Rosé

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— Onde você vai? — Jim perguntou
quando estava saindo da casa da sauna sem me despedir.

Já estávamos vestidos, cabelos molhados e
ofegantes. Nosso contato pós foda foi mais intenso do que o ato em si. Carinho, cuidado e silêncio, o maldito dizer muito sem palavras.

— Por que você não confia em mim? —
questionei, porque senti, há minutos atrás, que ele sentia algo por mim e não era apenas luxúria.

— Eu não confio em ninguém — falou
com amargura. Ele tinha vestido apenas sua calça, seu tórax estava exposto e seus braços, agora, cruzados na frente dele.

Encostei meu ombro no portal da porta e
também cruzei meus braços.

— Confia no seu irmão e na Soo.

— Não confio em ninguém. Ele tem
vantagem por ser meu irmão e buscarmos as
mesmas respostas. — Sorriu sem humor. —
Quando se é fodido de várias formas pela vida, você aprende a desconfiar até da sua sombra.

Bufei irritada. Dessa vez ele tinha resposta
para tudo.

— Fizemos novamente sem camisinha.

— Eu gozei fora de você.

— E dentro — falei ressentida. — Gosto
de você, mas não daremos certo se continuarmos dessa forma.

— Gosta? — Seu sorriso se tornou cínico.
— Eu sei que causo uma boa impressão, mas
prefiro que você não ache que...

— Amor de pica não se sustenta quando a
confiança é uma variável — falei séria e desviei meu olhar quando o seu se tornou muito intenso. — Espero, do fundo do meu coração, que tudo se resolva para você e sua família. Acho que vou viajar...

— Por quê? — Ele descruzou os braços e
se aproximou, eu levantei minhas mãos para parar seu avanço.

— Nos conhecemos há quanto tempo...
dois dias? — Franzi a testa. — Você tem razão, não deve confiar em mim e nem eu em você. Estou de férias, preciso descansar minha mente, estou há dois anos só trabalhando e trabalhando...

Virei de costas para ele e o senti se
aproximar. Ele me abraçou por trás e tentei não surtar com os sentimentos que me envolveram. Se não soubesse mais, desconfiaria que estava brincando com meus sentimentos.

— Vamos para Ibiza.

Ri alto, não conseguindo segurar a falta de
surpresa por ele escolher um destino como esse. Eu não conseguiria ter minha vingança, estava desarmada com toda essa consideração. Precisava de férias, ele estava providenciando uma para mim.

Oh, céus, como dizer a ele que meu mundo
não funcionava assim?

— E você não confia em mim — repeti
ressentida, mas curtindo o abraço.

— Depois da morte do meu pai, viver nada
mais foi do que sobreviver. Lidei com muita gente interesseira e não consigo estar com alguém sem pensar que poderia me passar a perna. Esse sou eu.

Bati na sua mão com suavidade, entendendo um pouco do motivo, mas não concordando.

Como você reaprenderia a confiar em
alguém sem dar o primeiro passo?

Essa não era uma luta minha, mas dele.

Mais um motivo para me afastar e não me envolver antes que seja tarde, antes que meu coração queira falar acima da razão.

Os 6 irmãos BangTan Onde histórias criam vida. Descubra agora