Lisa

125 19 6
                                    

Depois do almoço, sozinha com dona Catarina que não me deixou ajudar a lavar a louça, andei pela praia e encontrei não só o material para praticar Kitesurf, mas uma vista linda e uma praia maravilhosa.

Em uma mesa sendo protegida por um
guarda-sol gigante havia alguns petiscos de soja, água e protetor solar. Bem lembrado, me lambuzei com o creme branco e quando estava terminando a área do rosto, lá vinha jungkook, sem camiseta e com um short de tactel.

— Protetor solar? — falei animada demais, imaginando minhas mãos pelo seu corpo, mas o que ganhei foi uma carícia leve no meu nariz e um sorriso divertido que estava me fazendo apaixonar a cada minuto.

— Faltou espalhar mais por aqui e já estou
com protetor. Vamos para a aula?

E as próximas horas transcorreram com ele
me instruindo e eu atenta a tudo. Kitesurf era um esporte que se praticava com uma prancha com suporte aos pés e uma pipa presa na cintura, era parecido com um paraquedas pequeno.

Confessava que olhando os vídeos na
internet e as pessoas ao vivo parecia tão fácil e prático, mas controlar o vento e velejar era quase uma missão impossível de se conseguir em apenas algumas horas.

Jungkook era paciente, didático e astuto.
Quando eu não conseguia seguir um comando que ele explicava, ele fazia de forma diferente e ia variando até que eu finalmente acertasse.

No final da tarde, eu estava velejando
sozinha, mas morrendo de medo de ser levada para dentro do mar e cair.

— Vamos parar por aqui hoje. Amanhã
começamos cedo. — Ele me trouxe para a areia e começou a desafivelar a pipa da minha cintura.

— Faz você? — Segurei suas mãos.

— Fazer o quê?

— Kitesurf. Gostaria de te ver...

Ele me olhou por um bom tempo antes de
continuar a me desequipar. Não respondeu, mas por algum motivo sabia que iria fazer e me ter como expectadora era algo novo para ele.

Assim que fiquei livre, observei o quanto
ele era ágil em se equipar e parecia que fazia isso a vida inteira.

— Você é diferente, muito diferente — ele
falou terminando de prender a pipa na cintura.

— Você também — rebati.

— Não estou acostumado com essa atração e a voz no fundo da minha mente que diz
que estou indo rápido demais, que você nunca me entenderá como deveria.

Engoli em seco quando o vento nos atingiu
e quase o levou para longe antes que pudesse tranquiliza-lo sobre o assunto. Ele estava atraído e gostando de mim, isso o deixava inseguro, sentimento que não deveria fazer parte do seu dia a dia organizado.

Dessa vez fui eu a beijar seus lábios. O
vento queria levá-lo para longe, mas sua força e necessidade de continuar me tocando o fazia controlar tudo a sua volta.

Minhas mãos exploraram um pouco dos seus músculos abdominais e quando chegou no seu peito, coloquei minha mão no seu coração e dei um passo para trás, desfazendo nosso contato e nosso beijo.

Ele estava nervoso tanto quanto eu.

— Uma vez li em um livro que é melhor
seguir o coração do que a razão, que provavelmente é essa voz na sua mente.

Dessa vez ele não segurou quando o vento
o puxou e como o rei dos mares, voou sobre as águas, fez acrobacias e me encantou além do que já estava.

Quanto tempo nos conhecia, uma dia?

Algumas horas?

Sua sinceridade e a situação que compartilhávamos mudava a equação e aumentava o peso dessas horas compartilhadas. Ele me queria, eu também o queria, restava apenas saber até quando duraria e se essa paixão poderia evoluir
para amor.

Soo conseguiu Jin, Rosé, há muito
custo, conseguiu Jimin. Era minha vez de provarbque também conseguiria lidar com o assunto do coração tão bem quanto lidava com os assuntos da minha profissão.

Como no almoço, quando tudo parecia
tender a nossa entrega sem ressalvas, jungkook se afastou, interrompeu suas atividades sobre as águas do mar longe do ponto que eu estava e entrou para a casa, me deixando sozinha no entardecer.

O melhor pôr do sol do mundo era quando
seu reflexo estava no mar.

Sentada no chão de areia, pensando se
deveria pressionar de uma vez ou não aquele homem, ou deixar que fiquemos apenas nas
preliminares e paquera, senti o mar me chamar.

Estranhei como o barulho das ondas e o
cheiro da maresia me inebriava. Seguindo os comandos da natureza, com apenas a lua a me observar e algumas luzes espalhadas pela ilha e por onde estava, removi minha blusa térmica e dei um passo em direção a água.

Não havia nenhuma loucura na minha
mente, apenas uma necessidade de liberdade. O único momento que me mantinha nua era no banhobou entre quatro paredes com um companheiro.

Porém, uma necessidade afrodisíaca me dominou e a cada passo que eu dava para a água, mais a necessidade de liberdade assolava o meu ser.

Passei muitas horas trabalhando, deixei de
gozar duas férias, eu precisava me libertar. Claro, todos os beijos, carícias e diretas que Jungkook me proporcionou serviram apenas de combustível para minha necessidade de nadar nua no mar.

Dessa vez não me preocupei se alguém iria
ver, removi meu top, depois a calcinha e corri para o mar mergulhando na pequena quebra de onda, me transformando em uma sereia com pernas.

Segui um pouco mais para o fundo
sabendo o tanto que poderia seguir sem sofrer com a fúria do mar a noite e curti alguns minutos de paz e autoconhecimento.

— Liberdade! — falei contente e deixei
meu corpo flutuar um pouco antes que sentisse alguma coisa me segurando pela cintura e me trazendo de volta para a água.

Que essa liberdade não me custasse tão
caro!

Os 6 irmãos BangTan Onde histórias criam vida. Descubra agora