Jennie

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Seu olhar era surpreso quando saí da cama
e ajeitei minha roupa no corpo.

— Você poderia ser o Victor do Aranhas
Moto Clube, eu só daria para você depois de alguns dias conversando por mensagens, jantares e cinema, diferente da Rachel. Quem sabe se você pular para o livro três, aprenderia algumas maneiras com o Lorde. — Estiquei o braço e apontei para ele com ferocidade. — Eu vou dormir na sala, você
fica aqui e amanhã vamos embora.

Andei distante dele até sair do quarto e
sentar no sofá da sala. Meu coração pulava pela boca e meus pulmões...

— Atchim! — Espirrei três vezes antes de
sair desse antro de ácaros e ir para a rede
novamente. — Merda de alergia. Pelo jeito não vou dormir.

Fui novamente para a rede e lá fiquei me
balançando por um tempo até Taehyung se
aproximar, parar o movimento e sem pedir
autorização, sentar atrás de mim e me envolver com seu torso nu, muito cheiroso e muito excitante.

— Hei! — Tentei sair do seu aperto, mas
ele me envolveu com as pernas também. — Eu não sou qualquer uma, me solta!

— Já que não vamos foder, podemos
apenas ficar assim?

— E você é quem? O mocinho romântico
que dirá que não fará nada que eu não queira? — Tentei me livrar do seu aperto novamente e nada. — E a parte do respeito? Eu não quero estar aqui.

— Nem eu, Jennie. Um dia atrás, meu pai me
ligou pedindo que finalmente viesse a minha cidade natal para um acerto de contas. Algumas horas atrás, ele falou que precisava que o acompanhasse em uma festa, onde finalmente se vingaria de quem o mais fez sofrer — ele começou a falar, estava
realmente desabafando e apenas parei de me movimentar para escutar. — Cresci ouvindo sobre pessoas que o levaram até o fundo do poço, que fui a única pessoa que não o abandonou até hoje. Apesar disso, ele fazia questão de sempre me manter longe quando criança, estudei fora, me envolvi com os negócios e voltei para a cidade sendo obrigado a me manter dentro daquele clube
por capricho dele. Meu pai... — vacilou — Alberto sempre conseguiu que eu o obedecesse, ser fiel a ele era o que mais me manteve são, porque passei muito tempo sentindo que algo estava errado na
minha origem e passei tempo demais entorpecendo esses sentimentos com sexo e trabalho. Eu quero saber a verdade, só não sei se estou preparado para o que está por vir.

Relaxei no seu colo e meu coração pareceu
se partir um pouco com sua declaração. Se era apenas para me convencer a levar para a cama ou sendo ele mesmo, nunca saberia, até porque, estava mudando de ideia quanto a não me render.

Céus, como eu era besta de me iludir só
porque ele estava falando coisas íntimas de sua vida!

— Apesar de nunca ter disto isso em voz
alta alguma vez, sempre quis ter um lugar que pudesse chamar de lar. Se me perguntar, não sei te falar o que seria voltar para casa. Vivi de sexo e libertinagem por anos demais para querer me aposentar e apenas... poder viver para mim e finalmente criar uma raiz que não seja tão estranha quanto esse sentimento de não pertencer a lugar
nenhum.

— Eu não vou transar com você —
resmunguei e me aconcheguei em cima do seu peito. — Obrigada por compartilhar, pensei que você era um idiota, insensível, que só pensava em putaria.

— Amanhã, talvez, eu volte a ser isso,
porque é quem eu sou. Idiota e que só pensa em putaria é parte de mim. — Ele também se
acomodou e afrouxou o aperto sobre mim. — Saber que tenho uma família ao custo do sofrimento de alguém é um pouco perturbador. Se ela realmente é minha mãe, porra, por que não lutou por mim? Ela queria preservar a união familiar, isso queria dizer
que eu não fazia parte?

Os 6 irmãos BangTan Onde histórias criam vida. Descubra agora