e enxugou uma pequena lágrima que escapara. —Mas isso logo vai passar; e enquanto não passar, nós dois vamos estar aqui um pelo outro. -O loiro encostou a cabeça no ombro do Hwang, e fechou os seus olhos.
— E pela sua mãe.
— Sim, pela mamãe também.
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Eu sei que prometi que nesse capítulo iria ter a parte boa e emocionante da história, porém, nada é do jeito que eu planejo, então mudei tudo de última hora.
Eu amo escrever essas interações dos Hyunlix irmãozinhos, é tudo pra mim.
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Perfect Boring Boy!// HyunIn
FanfictionQuando você conhece a pessoa desde os oito anos, -e a odeia desde então- sabe mais sobre ela do que a própria, sempre consegue reconhecer suas mentiras e até mesmo os momentos em que seu mundo está desabando... Será que o ódio de duas pessoas assim...